A Promessa da Alfa Feminina romance Capítulo 524

PONTO DE VISTA de Benjamin:

Assim que vi Hayley, o alívio tomou conta de mim.

Sem pensar, a puxei para os meus braços, apertando-a com força. Naquele instante, desejei fundir nossas almas em uma só, para nunca mais deixá-la ir.

"Estou aqui", murmurei, a voz embargada pela emoção. Afaguei suas costas com ternura, apenas para ter certeza de que ela era real, que estava viva, comigo.

A ideia de quase tê-la perdido era insuportável.

"Eu sei", ela respondeu, os olhos marejados. Sorriu suavemente e passou os dedos pelo meu rosto. "Obrigada, Ben."

Balancei a cabeça, o peso da culpa apertando meu peito. Acariciei seus cabelos com cuidado. "Eu deveria ter chegado antes."

Quando toquei sua mão, algo úmido me fez parar.

Olhei para baixo e vi sua palma marcada por cortes profundos e coberta de sangue.

O vermelho escuro me atingiu como uma lâmina.

"O que aconteceu? Você está ferida?" perguntei, tentando manter a voz firme, mas o tremor era evidente. Evitei tocá-la mais, com medo de piorar sua dor.

Ela tentou minimizar, forçando um sorriso. "São só alguns arranhões. Nada sério."

Mas eu sabia que não era verdade. Mesmo sendo uma Ômega, sua resistência à dor era limitada. Ela estava claramente tentando esconder a gravidade dos ferimentos só para me tranquilizar.

Mas não me enganei.

Quem quer que tenha feito isso — Irving ou qualquer outro — pagaria por cada gota de sangue derramada.

Só havia duas pessoas naquele quarto: Hayley e a mulher que ainda estava na sala de estar. A origem dos ferimentos era clara, e eu jurei descobrir toda a verdade.

Uma raiva intensa cresceu dentro de mim. Lawrence, meu lobo, vibrava de ódio, pronto para agir.

Com delicadeza, coloquei a mão no ombro de Hayley e disse: "Espere aqui."

Sem perder tempo, caminhei em direção à mulher chamada Lisa.

...

Ele se virou, lançou um último olhar gélido para Lisa e, então, me ergueu nos braços. Em passos decididos, nos levou em direção à porta.

...

PONTO DE VISTA de Lisa:

Mesmo depois que Benjamin levou Hayley embora, o medo ainda apertava meu peito como uma corrente invisível.

Olhei ao redor, para o caos espalhado pelo chão — sangue, vidros quebrados, objetos caídos. Um pensamento me dominava: Irving me culparia por ter deixado Hayley escapar.

Se ele decidisse que eu já não era útil, seria descartada. Perdê-lo era inaceitável.

A angústia me consumia enquanto buscava desesperadamente uma forma de reverter a situação.

Foi então que vi a faca de frutas caída perto da porta da cozinha. Um plano se formou em minha mente quase que automaticamente.

Sem pensar duas vezes, peguei a faca... e cravei no meu próprio braço esquerdo.