A VINGANÇA | romance Capítulo 57

HENRIQUE NARRANDO

Vou com a Ana até o jardim da casa e fico com ela por ali,ela brincava com os seus brinquedos e com as suas bonecas que não paravam de cantar uma música maldita de inverno, e me lembro de quando eu e Marina éramos crianças , brincávamos por esse jardim, e ela tinha muitas bonecas chatas assim que eu arrancava sempre o bagulho que tocava música.

Me pego pensando no que Camila escreveu no caderno e lembro de meu pai, lembro de quando eu achei o diário da minha mãe , a onde contava muitas coisas da vida dela até os meus cinco anos de idade , meu pai à fez sofrer muito também , meu país morreram quando eu tinha 10 anos de idade, Diogo já morava com agente ,e ficamos Eu, ele e Marina aos cuidados de Dona Nina e Dona Marli , eu sou o maia velho de nós três e tive que amadurecer muito rápido para poder cuidar deles.

Lembro poucas coisas ma lembro que até os meus 5 anos de idade eu vi as constantes surras que meu pai dava na minha mãe, dela parar no hospital várias vezes, muitas vezes tentei defender ela , mas ele me batia também, e depois ela acabava apanhando mais ainda por causa que eu tinha tentando à defender. Depois da última surra que minha mãe ficou em coma durante 4 mêses meu pai mudou,mudou com ela e com nos também , ficou mais carinhoso e se dedicou um pouco mais a família, minha mãe perdoou ele do mesmo jeito que Camila me perdoou, hoje eu entendo que ela fez isso por causa que tinha dois filhos e que meu pai tinha ameaçado ela que ela nunca mais iria nos ver se fosse embora. Depois acredito que ela tenha perdoado mesmo com os anos, eles sempre pareciam muito apaixonados e minha mãe era uma mulher e uma mãe muito dedicada.

Aos 8 anos de idade meu pai me levou junto com ele para a França ele dizia o quanto bom eu teria que ser para ser o seu sucessor , ele colocou isso na minha cabeça , que eu iria ter que virar homem para ser igual à ele , ele falava que mulher nenhuma valia o esforço de trair a máfia ou largar ela, que mulher tinha que seguir o homem conforme as suas ditas regras.

Por muito tempo pensei assim, até conhecer Camila.

Nessa viagem à França ele me fez assistir a minha primeira sessão de tortura à uma mulher, era mulher de um inimigo da máfia e eles tinham que tirar informações dela, lembro o quanto ela agonizava de dor e implorava para que não machucasse, mas eles não estavam nem aí e riam da sua situação. Depois desse dia meu pai sempre me levava junto à esse tipo de coisas ,e sempre eram contra as mulheres ou filhas dos inimigos , porque o meu pai mesmo dizia que eram os pontos fracos dos homens e hoje eu entendo isso. Nos damos as nossas vidas por nossa família , não podemos nem imaginar oque elas podem passar se algum dia algum dos nossos inimigos conseguirem sequestrar elas, mas podemos imaginar oque iremos fazer com às deles.

Aos 9 anos de idade eu já ajudava meu pai em algumas coisas , ajudava a ligar a cadeira de choque , ou a entregar os matérias para usar contra as próprias.

No dia da morte dos meus pais foi o dia mais horrível da minha vida , antes deles saírem para aquela viagem meu pai falou que eu ficaria de responsável da casa e deveria proteger a minha irmã de tudo e de todos, e é oque eu fasso por Marina até hoje. Marina não sabe da metade da história , não sabe do diário da mamãe e nem imagina que tal cedo eu comecei nessa vida.

Meu pai não era sempre um monstro, com os anos ele virou um marido carinhoso, ele conseguiu separar a vida da máfia com a vida pessoal, oque resumiu em um relacionamento tranquilo com a minha mãe novamente.

Eu vi a pessoa que deveria ser o meu herói fazendo isso com as mulheres , torturando, matando , estuprando e espancando e eu me tornei oque um dia eu mais temia, eu me tornei o Frederico Huner.

Só que até conhecer Camila eu pensava que nunca iria conseguir amar alguém , ter filhos , uma família , até eu a sequestrar no começo eu não sentia nada por ela, sentia prazer em torturar ela, mas depois com o tempo tudo foi ficando confuso, quando descobri a gravidez dela , meus pensamentos começaram a mudar e quando eu vi eu já estava traçando um plano para matar Oswaldo e trair a máfia por uma mulher.

Mais a minha personalidade falou mais alto e eu trai a confiança da mulher que eu amo, fiz novamente oque ela mais temia que eu fizesse mesmo que fosse com outra pessoa, e agora , eu me sinto o ser humano mais desprezível do mundo.

E depois do que ela me disse que tem medo , porque tudo isso é um vício , eu cheguei a conclusão que é mesmo, eu fui criado assim, meu pai me moldou assim,mas agora eu iria precisar mudar , eu teria que mudar.

Eu tenho uma mulher , uma filha e mais um bebê à caminho e precisaria mudar por eles , por elas.

- Papai - Ana diz caminhando em minha direção e me dando um abraço, oque me dava certeza de que tentar ser uma pessoa melhor por elas era o caminho certo.

Marina narrando

- Diogo - Digo assim que o encontro - Estava te procurando por todo o lugar, preciso falar com você.

- Oi - Ele diz abrindo o seu sorriso maravilhoso .

Eu e Diogo somos aquele casal complicado de se entender, quando estamos juntos queremos nos matar e quando estamos separados queremos um ao outro.

Mas as coisas estavam dando certo para nós, ele tinha me pedido em casamento, só que com os problemas da máfia e do Henrique com a Camila tivemos que adiar o nosso casamento.

- Será que podemos subir ? - Eu digo para ele

- Mas você já quer essa hora da tarde? - Ele diz com um sorriso sacana e eu dou um tapa em seu braço - Aí doeu amor - Ele diz rindo e eu fuzilo.

- Você só pensa nisso - Eu digo bufando - Anda vamos - Eu digo puchando ele para subir e ele foi fazendo graça.

Com toda essa história da Camila eu adiei contar para Diogo que eu estava grávida, eu descobri um dia antes de Camila cair da escada , estou de 6 semanas.

Chegamos no quarto e ele já me agarra desde a porta , ele me agarra pela cintura e entrelaça as minhas pernas sua sua cintura , ele beijava o meu pescoço.

- Calma Diogo - Eu digo e ele para e me olha

- Que isso Marina ? - Ele diz estranhando - Vai negar fogo agora mulher.

- Eu preciso falar com você antes - Eu digo e ele faz uma careta

- Vamos conversar depois o complicada - Ele diz tentando tirar a minha blusa e eu seguro a sua mão.

- Não - eu falo firme - Vamos conversar, senta aí - Eu digo o empurrando para a cama.

Ele faz uma careta e fica me encarando e eu solto uma gargalhada da cara que ele fez.

- Tá de sacanagem comigo ? - Ele fala e eu nego com a cabeça.

- Diogo - Digo sentando ao seu lado na cama - eu estou grávida.

Ele fica branco, roxo, laranja , vermelho ele fica de todas as cores e se engasga com nada.

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