A princesa escondida da Academia Alfa só para rapazes romance Capítulo 42

-O que, seu subconsciente é homofóbico?- Pergunto, continuando a ficar frustrado e um pouco irritado com ele por não acreditar em mim, mesmo que eu esteja contando a verdade e revelando um segredo sério para o próprio bem dele.

Porque honestamente! Eu poderia beijá-lo aqui! E eu seria o único que saberia que era real!

Estou fazendo isso por ele, para ser justo, e ainda assim ele insiste em não acreditar em mim! É muito rude.

-Pode ser,- Luca diz com um encolher de ombros, ainda olhando para baixo para mim. -Eu não pensaria que fosse, mas aqui você está, ainda não me beijando, mesmo que eu continue tentando. Honestamente, Ari, ser rejeitado pela figura da minha própria imaginação é muito irritante

-Eu sou real!- Insisto novamente, desta vez entre os dentes.

-Prove,- ele diz, encolhendo os ombros.

-Me pergunte qualquer coisa!

-Isso não vai funcionar,- ele diz, virando a cabeça para o lado. -Qualquer coisa que você diga é algo que eu já sei ou penso que sei. Sem maneira de verificar se é verdade.

-Tudo bem,- digo, cruzando os braços e levantando o queixo. -Me pergunte algo amanhã, na vida real - algo impossível, que você nunca poderia prever. Vou te dar a mesma resposta aqui como farei então.

Luca vira um pouco a cabeça, considerando. -Isso pode funcionar,- ele murmura, mas então ele se vira para mim com um sorriso malicioso. -Mas enquanto isso, você e eu poderíamos, sabe, brincar um pouco...

Ao longe, meu lobo uiva de alegria.

-Uau,- Luca diz, virando-se para procurá-la. -O que foi isso?

-Foi meu lobo,- suspiro.

-Mesmo?- ele pergunta, e então se vira para mim, sorrindo. -Seu lobo não parece ser contra a ideia.- Ele se inclina mais contra a árvore agora, trazendo seu corpo mais perto do meu e meio que me prendendo contra o tronco de uma maneira que...

Que eu não me importo nem um pouco.

-Luca,- suspiro, e honestamente tenho que fechar os olhos ao virar o rosto para longe dele, porque se eu passar até um momento a mais olhando para as sombras que seus cílios longos projetam contra suas bochechas... definitivamente vou fazer algo de que me arrependerei.

-O que?- ele pergunta suavemente, segurando minha bochecha em sua palma e virando meu rosto de volta para o dele, sua mão e sua voz ambas impossivelmente gentis. -O que você quer, Ari?

E sua pergunta... eu sei instintivamente que há camadas nela. Que ele está me perguntando o que eu quero, mas também o que eu gosto

Como eu quero ser beijado.

Onde, precisamente, quero que ele coloque suas mãos.

Se quero ou não que ele me aperte contra ele enquanto pressiona sua boca forte na minha - o que eu decididamente quero

-Luca,- suspiro, enquanto ele descansa seu peso deliciosamente contra mim, me prendendo contra a árvore de uma maneira que parece... Deus, parece incrível, seu corpo pressionado contra o meu. -Quero que você me faça uma pergunta.

Ele ri sombriamente e meus olhos se abrem, já olhando feio. -Não esse tipo de pergunta,- rosno, e ele ri novamente.

-Tudo bem,- ele sussurra, jogando meu jogo mesmo enquanto acaricia o polegar ao longo da pele da minha bochecha. -Ari real comeu o bolo de café da minha avó hoje à noite, que é minha sobremesa favorita. Qual é a sua?

-Sorvete de morango,- respondo imediatamente, -com chantilly.

Alívio me percorre - porque eu mantenho o que decidi da última vez. Não é justo estar neste estado de sonho com ele e ser o único a saber o que está acontecendo. Se vamos fazer isso?

Como ambos claramente queremos?

Então ambos vamos saber que é real.

-Sem granulado em cima?- Luca pergunta, provocando - porque, quero dizer, é uma sobremesa muito feminina.

-Claro que sim,- murmuro, suspirando enquanto dou uma última olhada nele, -muitos. Como, muito mais do que parece prático.- Respiro fundo, saboreando seu cheiro e a pressão de seu torso musculoso contra mim por mais um segundo. Eu hesito, mas então levanto minhas mãos e deixo minhas palmas pressionarem contra seus lados, sentindo as linhas de seus oblíquos enquanto deslizo lentamente minhas mãos em direção aos quadris.

E enquanto faço isso, apenas por um momento, permito-me imaginar como sua pele nua sentiria sob meus dedos.

Um arrepio passa pelo corpo de Luca.

-Porra, Ari,- ele rosna, se inclinando

Mas viro a cabeça, fecho os olhos e desejo que o sonho termine.

Meus olhos se abrem na minha cama e eu aperto os dentes com um gemido, virando e enterrando o rosto em um travesseiro para abafar o som.

Passo tempo demais com o rosto enterrado no travesseiro, me sentindo mal, amaldiçoando a mim mesmo veementemente por ter um senso de ética e a força de vontade para impedir Luca de fazer algo que ele provavelmente se arrependeria.

Porque porra, porra droga, eu queria beijá-lo.

E agora, quem sabe quando terei a chance - porque Luca, ele só queria beijar a figura de sua imaginação que se parece comigo para descobrir como ele está se sentindo. Assim que ele perceber que essa figura é a verdadeira Ari Clark?

Eu acho que ele é heterossexual, e que estou apenas o confundindo injustamente porque sou seu companheiro por baixo dessa fachada de garoto.

Suspiro, preocupado com todas as complicações disso, porque Ben revelou hoje o quão tênue já é o meu segredo. E por mais que eu esteja bem com Ben sabendo... Luca? Meu companheiro? É uma história diferente - um nível imprevisível de exposição com o qual eu ainda não estou pronto.

Ainda estou escondendo meu gênero nesta escola, porque falhar em fazê-lo significa ser expulso. E eu acabei de, acabei de conseguir a coisa que nunca soube que sempre quis: uma chance na Trilha de Espionagem na Academia Alpha.

Então suspiro, virando novamente nas minhas cobertas, e fecho os olhos e me forço a tentar voltar a dormir - um estado que parece muito, muito distante agora.

-Levante-se, primo!- Jesse grita, jogando um travesseiro na cortina aberta do meu canto. Eu pulo e grito quando ele me atinge direto na cabeça.

-Nós espiões ganhamos uma hora extra de sono,- rosno, puxando as cobertas sobre mim e me aconchegando de volta.

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