Cah narrando
Olho para o relógio e é 15h, por causa dos remédios eu sinto muito sono, Ana tinha ficado comigo um pouco de manhã e depois Gabriela pegou ela.
Henrique eu não vejo ele faz dois dias desde que Ana chamou ele aqui no quarto, ontem eu tive um pouco de sangramento e doutor Vinicius veio até aqui me examinou e pediu repouso total, oque fazia eu não sair dessa cama e desse quarto para nada.
Todo o nervosismo que passei na primeira gravidez parece que estou agora na segunda, minha gravidez era de 99% de risco e eu estava tentando fazer tudo certinho para não prejudicar esse bebe, por isso eu e Henrique estavamos se evitando o máximo que conseguimos,para não brigar e eu me estressar mais um pouco. Se for possível ser assim até o final da gestação tenho certeza que irá ser.
Levanto e pego um livro que Marina me deu para ler esses dias, já que na sacada tinha uma poltrona boa que iria conseguir ficar bem confortável.
Estava tão intertida com o livro, que contava a vida de uma menina que se cortava e quando saía da clínica iria tentar um novo recomeço no Arizona e conhecia um cara que era totalmente errado e se apaixonava, quando escuto a voz de Ana vindo do Jardim espio ela lá embaixo e vejo que está com Henrique, eles estavam brincando e pareciam bem felizes.
Eu podia descer e ficar com eles lá mas estava me sentindo tão cansada , tão para baixo que ir até lá seria quase um suicídio. Nesses dias estou me sentindo um lixo de auto estima, nem ficar com a minha filha direito eu consigo ,Ana era muito agitada então teria que ficar o tempo todo me movimentando atrás dela.
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Hoje faz 1 mês que eu sai do hospital e eu estou com 15 semanas quase 4 meses de gestação, Gabriela teve que voltar para o Rio, mas Henrique pediu para a Dona Nina vir para conseguir me ajudar com Ana, já que agora Marina estava grávida e ficar correndo atrás de Ana iria se tornar bastante cansativo também.
Duas grávidas com hormônios à flor da pele, você já viu que virou um inferno para esses Homens?
Eu e Henrique continuamos evitando falar no assunto da morte da Marisa o máximo que conseguimos, minha vontade era falar tudo que estava engasgado ainda mais mas eu me controlava ,eu sabia que tinha que me controlar por esse bebê e por Ana que também sentia tudo.
Não sei se um dia eu e Henrique iríamos voltar a ser um casal como antes, o receio dele mentir ou me enganar era grande de mais , mas eu iria ter que entender os seus motivos e ele o meu.
Eu já não precisava ficar o tempo todo deitada na cama,já posso andar e voltar aos poucos a minha rotina normal, só não podia ficar pegando peso.
- Camila eu preciso de um pedaço desse bolo - Marina diz roubando um pedaço do meu bolo de chocolate com recheio de beijinho. - Você é uma grávida muito egoísta - Ela diz quando pego de volta o pedaço e eu dou risada dividindo o pedaço e entrego pra ela.
- Não queremos ninguém nascendo com cara de bolo né - Eu digo , Marina estava com dois meses , a diferença dos nossos filhos seriam poucas.
- Eu estou com muita insônia - Marina diz - Como pode e eu estou só de dois meses.
- Eu também tive na gestação da Ana - Eu falo - Mas nessa está tranquila - Digo levantando as mãos para o céu agradecendo, eu passei por muitas coisas na gravidez da Ana, enjoos que duraram a gravidez inteira, tonturas, insônias, mas nada chega perto da aflição dessa gestação agora.
- Eu peguei um ranço da cara do Trix - Marina diz.
- Eu e ele já somos inimigos declarados - eu digo rindo - Mas o que aconteceu?
- Ele comeu o meu doce - Ela diz e eu caio na gargalhada - e claro que eu quase matei ele , fiz ele ir buscar outro doce na padaria, e ele foi puto.
- Esse Trix ele trabalha quanto tempo com vocês? - Eu pergunto
- Ele é sobrinho da Dona Marli - Ela diz - Ele deve ter seus 21,22 anos , deve trabalhar desdos 18 aqui - Ela fala
-Ele é muito folgado - Eu digo - Eu passo por ele e ele fica me encarando com cara feia - Eu falo
- Mas ele é bonito - Ela diz e eu dou risada .
- Quem é bonito? - Diogo e Henrique perguntam juntos.
Eu e Marina se olhamos e Marina nega com a cabeça para não falar nada, e eles sentam na mesa e ficam nos olhando.
- Trix - eu digo e Marina me solta um olhar e Henrique fecha a cara na mesma hora - Estávamos falando que ele é folgado mas ele é bonito.
- Até ontem tava querendo matar ele, agora tá dizendo que o cara é bonito? - Henrique diz me fuzilando.
- As vezes ódio pode virar amor - Marina entra no meu jogo.
- Vixeee - Diogo diz baixinho - Vou fazer a pipoca porque isso vai ser bom - Ele diz.
Henrique balança a cabeça em sinal de negação e pega uma garrafa de água e sai da cozinha.
- você é malvada - Diogo diz pegando um pedaço do bolo de Marina que dar um tapa na sua mão.
- Esse bolo e meu - Ela diz brava.
- Camila grávida já é chata , você então marina, mas agora as duas juntos - Ele diz fazendo uma careta .
- Para você ver como é aguentar você e o Henrique o tempo todo - Eu digo para ele
- A cunhadinha tá brava - Ele fala e eu nego com a cabeça.
Eu também estava um pé atrás com Diogo aliás ele participou de tudo também, mas , eu não podia ficar de cara fechada para eles se não como seria a convivência com eles aqui? E mais que tenho a Ana aqui junto.
HENRIQUE NARRANDO
Ouvir ela dizer que o Trix era bonito me fez o sangue ferver, ela fez aquilo para me provocar e eu me segurei para não matar ela ali mesmo.
Vou até o escritorio e ando de um lado para o outro e me sirvo um copo de conhaque, não imaginava que ela falar que outro cara era bonito iria me deixar tão desnorteado assim.
Eu mudei por Ela, eu estou tentando ser um homem melhor, um pai e marido dedicado, querendo construir a minha família ao lado dela.
A porta se abre do escritório e era a própria entrando com uma cara estranha.
- Oque você quer aqui? - Eu pergunto tomando o meu segundo copo de conhaque.
- Falar com você - Ela diz olhando para o copo na minha mão - Mas depois eu volto - Ela se vira mas eu o chamo.
-Espera Camila- Eu digo e ela se vira para mim - Você veio até aqui então agora você vai falar.
- É melhor não Henrique - Ela diz e olha para a garrafa encima da mesa - Nos dois sabemos que você bebendo não tem conversa.
- Quantas vezes eu vou dizer que eu não vou te machucar mais ? - Eu Digo um pouco exaltado - Eu não vou mais te machucar , encostar um dedo em você , é difícil você entender?
Ela me olhava com os olhos arregalados e me encarava, Camila tinha um olhar doce, uma aparência meiga , parecia que à qualquer momento iria quebrar de tão delicada que era.
- É que - Ela gagueja em me responder mas desiste em falar mais alguma coisa.
- No fundo você sabe disso Camila - Eu falo - Você sabe que você pode confiar em mim e que eu nunca mais vou te machucar.
- Desculpa - Ela diz me olhando - Mas eu não consigo entender essa sensação é mais forte do que eu.
- Não precisa chorar - Eu digo tentando acalmar ela que senta no sofá chorando, vou até ela - Posso? - Pergunto sentando ao seu lado e ela assente, e eu a abraço e ela se encolhe contra o meu corpo.
As vezes entender Camila era muito mais complicado do que eu tentar me entender. Ela era muito frágil e sentimental, qualquer coisa era motivo para era ficar abalada.
- Eu não sei mais oque eu posso fazer para te provar isso - Eu digo para ela que escondia a sua cabeça entre o meu peito e soluçava de tanto chorar.
- Não é você que me faz mal - Ela diz - sou Eu mesmo, eu não consigo confiar , eu aprendi a ser assim , eu confiei tanto nas pessoas e elas só me magoaram.
- Você não tem que se sentir culpada meu amor por ser assim - Eu digo para ela que agora senta e me olha .
- Eu confiei em Oswaldo e ele deixou que me levasse embora, confiei em Lucas que antes de morrer falou que eu era um estorvo na sua vida, confiei em Maria que me abandonou , confiei em Guilherme que também queria me matar , confiei em você que também quebrou a minha confiança - Ela diz - Só que você Henrique e diferente , e e deve ser porque eu o amo muito e aí dói de mais.
- Me diz oque eu posso fazer para recuperar a sua confiança - Eu digo para ela - Eu não posso te prometer que irei mudar com todo mundo, mas com você eu posso prometer e eu prometo Camila - Ela houvia tudo em silêncio - Eu consigo separar a pessoa que eu sou com vocês aqui e oque eu sou na mafia.
- Eu não sei - Ela diz tentando limpar as suas lágrimas - Você deve pensar que eu sou uma garota mimada, dramática e chata - Ela Diz fazendo uma careta - Mas a minha vida toda eu sofri e vivi conforme os outros queriam - Ela suspira - Eu tinha meses quando eu fui abandonada em um orfanato , eu vivi lá até os meus 5 anos de idade, aquele lugar era horrível, eu era muito nova para poder lembrar as coisas , mas eu lembro, eu fugi de lá junto com um outro menino que fugiu e me levou junto por pena, durante 1 ano eu vivi na rua pedindo dinheiro em sinaleiras e vendendo bala - as lagrimas escorriam pelo seu rosto sem parar e eu passei a mão para limpar elas oque fez ela se arrepiar com o meu toque - Com 6 anos Oswaldo me tirou da rua e fiquei durante um ano com ele e Maria , e do nada alguém me leva para longe deles dizendo que ele tinha me abandonado de uma hora para outra, eu era apenas uma criança, durante alguns meses eu fiquei em um lugar horrível a onde tinha várias outras crianças, até que eu fui parar na casa de Lucas e Gabriela. - Ela soluçava muito - No começo Lucas não me aceitou como sua filha, eu lembro das longas discussões com Gabriela , mas depois com os anos ele me aceitou, ele virou um pai para mim, por mais que ele fosse rude muitas vezes, ele demonstrava um pouco de carinho e eu tinha por ele também, aí no dia que ele morreu ele me diz tudo aquilo. - Ela me abraçou forte e chorava muito - E depois você sabe oque aconteceu. - Ela me olha e eu estava sem reação - Eu sei que fui infantil muitas vezes, mas pensa como e difícil para mim, eu não sei nem quem são meus pais de verdade, o mais perto de carinho materno e paterno que eu tive foi de Gabriela que está sendo muito presente na minha vida e de Oswaldo e claro de Maria mas ela não está mais aqui.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: A VINGANÇA |
Quero ler o 2 livro!!!...