Danilo sabia que Viviane estava tentando ajudar ele, mas também queria dar uma "alfinetada" em Sandro. Porém, para ele, o que realmente importava era o que Isabela pensava. Com um olhar cheio de esperança, ele se voltou para ela.
— Isabela, me dá uma chance? Eu nunca faria com você o que o Sandro fez. Se fosse preciso, eu daria até a minha vida para te proteger.
No passado, palavras como essas teriam deixado Isabela emocionada, talvez até levada às lágrimas. Mas agora, depois de tudo o que passou, ela não conseguia mais se deixar levar. Experiências dolorosas tinham endurecido seu coração e ela sabia que confiar cegamente em promessas era arriscado. Mesmo sabendo que iria machucar Danilo, ela respirou fundo e se forçou a dizer:
— Danilo, eu acabei de me divorciar, você sabe por que isso aconteceu. Simplesmente não consigo entrar em outro relacionamento agora. Sinto muito.
O rosto de Danilo ficou abatido, seus lábios se comprimiram e uma ruga profunda surgiu em sua testa.
— Talvez eu esteja sendo precipitado... Ou talvez eu só esteja desesperado para não perder essa oportunidade. Mas será que você poderia não me rejeitar de forma tão definitiva? Eu te dou o tempo que precisar, só me deixe uma porta aberta.
Naquele momento, Viviane deu um leve empurrão em Isabela, rindo com ironia.
— Ah, Isa, qual o drama? Se outros conseguem virar a página num piscar de olhos, por que você precisa complicar as coisas?
Isabela soltou uma risada seca.
— Ele pode ser um canalha, mas e eu, Viviane? Não sou.
Viviane e Danilo trocaram um olhar breve e surpreso. As palavras afiadas de Isabela cortaram o ar, deixando um silêncio desconfortável entre eles.
Enquanto isso, na outra mesa, Sandro estava com Clara Neves, mas quase não prestava atenção à comida. Ele lutava contra o desejo de olhar para a mesa de Isabela, embora seu olhar vagasse em sua direção de tempos em tempos, tentando disfarçar.
Notando o desinteresse dele, Clara seguiu o olhar de Sandro.
— Você conhece o pessoal daquela mesa? — Perguntou ela, com uma expressão curiosa.
Sandro disfarçou, colocando mais comida no prato dela.
— Está tudo bem? Está passando mal? — Ela perguntou, com a preocupação estampada no rosto.
— Não é nada. Assim que terminarmos de comer, te levo para casa. — Respondeu ele, com a voz fria.
— Está bom. — Clara assentiu, satisfeita.
Após a refeição, eles se levantaram. Viviane, que vinha acompanhando discretamente os passos de Sandro, puxou Isabela para que ela passasse ao lado de Danilo, garantindo que Sandro notasse ela. Ela queria que ele visse que Isabela estava seguindo em frente e com boas companhias.
"Com tanta gente interessada, você acha que vai ficar de fora?", resmungou Viviane interiormente, se sentindo satisfeita com o que via.
Assim que saíram do restaurante, Danilo, hesitante, ofereceu uma carona a Isabela. Ela abriu a boca para recusar, mas Viviane foi mais rápida e empurrou ela suavemente para dentro do carro de Danilo, sussurrando:
— Ele só vai te levar para casa. Não vai acontecer nada de mais. Deixe ele te levar, vai!

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