A Vitória do Verdadeiro Amor romance Capítulo 8

Quanto à indiferença de Isabela com a Mônica...

Isabela era sua mãe, e ele, sendo mais jovem, não tinha posição para criticá-la.

Fabiana também não disse mais nada, apenas franziu os lábios.

Mônica embarcou no avião às nove horas e aterrissou na Ilha da Pedra Pintada às onze e meia.

Ao desembarcar, avistou Luciana, com seus longos cabelos ondulados, usando um elegante vestido longo bege claro.

Luciana não via Mônica há três anos e, quando a viu, não pôde evitar que seus olhos se enchessem de lágrimas, examinando-a de cima a baixo enquanto segurava suas mãos.

"Dizem que tanto os homens quanto as mulheres tendem a ganhar peso depois do casamento, como você conseguiu emagrecer? Você deve ter passado por muita coisa nesses três anos."

Mônica sorriu e acenou com a cabeça: "Não foi tão difícil."

"Não fale bem do Samuel, pois ele ficou paralisado da cintura para baixo, incapaz de cuidar de si mesmo nos últimos três anos. Cuidar de alguém que está acamado e doente é sempre um grande sacrifício."

"Até mesmo os cuidadores de nosso hospital, que são pagos para isso, relutam em cuidar de pacientes acamados, por causa de seu temperamento difícil e das muitas complicações!"

Luciana, por ser médica, sabia melhor do que ninguém o quanto Mônica havia se dedicado nos últimos três anos.

Ao pensar no sacrifício de Mônica, que acabou não sendo valorizado, Luciana não pôde conter sua indignação.

"Eu cheguei a pensar que somente os idosos da família Machado eram problemáticos, que se o Samuel fosse bom para você, tudo bem. Se soubesse desde o início que Samuel era tão desprezível quanto eles, ele o teria impedido há três anos, não permitindo que você fosse para a Cidade das Araucárias!"

Quanto mais ela falava, mais solidária se sentia.

"Você não apenas sofreu em vão por três anos, mas também desperdiçou sua juventude. Se você não tivesse ido cuidar daquele Samuel desprezível naquela época, certamente brilharia em sua carreira agora com o seu talento mesmo que não alcançasse a fama logo de cara."

Mônica demonstrou um talento excepcional para a pintura desde os cinco anos de idade e, mais tarde, foi escolhida pelo mestre das artes nacionais, Patrício, como sua única discípula direta, apesar das convenções.

Depois de dez anos estudando pintura com Patrício, Mônica recebeu vários prêmios, grandes e pequenos.

Até Patrício anunciou que Mônica seria a única herdeira de sua escola artística.

No mundo da arte, a fama chega cedo.

Depois de dez anos estudando pintura, aos vinte anos, Mônica estava no momento de brilhar em sua carreira, desfrutando de sucesso e reconhecimento.

A família Oliva também era uma das famílias mais prestigiadas da Ilha da Pedra Pintada, e Luciana morava em um grande apartamento de duzentos metros quadrados.

Luciana, adepta fervorosa do não casamento, ainda seguia seu caminho sozinha, sem marido nem filhos.

Com um apartamento tão grande, acomodar mais uma pessoa não seria um problema.

Assim que Mônica entrou no hall de entrada, sem sequer ter tempo de tirar os sapatos, recebeu um telefonema da mãe de Samuel, Rebeca.

"Mônica, você e o Samuel poderiam vir jantar em casa hoje à noite?"

A voz de Rebeca era suave e fraca, sem nenhuma agressividade, nem deixava transparecer sua emoção.

Mônica recusou educadamente: "Não, senhora, Samuel e eu já terminamos, e agora nem estou mais na Cidade das Araucárias."

"Soube pela Vivian que o Samuel não pôde comemorar o terceiro aniversário de casamento com você ontem porque foi buscar a Débora no aeroporto."

Rebeca suspirou profundamente, com um tom um tanto resignado: "Minha querida, como você pode ser tão insensível? Toda essa história de aniversário de casamento é apenas uma formalidade."

"Samuel e Débora cresceram juntos, por isso têm uma ligação muito forte. O Samuel apenas foi buscá-la no aeroporto. Você se zangar com ele por uma coisa tão pequena e até sair de casa é um exagero."