A Rebeldia da Esposa Desprezada romance Capítulo 670

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Cássio Lacerda deu uma pausa, "Claro que não, seria muita falta de caráter se ele me pedisse ajuda para processar a própria ex-esposa."

Flávia Almeida franziu a testa, "Mas no dia da audiência, quando foi adiada, vocês dois não estavam conversando?"

Cássio Lacerda respondeu, "Velhos colegas de classe, é natural cumprimentar um ao outro, tínhamos uma boa relação na escola."

"E por que ele estava no tribunal naquele dia?"

Cássio Lacerda, com um tom de ironia, disse, "Não foi para te ver?"

Flávia Almeida...

Ver o quê?

Marcelo Lopes não tinha ideia de que Flávia era a requerente antes do processo.

Ela pensava que ele estava lá para ver Antônia Carvalho e, ao descobrir que Antônia Carvalho enviava mensagens provocativas visíveis apenas para ela, compreendeu que a relação entre Marcelo Lopes e Antônia Carvalho não era o que imaginava.

Além disso, quem estava processando Flávia não era Antônia Carvalho pessoalmente. Mesmo que Marcelo Lopes ainda mantivesse contato com Antônia Carvalho, ele provavelmente não se importaria ao ponto de se envolver nos processos de fãs de Antônia Carvalho contra ela, certo?

Agora que Cássio Lacerda diz que não foi contratado por Marcelo Lopes, seria Antônia Carvalho quem o contratou?

Ela contratou um advogado conhecido por Marcelo Lopes, para fazer Flávia pensar que foi Marcelo quem o contratou, deteriorando ainda mais a relação entre eles?

Antônia Carvalho estava tão sobrecarregada com o processo naqueles dias, reduzindo suas aparições em público, ela teria energia para armar isso?

Flávia Almeida perguntou novamente, "Antônia Carvalho também contratou você para esse processo?"

Cássio Lacerda negou com a cabeça, "Ela não é minha cliente, o caso dela foi aceito por um advogado amigo de um escritório parceiro."

"Com sua competência, e tendo colaborado anteriormente, ela não te procurou?"

Cássio Lacerda disse calmamente, "Nunca trabalhamos juntos, eu nem a conheço."

Flávia Almeida, surpresa, disse, "Então... o processo que você ajudou o assistente dela, não foi ela quem te procurou?"

"Esse processo foi aceito pelo meu assistente, na verdade, eu não sabia quem era o cliente. Eu aceitei principalmente porque a oferta foi muito boa, quem recusaria dinheiro, não é?"

Não foi Antônia Carvalho que contratou Cássio Lacerda?

Então quem foi?

Ela franziu a testa, repassando os eventos de ponta a ponta, tentando desembaraçar as conexões complicadas até que uma linha clara surgiu.

De repente, ela teve um estranho pressentimento, como se alguém estivesse deliberadamente fazendo-a acreditar que Marcelo Lopes estava ajudando Antônia Carvalho a processá-la.

Ela de fato se sentiu muito irritada e desapontada com Marcelo Lopes por causa disso.

Quem teria esse motivo?

Patrícia Batista?

Não faria sentido, pois ela já havia se divorciado de Marcelo Lopes naquele momento; não havia necessidade de complicar as coisas ainda mais.

"Senhorita Almeida, há mais alguma coisa?"

Cássio Lacerda perguntou calmamente, "Se passar de dez minutos, terei que cobrar por meia hora."

Flávia Almeida voltou a si, perguntando, "Já passou do tempo?"

"Ainda faltam dois minutos."

"Como assim cobrar se não passou de dez minutos?"

Cássio Lacerda explicou, "Dentro de dez minutos não é cobrado, além do código de ética, há também o cuidado humano."

Flávia Almeida respondeu, "Então vamos ter um pouco desse cuidado, senão vou me sentir lesada."

Cássio Lacerda......

Ele observava cuidadosamente Flávia Almeida.

Quando Marcelo Lopes se casou, ele estava ocupado com sua tese de doutorado e não pôde comparecer devido à quantidade de trabalho.

Após uma pausa, ela perguntou, "Os dez minutos já passaram?"

"Ainda faltam dois minutos. Quer continuar a conversa?"

Flávia Almeida acenou com a mão, "Até logo, vá com calma."

——

Cássio Lacerda agiu rapidamente, enviando um aviso para o jardim de infância no dia seguinte.

A tia de Flávia Almeida, Lilian Camarillo, estava repreendendo os ajudantes de cozinha na cantina do jardim de infância.

"Quem jogou isso fora?"

Ela estava com uma expressão séria, segurando um saco de carne que tinha retirado do lixo, olhando ao redor, "Quem jogou?"

Uma mulher de meia-idade, com cerca de quarenta anos, respondeu timidamente, "Lilian, diretora, essa carne... a cor não parecia certa, então eu... eu joguei fora."

Lilian Camarillo abriu o pacote, pegou a carne e disse friamente, "O que tem de errado com a cor? Não é essa a cor da carne?"

A mulher de cabelos curtos respondeu baixinho, "Estava com um cheiro estranho..."

"Que cheiro? Eu não sinto nada," disse Lilian Camarillo, passando a carne para outro ajudante, "Cheire isso, sente algum cheiro?"

A pessoa cheirou e um odor azedo atingiu seu rosto, franzindo o cenho, mas, sob o olhar intimidador de Lilian Camarillo, com medo de ser demitida, apenas murmurou baixinho, "Não sinto cheiro nenhum."

Lilian Camarillo olhou para a mulher que jogou a carne fora, "Ouviu? Ninguém mais sente, só você. O que você é, um nariz de cachorro?"

A mulher de cabelo curto tinha uma expressão desagradável, mas mesmo assim, apertou as mãos e, com coragem, disse: "Diretora, o prazo de validade dessa carne já passou. Mesmo que não tenha um cheiro ruim, não podemos mais usá-la. Estamos preparando essas refeições para as crianças, e o sistema digestivo delas é muito frágil. Se por acaso algo ruim acontecer, como poderíamos assumir essa responsabilidade?"

Lilian Camarillo deu uma risada fria e disse: "Você é apenas uma empregada, quem você pensa que está ensinando? Minha família também já teve um restaurante antes, quem melhor do que eu para saber se essa carne pode ser consumida ou não? Eu dirijo este jardim de infância há muitos anos, e sempre fizemos assim. Você viu alguma criança ficar doente por causa disso? Os pais já visitaram nossa cozinha e nunca reclamaram. Por que você está criando problemas?"

A expressão da mulher de cabelo curto piorou, e um colega ao lado puxou-a, pedindo que ela não falasse mais.

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