Mesmo sem poder vê-la, João percebia que a garota não estava muito feliz com aquilo, pois seu canto deixava muito a desejar. Felizmente, ela parou depois de um tempinho. “Você está ouvindo, Sofia?” Claro que não teve resposta, então a garota disse para a mulher: “Ninguém fala nada. Aposto que nem estão ouvindo. Não vou fazer mais isso!”
João percebeu a insatisfação na voz dela, e então ouviu a pessoa do outro lado sussurrar: “É sua irmã! Eu sei que ela está ouvindo! Ela vai falar quando você terminar de cantar!”
Obviamente, a garota não quis obedecer e se recusou a cantar. João ouviu sons de discussão, então desligou e foi abraçar Sofia.
Essa ligação o fez lembrar de Walter. Ele sabia que Walter já devia ter conversado com a ex. Quando não conseguiu trazer Sofia de volta para o seu lado, a ex-mulher dele tentou apelar para o emocional. João suspirou, recordando-se da situação da cidade natal de Sofia. Ele não conseguia entender por que Walter e a ex-mulher tinham abandonado uma jovem Sofia e o avô dela na periferia.
“O chefe me ligou ontem. Disse que começaram a pavimentar a estrada.” João sorriu. “Como querem economizar, todos os moradores ajudam quando têm tempo, até as crianças e os idosos. Uns trabalham na obra, outros levam comida para economizar tempo. Seus vizinhos são todos gente boa, Sofia.”
Depois de um tempo, Sofia tirou o cobertor e respirou fundo. “É, e meu avô é muito bondoso. Não entendo como o filho dele e a nora viraram pessoas tão ruins. Não é justo.”

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Os comentários dos leitores sobre o romance: A Viagem de Divórcio
O que se passa! Vai fazer um ano em que não há atualização...