Danilo não ficou atrás! Com a raiva transbordando, ele agarrou o pescoço de Sandro com firmeza, e os dois homens, cada um enfurecido à sua maneira, apertaram as mãos ao redor do pescoço do outro com força. Danilo, com o rosto já vermelho de esforço, soltou entredentes:
— Sandro, sabe o que é? Desde o dia em que soube que você estava de rolo com a Milena, percebi que estava brincando com fogo. Eu só fiquei observando enquanto você afundava a relação de vocês, acabando aos poucos com o amor que a Isabela ainda tinha por você. E sabe por quê? Porque eu nunca acreditei que ela fosse fazer algo de errado ou mexer com substâncias ilícitas. Só fiquei calado, esperando ver se você seria mesmo tão idiota a ponto de duvidar da Isabela para acreditar naquela vadia. No fim, você foi burro o bastante para fazer exatamente isso. Desde o começo, meu plano era outro. Eu pensei em esperar você estragar tudo de vez e, quando ela estivesse sem esperanças, presa por sua culpa, eu iria salvar ela e trazer ela de volta. Mas tanto eu quanto você subestimamos a força da Isabela. Ela se salvou sozinha e naquela primeira declaração que fez no tribunal, Sandro, ela já tinha desistido de você. O amor dela por você foi destruído por sua própria estupidez e ponto final.
A raiva de Sandro se tornou uma faísca prestes a explodir e ele rosnou com a voz carregada de ódio:
— Então é isso? Você sempre foi um covarde, escondido, amando minha mulher pelas sombras? E nem adianta negar, quem sabe não foi você mesmo quem colocou essas ideias na cabeça dela sobre a Milena?
— Acorda, Sandro! — Retrucou Danilo, exasperado. — Eu não sou mesquinho como você pensa. A Isabela já tinha olhos suficientes para ver você e a Milena aos sussurros e risadinhas. Ou fui eu que obriguei vocês dois a se envolverem? Foi minha ideia que vocês fossem para a cama?
Danilo soltou uma risada fria e continuou com sarcasmo:
— E, já que é para culpar alguém, me responda: eu também te obriguei a se "enroscar" com ela, foi? Você está me culpando até pelo que você faz entre quatro paredes, é isso?
Os músculos no rosto de Sandro se contraíram de forma tensa, com veias saltando nas têmporas. Ele parecia estar prestes a explodir, tão tomado pela raiva que a única coisa que queria naquele momento era matar Danilo ali mesmo.
Gabriel, ao ver a situação se descontrolar, mordeu os lábios em decisão, pegou uma garrafa de vinho e, com um golpe certeiro, acertou a nuca de Sandro. Tudo escureceu, ele desabou no chão.
Enquanto isso, do lado de fora, Isabela não fazia ideia de que, após a sua partida, Sandro e Danilo tinham se atacado com tamanha violência. Mas, ao relembrar tudo o que havia escutado naquela conversa, ela se sentia perturbada. Era como se tivesse engolido algo podre. Não imaginava que o homem que um dia amou tivesse um lado tão sórdido, tão repulsivo.
Ela, então, foi a um bar sozinha. Sentada no balcão, pediu uma dose de coquetel, que tomou devagar, como se estivesse se desfazendo de cada lembrança amarga. A primeira bebida terminou rápido. Pediu outra, e mais uma. Após várias doses, sua cabeça já começava a ficar levemente zonza. Foi quando o celular vibrou no bolso. Ela o pegou, vendo que era uma mensagem de Viviane.: [Passei no hospital para pegar os remédios do meu avô e vi o Sandro sendo levado para a emergência, com o rosto cheio de hematomas. Será que ele pegou algum caso arriscado e foi atacado?]
Isabela, semicerrando os olhos por causa do efeito das bebidas, não tinha paciência para responder digitando. Então, enviou uma resposta de áudio, sem pensar duas vezes: [Tomara que morra.]
Viviane, ao ouvir a resposta, sorriu divertidamente: [Vou lá ver se ele já morreu ou não!]

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