A Promessa da Alfa Feminina romance Capítulo 523

PONTO DE VISTA de Hayley:

A lâmina fria da faca pressionava a pele de Lisa, e o toque gelado a fez recuar instintivamente.

Seus olhos se fixaram na lâmina, a poucos centímetros de seu corpo, e ela tremia intensamente. No fim, era da natureza humana preservar a própria vida — especialmente para alguém tão obcecada por Irving.

"Você não vai ter coragem," disse Lisa, estreitando os olhos, tentando testar minha determinação.

Inclinei a cabeça, deixando um sorriso gélido e provocativo se formar em meus lábios. "Por que não arrisca e descobre?"

Talvez ela tenha sentido o gelo nas minhas palavras, porque se calou de imediato.

Aproveitei a vantagem. "Levante-se!" ordenei com firmeza.

Ela obedeceu.

Mantendo-a sob controle, olhei em direção à porta. "Abra," ordenei.

Lisa se aproximou da porta e girou a maçaneta, murmurando com aparente calma: "Está trancada."

Recusei-me a aceitar tão facilmente. "É melhor não estar mentindo."

Ela ergueu as mãos num gesto de rendição. "Se não acredita em mim, vá em frente e tente. Você realmente acha que Irving deixaria uma saída fácil?"

Estava farta das suas provocações. Irving poderia voltar a qualquer momento. Cada segundo era precioso.

"Vire-se!" exigi, forçando-a a me dar as costas. Com a faca pressionada contra ela, alcancei a maçaneta da porta com a outra mão e tentei girá-la.

Nada. A porta continuava imóvel.

Lisa sorriu, visivelmente mais relaxada ao perceber minha frustração. Girou a cabeça o suficiente para me encarar, e sua voz se tornou uma ameaça velada. "Irving logo estará de volta. Você deveria voltar para o quarto antes que seja tarde demais. Ninguém pode prever o que ele fará."

Voltar? Me render como uma presa à espera do caçador? Jamais. Não me renderia tão fácil.

Afastei-me e abaixei a faca, meus olhos percorrendo o cômodo em busca de outra saída.

Lisa não era o problema. Nunca foi um desafio real para mim, mesmo sem Hera.

"Entendido." Recuei alguns passos, me afastando da entrada.

Logo após, um estrondo sacudiu a sala. E então outro. O chão tremia a cada impacto, mas a porta permanecia intacta. Lisa não estava mentindo. A porta era realmente reforçada.

Após várias tentativas, o barulho cessou, e Benjamin falou novamente, desta vez com mais firmeza: "Hayley, escute. Vá para um lugar seguro, entre num quarto ou afaste-se da porta. Pode fazer isso?"

Rapidamente avaliei o espaço e respondi: "Sim, vou para a cozinha."

"Ótimo. Se esconda bem. Estarei aí em dois minutos," ele concluiu, e o silêncio voltou a dominar.

Corri até a cozinha e tranquei a porta.

Lisa ouvira tudo. Parecia se divertir com a situação, rindo alto como se tivesse presenciado uma comédia.

Apoiando-se no sofá, olhou para mim com um sorriso debochado. "Eu te avisei, não avisei? Essa porta não cede sem a chave. Nem Benjamin pode abri-la."

No entanto, antes que pudesse terminar de saborear sua própria arrogância, um estrondo ensurdecedor ressoou, e a parede oposta desmoronou diante de seus olhos.