Viviane não conseguiu se conter e foi até o hospital para ver como Sandro estava, perguntando discretamente a um dos médicos sobre a gravidade dos ferimentos. Recebeu a resposta de que eram apenas machucados superficiais. Nada que colocasse a vida dele em risco.
— Poxa, que desperdício. — Comentou ela com um suspiro, desapontada.
Logo em seguida, mandou uma mensagem para Isabela: [Fui ver e, infelizmente, ele não morreu.]
Isabela olhou a mensagem rapidamente, mas nem se deu ao trabalho de responder. Apenas largou o celular no balcão e terminou o último gole da bebida, sentindo o amargor do álcool em cada gole, antes de levantar e sair do bar com passos um pouco cambaleantes.
Dois rapazes, que estavam a observando havia algum tempo, perceberam sua saída. A beleza de Isabela, aliada ao ar solitário de quem bebia para afogar mágoas, despertou neles intenções nada amigáveis. Assim que ela saiu do bar, eles decidiram seguir ela, mantendo certa distância.
Isabela parou na calçada e pegou o celular do bolso, conferindo a hora, ainda eram pouco mais de nove da noite. A luz do poste projetava sombras ao seu redor, desenhando no chão uma figura alongada e solitária. Apesar do horário relativamente cedo, o local em que estava, um beco próximo aos fundos do bar, era deserto. Táxis raramente passavam por ali e a rua estava silenciosa.
Se sentindo incapaz de voltar para casa sozinha naquele estado, Isabela resolveu ligar para Viviane. Em poucos segundos, a ligação foi atendida.
— Vivi, estou meio alterada. Vem me buscar, eu...
Antes que pudesse terminar a frase, uma mão surgiu por trás dela e cobriu sua boca, interrompendo suas palavras.
— Isa? Isa! — Viviane chamou no telefone, com uma nota de desespero na voz.
A sensação de medo tomou conta de Isabela. Em um instante, as palavras de Jorge ecoaram em sua mente: "Não importa a situação, mantenha a calma."
Sim, ela não podia se desesperar. Se deixar dominar pelo pânico seria o pior erro. Respirações rápidas não ajudariam. Ela precisava agir. Se lembrando dos conselhos, respirou fundo, tentando controlar o medo, e rapidamente pensou em uma forma de se libertar. Em um movimento brusco, pisou com toda a força no pé do homem atrás dela. O golpe inesperado fez ele afrouxar o aperto, e, aproveitando a oportunidade, Isabela deu uma cotovelada certeira no estômago dele, escapando do seu alcance e correndo em direção à rua principal.
A ideia era se misturar na multidão. Lá, cercada por pessoas, ela estaria segura.
— Maldita vadia! — Resmungou o agressor, que agora sentia dor tanto no pé quanto no estômago, dificultando qualquer tentativa de perseguir ela. O segundo homem, vendo que ela estava perto de outras pessoas, desistiu rapidamente, com medo de chamar atenção.
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