A Vitória do Verdadeiro Amor romance Capítulo 188

"Márcio, por que você não me deixa ir ao Grupo Matos para ajudar você? No momento, não tenho competições e estou sem fazer nada. Seria perfeito para dar uma mão."

Sua voz era suave, e seus olhos brilhavam enquanto o encarava.

Márcio hesitou por um instante. Fabiana não possuía experiência relevante de trabalho, e, além disso, ela nunca havia aprendido a gerenciar nada.

Seus estudos eram voltados para atividades como hipismo e golfe, que, honestamente, não tinham nenhuma aplicabilidade na administração.

Se Fabiana fosse para o Grupo Matos, seria mais um peso do que uma ajuda. Talvez acabasse gerando confusão, e ele ainda teria que ouvir reclamações de Isabela.

Após refletir bastante, Márcio decidiu recusar:

"Fabiana, não acho que seja uma boa ideia. Você não tem a experiência necessária, e, se eu permitir isso, nossa mãe certamente irá brigar comigo."

Fabiana abaixou a cabeça, e uma sombra de desânimo passou por seus olhos.

No final das contas, Márcio estava apenas pensando em si mesmo.

Se Márcio podia ser tão egoísta, então ela não via problema em ser egoísta também.

Ela tinha se sentido um pouco insegura antes.

Afinal, Márcio tinha sido bom para ela ao longo dos anos. Tudo que ela queria, contanto que estivesse ao alcance de Márcio, ele atenderia.

Mas agora, Fabiana se sentia completamente justificada.

Quando levantou a cabeça novamente, seus olhos estavam à beira de transbordar em lágrimas, e sua expressão parecia muito mais sombria.

Com uma voz quase sussurrada, ela falou: "Não tem problema, eu só queria ajudar você. Se você diz que não é possível, então esqueça.

Afinal, eles estão certos, eu sou apenas um enfeite que não serve para nada nesta família."

Ao terminar, sua voz embargou, e as lágrimas começaram a escorrer.

Márcio já tinha ouvido os rumores de que Fabiana era apenas um "enfeite".

Vendo-a chorar tão amargamente, ele suspirou profundamente, incapaz de manter sua decisão:

"Fabiana, como você pode dizer algo assim? Você é tão talentosa, nunca foi inútil. Só não queria que você ficasse sobrecarregada."

"Está bem. Você pode começar no escritório amanhã. Se a mãe perguntar, diga que eu convidei você para ajudar."

No fim, Luciana perguntou: "Mônica, você acha que o Henrique realmente gosta da Fabiana? Eu, sinceramente, não consegui enxergar nenhum afeto entre eles."

Parecia que, embora estivessem de mãos dadas e com uma postura íntima como qualquer casal na rua, Luciana simplesmente não os via como um casal.

Especialmente Henrique, não demonstrava nenhum carinho evidente por Fabiana.

O fato de Henrique ter ficado de braços cruzados e não ter defendido Fabiana em uma situação tão constrangedora não parecia indicar que ele tivesse sentimentos por ela.

Mônica pensou no relógio de marca no pulso de Henrique, e depois lembrou-se do colar de prata no pescoço de Fabiana, balançando a cabeça em negação.

"Eu também não acho que pareça."

Aquela corrente de prata, que Fabiana começou a usar ainda na adolescência, continuava em seu pescoço até hoje, sendo cuidada com o mesmo carinho de sempre.

Isso sugeria que aquela corrente de prata era, muito provavelmente, o único presente que Henrique havia lhe dado.

Embora seja verdade que bens materiais não definem o amor, eles podem, em certa medida, refletir algo sobre uma relação. Afinal, para alguém como Henrique, com sua origem abastada, dinheiro nunca foi um problema.

Talvez fosse apenas a diferença entre dar algo com intenção ou sem nenhuma consideração.