A Vitória do Verdadeiro Amor romance Capítulo 83

Leonardo sempre foi de poucas palavras, mantendo uma postura reservada e controlada.

Ainda assim, Mônica, com um leve sorriso e olhar confuso, comentou: "Acho que eu não era tão excepcional antes."

Mesmo com seu título como herdeira dos Patrício, Mônica nunca se sentiu especial o suficiente para merecer a atenção de Leonardo.

"Para mim, a Sra. Cruz sempre foi excepcional."

O olhar de Leonardo ganhou um peso súbito.

"Se não fosse, como explicar tantos admiradores no passado?"

Mônica corou imediatamente.

De fato, no ensino fundamental, ela tinha muitos admiradores, afinal, era bonita, vinha de uma família influente e exibia um talento notável para pintura.

Cartas de amor apareciam em sua carteira nos intervalos, e estudantes mais velhos a abordavam para confessar seus sentimentos.

No entanto, estava claro que Leonardo nunca fora um desses admiradores.

Ela encontrou novamente o olhar significativo de Leonardo.

Um pensamento alarmante cruzou sua mente:

Talvez algum de seus admiradores fosse amigo dele, e por isso Leonardo acabara notando-a também.

Com essa ideia perturbadora, Mônica sentiu um arrepio e inconscientemente arrastou o pé no chão, tentando se recompor.

Felizmente, Leonardo mudou de assunto: "Sra. Cruz, vamos para casa."

Ele segurou a mão dela, envolvendo-a completamente na sua.

O calor de sua palma aliviou um pouco o constrangimento, e Mônica assentiu.

Ela lançou um olhar discreto para suas mãos entrelaçadas e se perguntou quando se acostumara tanto com o toque de Leonardo.

Antes, segurar mãos a deixava corada e fazia seu coração disparar, mas agora, era um gesto natural.

Afinal, o hábito era algo curioso.

A viagem do evento ao Condomínio Parque das Acácias foi breve, e logo chegaram ao destino.

Já era tarde, então Mônica foi diretamente para o estúdio e começou a organizar cuidadosamente seus materiais de pintura.

Ela tirou os materiais da mala, colocou-os sobre a mesa e começou a praticar suas habilidades básicas.

Duas horas depois, finalmente saiu do estado de concentração.

Por hábito, guardou todos os materiais na mala e deixou a mesa organizada como antes.

Após um banho relaxante, Mônica viu uma mensagem de Luciana:

[Por acaso estou de folga amanhã. Que tal você e Leonardo virem aqui em casa?]

Ela percebeu que seu sentimento por Samuel era apenas uma afeição leve, algo que nunca chegou a acelerar seu coração.

Em relação a Leonardo, por ora, era uma paixão, um gostar.

Quanto à fase do amor, ela ainda não compreendia totalmente, pois nunca havia experimentado.

Mônica era prática e não ficava se atormentando por perguntas sem resposta. Se algo não fazia sentido, deixava para lá.

Inicialmente, pensou em mandar uma mensagem para Leonardo no WhatsApp sobre a visita à casa da família Oliva, mas achou estranho.

Afinal, os dois moram no mesmo lugar, a apenas alguns passos de distância, o suficiente para ficarem cara a cara a qualquer momento.

Decidiu, então, descer para falar com ele pessoalmente.

Ao se aproximar do escritório de Leonardo, viu que a porta estava aberta e ele estava sentado diante do computador, concentrado no trabalho.

Ainda vestindo o terno cinza prateado, sua aparência séria e focada lhe conferia uma imponência indiscutível.

Antes que pudesse bater na porta, o toque do celular em seu bolso soou repentinamente.

Já eram quase dez horas, um horário em que poucos ligariam, exceto os mais próximos.

Ao olhar o visor, viu que era uma chamada IP da Cidade das Araucárias.

Mônica franziu a testa. Nos últimos dias, havia recebido várias ligações de números desconhecidos daquela cidade, todas tratadas como telemarketing e prontamente ignoradas.