A Vitória do Verdadeiro Amor romance Capítulo 274

Eles passaram a noite inteira procurando por Fabiana, mas todos os esforços foram em vão.

Quando a aurora finalmente rompeu o véu da escuridão, os três, exaustos, congelando e vencidos pelo sono, não puderam mais resistir e voltaram para casa de carro.

Após retornarem à Enseada dos Coqueiros, Francisco e Márcio subiram silenciosos para seus quartos, desejando apenas um pouco de descanso.

Isabela, porém, permaneceu sozinha na sala, afundada no sofá, tomada por uma sensação esmagadora de cansaço e frustração.

Ela estava profundamente arrependida.

Sempre acreditou que Fabiana fosse uma jovem sensata e responsável, certa de que não haveria nenhum contratempo quanto ao casamento com Leandro. Por essa razão, permitiu que Fabiana tivesse mais liberdade.

Se ao menos soubesse que algo assim aconteceria, jamais teria hesitado em trancá-la no quarto até o dia do casamento..

Agora, contudo, arrependimento algum seria capaz de mudar o ocorrido.

Mas, além do arrependimento, o que mais a consumia era o gosto amargo da derrota.

Isabela sempre sentiu orgulho de Fabiana, considerando-a como uma obra de arte pessoal, moldada pacientemente ao longo dos anos. Uma criação meticulosamente planejada.

Contudo, naquele momento, aquela obra tão valorizada não apenas se desviava dos padrões esperados, como também a traíra no momento mais crítico.

Ela se questionou onde havia errado, mas tudo parecia seguir na direção oposta aos seus desejos.

Isabela fechou os olhos, tentando imaginar como comunicaria a Leandro o rompimento do noivado.

Naquele exato momento, o telefone tocou. Era uma ligação urgente de um executivo da empresa.

Após ouvir atentamente o que foi dito, Isabela sentiu sua raiva explodir.

Com poucas palavras, encerrou a ligação.

Dizem que a felicidade nunca vem em dobro, mas os infortúnios nunca vêm sozinhos. Foi então que ela finalmente compreendeu o verdadeiro significado dessa frase.

Enquanto a situação envolvendo Fabiana ainda estava longe de ser resolvida, um problema ainda maior atingia o Grupo Matos em cheio.

Era como se, numa noite de tempestade, uma casa já cheia de goteiras fosse subitamente castigada por uma chuva torrencial..

Uma sensação incômoda apertou o peito de Isabela, como se mãos invisíveis a sufocassem, dificultando sua respiração.

Ainda assim, conseguiu controlar a ansiedade e se acomodou calmamente em uma das cadeiras disponíveis na grande mesa de reuniões.

Felipe sequer levantou os olhos para reconhecê-la quando ela entrou.

Beatriz, por sua vez, ergueu o olhar, mas desviou rapidamente, com uma expressão fria e indiferente.

A atmosfera na sala estava carregada, tensa, quase palpável.

Enquanto olhava ao redor, Isabela notou um lugar vago na mesa, evidentemente reservado para mais alguém.

Com um "Creeeec", a porta da sala de reuniões se abriu.

Isabela ergueu o olhar e percebeu que quem acabava de entrar era Mônica.

Seu pressentimento de que algo grave estava prestes a acontecer intensificou-se imediatamente.