Caio tentava acalmar a esposa, falando em um tom conciliador:
— A gente tem o suficiente para viver bem. Por que não deixamos o mundo lá fora e vivemos nossa vida em paz? O que importa o que os outros pensam?
— É essa sua mentalidade que te manteve assim a vida inteira! Se você tivesse sido mais ambicioso, eu não teria sido humilhada por anos! — Rebateu Lara com amargura, lançando um olhar de decepção a ele.
As palavras dela caíram como um peso, e Caio se calou, sem argumentos.
Após enxugar as lágrimas do rosto, Lara olhou fixamente para a filha, seus olhos agora firmes e determinados.
— Isa, você vai agora mesmo atrás do Sandro e vai dar um jeito de reconquistar ele.
Isabela apertou os lábios, permanecendo em silêncio, enfrentando o olhar da mãe.
— Vai me dar uma resposta ou não? — Lara empurrou ela, firme, e o gesto fez com que Isabela perdesse o equilíbrio, tropeçando. Seu braço bateu com força na borda da mesa, mas ela se manteve em pé, respirando fundo.
Caio fez um gesto para Isabela, sugerindo que fosse embora.
— Vai, filha. Não fique aqui para piorar a situação com a sua mãe.
Isabela olhou para o pai, sem responder, mas pegou a certidão de divórcio, a guardando novamente em sua bolsa. Com passos decididos, ela saiu pela porta.
— Não quero saber! Você vai resolver isso, seja com lágrimas ou de joelhos! Mas vai se reconciliar com o Sandro! — Lara gritou atrás dela, com uma raiva latente.
Sem olhar para trás, lágrimas começaram a rolar pelas bochechas de Isabela. Mesmo assim, ela manteve a cabeça erguida e as costas eretas, se recusando a mostrar fraqueza.
Ao entrar no carro, ela ficou parada, olhando para o nada à frente por alguns minutos. Respirou fundo, tentando controlar as emoções antes de ligar o motor e seguir para o hotel. Quando chegou ao seu andar e saiu do elevador, percebeu a figura de Sandro, parado em frente à porta do quarto, esperando por ela.
Ela congelou, e sem pensar muito, se virou para ir embora. Mas Sandro a viu e chamou, com a voz firme:
— Isabela. Vai continuar fugindo?
Ela parou, suspirou profundamente e se virou, o encarando.
— O que você quer agora?
Sandro não desviou o olhar. Com o tempo, ela havia mudado, e ele notava a diferença: seu olhar agora era mais duro, uma beleza distante, fria e cheia de determinação. Não era mais aquela imagem doce e delicada que ele conhecia tão bem.
Ele se encostou na porta, um leve sorriso irônico nos lábios.
— É assim que pretende conversar comigo?
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