POV: Aslin Ventura
Eu estava na mansão de Alexander junto com Carttal. Havíamos acabado de chegar do cemitério, onde sepultamos os restos de Alexander junto aos da mãe dele.
– Senhora – ouvi a voz do braço direito de Alexander. Ao me virar, vi que ele se aproximava com passos contidos.
– Aqui está a carteira do senhor Alexander e o celular dele – disse, estendendo-me os objetos. Ao pegá-los, senti um vazio profundo no peito. Ainda custava a acreditar que ele já não estava entre nós. Sim, ele me fez muito mal... mas jamais desejei que tivesse um fim tão trágico.
Movida pela curiosidade, decidi abrir a carteira. Havia alguns cartões de crédito, documentos de identificação e notas verdes. Mas o que mais chamou minha atenção foi uma fotografia nossa. Eu tinha 17 anos e ele, 23. A imagem me deixou instantaneamente nostálgica. Sempre o lembraria como o amor da minha juventude.
– Senhora, devo lhe informar que o senhor Alexander a deixou como única herdeira legítima de toda a sua fortuna. A senhora pode dispor de tudo assim que desejar. Também é, a partir de agora, a nova proprietária de todas as suas empresas – declarou o homem, deixando-me em choque.
– Como assim? – perguntei, atônita.
– Exatamente como ouviu. Há três anos, o senhor Alexander registrou um testamento. Em caso de tragédia, ele queria garantir que você não ficasse desamparada. Sei que sua dor ainda é recente, mas será necessário assumir a presidência da empresa o quanto antes – explicou, e eu apenas assenti com a cabeça, ainda sem acreditar.
– Sobre esta casa, não sei se deseja vendê-la. Caso decida, me avise – disse ele por fim.
Mas eu neguei de imediato: – Esta casa vai permanecer exatamente como está. Aqui ficará para sempre a lembrança de Alexander.
Duas semanas depois
Eu estava diante do altar, frente ao amor da minha vida. As emoções que sentia naquele momento eram inexplicáveis. Enfim, a felicidade havia chegado para mim. Eu seria feliz, ao lado do homem que amava, pelo resto da minha vida.
Dizemos nossos votos e selamos nossa união com um beijo ardente, enquanto milhares de pétalas de rosas brancas caíam do teto sobre nós.
– Sempre vou te amar, Aslin. Finalmente estamos juntos. Tudo o que passamos valeu a pena – sussurrou Carttal ao meu ouvido com doçura.
Não consegui conter as lágrimas de felicidade.
Ele levantou uma sobrancelha, tentando adivinhar: – O que é? Me diga logo! Você me deixa intrigado há dias! – exclamou, impaciente.
– Estou grávida. Vamos ter um bebê – falei, com os olhos marejados.
Ele gritou de emoção, me ergueu nos braços e começou a me girar, eufórico.
– Carttal, você vai me deixar tonta! Se acalma! – pedi, rindo, mas ele fez o oposto: me apertou com força e selou meus lábios com um beijo apaixonado.
– Não posso, minha rainha! Estou tão feliz! Você me fez o homem mais feliz do mundo! Eu te amo tanto! – disse ele, e nos deixamos levar pelas emoções e o amor profundo que transbordava de nossas almas.
Eu acreditava que tudo havia terminado bem. Que enfim teríamos uma vida feliz.
Mas jamais poderia imaginar... o que o destino ainda nos reservava.

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