A Vitória do Verdadeiro Amor romance Capítulo 36

A noite estava escura, mas não o suficiente para esconder sua presença, imóvel e silenciosa, emanando uma aura tão intensa que era impossível ignorá-la.

Mônica se esforçava ao máximo para não prestar atenção nele, mas seus olhos, quase por vontade própria, insistiam em focar nele.

"Dê-me sua mão esquerda."

A voz de Leonardo soou tranquila e medida.

O timbre baixo e magnético era extremamente agradável ao ouvido, e o corpo de Mônica reagiu antes de sua mente, estendendo a mão esquerda sem nem ao menos refletir.

Quando finalmente percebeu o que estava fazendo, tentou rapidamente recolher a mão…

De forma instintiva, não queria que Leonardo notasse a marca roxa em sua mão esquerda.

Mas já era tarde. Sua mão estava segura na palma larga e firme dele.

Leonardo baixou o olhar e, franzindo levemente a testa, deslizou o anel pelo dedo anelar dela com movimentos cuidadosos.

Sob a densidade da noite, ele parecia totalmente concentrado, como se estivesse realizando algo de extrema importância.

Seus gestos eram suaves e precisos, como se ele estivesse manuseando algo de valor incomparável.

Mônica baixou os olhos.

A luz de um poste, invadindo pela janela do carro, iluminava sua mão.

O anel de diamante encaixava-se perfeitamente em seu dedo, ressaltando a alvura e delicadeza de sua mão. As pedras brilhavam como o céu mais claro de uma noite de verão.

Os diamantes cintilavam com intensidade, como uma estrela solitária no véu noturno, puros e brilhantes, fazendo Mônica parecer pálida em comparação.

No olhar de Mônica, havia uma admiração silenciosa.

Logo, a luz do poste sumiu, deixando o interior do carro imerso em penumbra.

Leonardo, com os lábios fechados e olhos escuros refletindo luzes e sombras, permanecia sereno e composto, mas havia um toque de alegria em sua voz que ele mal conseguia disfarçar.

"Esse anel combina muito bem com você, Sra. Cruz."

De fato, combinava perfeitamente.

Tanto o estilo quanto o tamanho eram exatos, como se tivessem sido feitos sob medida.

Mônica então se lembrou do nome do anel: "Olhos de Estrelas".

Após um instante, Mônica comentou: "O tamanho do anel é realmente perfeito. Que coincidência."

Uma risada baixa escapou da garganta de Leonardo: "Também acho que sim."

Uma grande coincidência.

Ela raramente sentia tanta tensão.

Mesmo em inúmeras competições, grandes e pequenas, jamais havia experimentado um nervosismo como o daquele momento.

Sua mente estava em branco, guiada apenas pelo instinto, ao escolher o dedo mais próximo e deslizar o anel por ele.

Leonardo notou seu nervosismo e sorriu levemente.

Com um tom suave, ele a lembrou: "Sra. Cruz, o anel de casamento deve estar no dedo anelar."

Mônica recobrou a consciência e percebeu que havia colocado o anel no dedo médio em vez do anelar.

Corando, ela abaixou a cabeça e corrigiu o engano, deslizando o anel no dedo certo.

Durante todo o processo, Mônica sentiu o rosto aquecido e o coração disparado, sem ousar levantar os olhos para encontrar o olhar dele.

Ao concluir, Mônica rapidamente desviou o rosto, olhando pela janela do carro, onde as luzes de neon passavam em velocidade, misturando-se com as sombras das árvores.

Ainda assim, podia sentir o olhar penetrante de Leonardo sobre ela, como uma chama intensa.

Em um impulso, Leonardo segurou sua mão esquerda.

Foi então que Mônica notou que ele havia levantado a manga de sua mão esquerda sem perceber, expondo a marca roxa e verde ao ar, refletida também nos profundos olhos de Leonardo.