A Princesa Substituta do Alfa romance Capítulo 4

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POV de Aurora

Queria poder dizer que parti imediatamente, encontrei meu pai e comecei a viver a vida para a qual estava destinada.

Mas minha vida simplesmente não podia ser fácil.

Lutando contra o impulso da ligação de pares para retornar a Isaac, voltei ao meu quarto para arrumar meus pertences.

Não sabia onde exatamente estava meu pai, o Rei Alfa, mas sabia que minha busca teria que começar na cidade capital. A Cidade Capital Lupina era a alcateia gerenciada pelo Rei Alfa que ficava no centro do nosso continente.

Era também onde ele residia. Pelo menos até ele desaparecer. Minha alcatéia atual ficava tão distante da capital que cheguei a me perguntar do que exatamente minha mãe estava fugindo para ter corrido tão longe.

Descobriria quando chegasse ao meu pai. Eu o encontraria. Não sabia como, mas temia que, se pensasse demais nesse plano, acabaria desistindo por completo.

Eu precisava ir agora. E não podia ser pega.

Terminei de jogar no saco o pouco que sobrou dos meus pertences e prossegui para sair do quarto.

Não tinha dado mais de três passos quando ouvi passos pesados indo na minha direção, fazendo-me esconder em uma pequena passagem.

"Ela não está na festa e todos os convidados já estão lá."

Essa era a voz de Daniel. A simpática senhora da cozinha que me tinha dado um bolo.

Eu queria sair e falar com ela, mas algum instinto oculto me fez ficar no lugar.

Uma voz masculina mais profunda respondeu com desprezo às palavras dela. "O que você espera de uma Ômega que nunca teve nada?!"

"Abaixe a voz, ela pode nos ouvir. O Alfa quer que ela se sinta em casa por enquanto. Espere até que ele consiga o que quer dela. Então podemos tratá-la como ela merece ser tratada."

Não conseguia acreditar no que meus ouvidos ouviam enquanto eles passavam por mim rumo ao meu quarto vazio.

Até mesmo sua gentileza tinha sido um fingimento. Quantas vezes uma pessoa pode ser traída?

Enxuguei minhas lágrimas furiosamente. Não podia desmoronar agora. Primeiro, tinha que sair daqui. Assim que ouvi seus passos se afastarem enquanto continuavam a procurar por mim em outros lugares, pude me movimentar.

Não conseguiria chegar à Capital a pé, portanto, eu precisava de um carro.

Não tinha um, mas a coleção de carros do Alfa estava na garagem ao lado da casa do Pack.

Com a habilidade de arrombar fechaduras que desenvolvi depois de tantas vezes que Luana me trancou, consegui entrar.

Pode me chamar de mesquinha, mas segui direto para o carro de Isaac.

Era preto, elegante, rápido e, o mais importante, ainda tinha a chave na ignição. Isaac era tão arrogante. Como herdeiro aparente, quem ousaria mexer com seu carro?

Sorri vingativamente. Era justo que a pessoa que ele não conseguia ver mais do que uma simples omega fosse a pessoa que roubaria seu carro.

Escorreguei para dentro de seu carro ignorando seu perfume intoxicante que vinha dos assentos. Maldito laço de companheiro.

Comecei a sair da garagem apenas para ver o carro de Luana. Era um rosa-chiclete brilhante, tão caro e extravagante quanto sua dona.

Ela sempre me intimidou. Sempre me atormentou. E agora estava deixando meu companheiro para que ela ficasse com ele.

A raiva fervilhou em mim e não consegui me conter, pisei no acelerador e bati o carro de Isaac no dela, quebrando um dos faróis e amassando o carro.

No instante em que os carros se chocaram, me senti chocada e um pouco assustada com o que Luana faria comigo se descobrisse.

Não, Aurora, pare de ter medo de tudo.

Eu tinha que retomar minha vida e parar de ser tão submissa quanto esta alcateia me fez ser.

Saí do estacionamento e, para minha surpresa, ninguém me impediu.

Acho que a maioria dos membros da alcateia estava na minha festa comemorativa que eu não iria comparecer. Isso só significava que eu tinha que me mover rápido antes que percebessem que eu havia ido embora.

Quando cheguei aos portões da alcateia, fiquei repentinamente nervosa. Eu de alguma forma havia esquecido tudo sobre os guardas que sempre verificavam os veículos que entravam e saíam.

As janelas estavam fechadas e tinham um vidro escuro. Eles não seriam capazes de me ver na escuridão, mas tudo que precisavam fazer era pedir uma verificação de identidade antes de me deixar passar e eu estaria acabada.

Um sussurro na ligação da alcateia e Isaac me pegaria antes mesmo de eu fazer minha fuga.

Um guarda ficou na frente do carro, com a cabeça inclinada curiosamente.

"Quem está saindo a esta hora?"

Outro guarda se aproximou dele e lhe deu um tapa na cabeça.

"Você não reconhece o carro do herdeiro alfa, Isaac?"

Graças à Deusa. Quem diria que ser mesquinho poderia ser tão gratificante?

O primeiro guarda se curvou apressadamente para o carro.

"Minhas desculpas, herdeiro alfa."

Ele se virou e eu apressei o resto deles. "Abram os portões e deixem-no ir."

Um alívio percorreu minhas veias quando finalmente deixei a alcateia Silver River para trás de uma vez por todas.

Era muito tarde para estar viajando e todos sabiam sobre os rogues que rondavam à espera de presas neste horário.