A Vitória do Verdadeiro Amor romance Capítulo 131

Mônica seguiu Leonardo até o final da praia, onde a areia ainda estava úmida pelo avanço recente do mar.

Leonardo falou com uma voz suave: "Coloque sua mão na areia."

"Está bem."

Assim que colocou a mão direita na areia, a água do mar avançou, tocando-a suavemente.

A água, fria como o toque de uma manhã de inverno, lavava sua mão, fazendo com que Mônica se enrijecesse levemente, o corpo reagindo com tensão.

Algumas lembranças indesejadas surgiram, invadindo sua mente como um relâmpago.

Nesse momento, sua mão esquerda foi coberta por uma palma quente e firme.

Ela virou a cabeça.

A ampla mão de Leonardo havia envolvido sua mão esquerda de maneira protetora e silenciosa

Era um calor reconfortante e firme, que trazia paz.

O corpo tenso de Mônica começou a relaxar, e Leonardo, percebendo isso, discretamente soltou sua mão.

Mais uma vez, a água do mar banhou a areia suavemente. O azul-claro do oceano parecia dançar sob a luz, enquanto pequenas faíscas cintilavam como se fossem fadas brincando. Quando a água recuou, deixou apenas um silêncio pacífico para trás.

Mônica deixou a água do mar passar por sua mão, e então, sob a areia úmida, encontrou uma concha de um delicado tom de roxo, lembrando os crepúsculos do verão.

Depois de ficar agachada por tanto tempo que suas pernas começaram a formigar, Mônica finalmente se levantou, sentindo um leve apoio atrás de si.

Ao virar-se, seus olhos encontraram os de Leonardo, profundos e hipnotizantes, refletindo sua própria imagem.

Mônica observou aqueles olhos atraentes, hesitou por um momento, mas então falou.

"Três anos atrás, eu vim para a Cidade das Araucárias durante uma viagem de formatura. Acabei caindo na água do píer. Foi o homem que encontramos hoje de manhã, Samuel, quem me salvou."

"Então, essa é a principal razão para você ter vindo para a Cidade das Araucárias cuidar dele depois que ele perdeu os movimentos das pernas?"

Mônica assentiu.

Leonardo não precisou que ela dissesse mais nada para adivinhar isso.

Era estranho como certos sentimentos conseguem ser transmitidos sem o uso de palavras.

Após a surpresa inicial, Mônica sentiu um calor acolhedor por ser compreendida sem explicações.

Mônica curvou levemente os dedos.

"Você não acha que o incidente da queda na água foi culpa minha?"

Com Isabela, ela preferiu não entrar em detalhes, sendo o tipo de pessoa que só compartilha notícias boas.

Mas quando foi levada para a sala de emergência do hospital, os médicos, seguindo o procedimento padrão, contataram sua família.

Quando Mônica acordou e foi transferida para um quarto comum, a chamada de vídeo de Isabela havia chegado.

Entretanto, oque ela recebeu não foi o consolo ou a alegria que esperava por ter sobrevivido. Em vez disso, enfrentou uma avalanche de críticas e insultos.

Isabela a chamou de irresponsável, dizendo que, desde pequena, Mônica nunca deixava de causar preocupações.

Vitor permaneceu em silêncio, mas seus olhos demonstravam uma reprovação evidente.

Francisco, com seu tom sempre firme, disse que uma pessoa sábia não se colocaria em risco, criticando sua falta de prudência por visitar um local perigoso.

Márcio havia soltado um resmungo, zombando que, mesmo caindo no mar, ela conseguiu sobreviver… rotulando-a de "praga imortal".

Fabiana, com uma expressão inocente, insinuou que talvez Mônica tivesse se jogado na água de propósito, numa tentativa de chamar atenção e atrair preocupação da família, buscando assim ganhar simpatia.

Como poderia ser tanta coincidência? Logo após cair na água, foi imediatamente resgatada e levada ao hospital para receber os primeiros socorros.

Depois de tantas críticas, apenas Francisco apareceu no hospital, mas sua visita foi breve. Ele disse poucas palavras antes de ir embora, deixando-a novamente sozinha.