A Vitória do Verdadeiro Amor romance Capítulo 84

Não precisava pensar muito para saber que a ligação era novamente da família Machado.

Eles realmente não davam trégua.

Mônica estava prestes a desligar quando ouviu uma voz ao seu lado.

"Ligação indesejada?"

Era Leonardo, que tinha se aproximado sem que ela percebesse.

Mônica balançou a cabeça, meio frustrada.

"Não, é da Cidade das Araucárias. Eles têm ligado com diferentes números nos últimos dias.

Já deixei claro para eles, mas parecem não desistir."

Embora o assunto envolvesse a família Machado e fosse delicado, esconder só traria problemas para o relacionamento. Era melhor ser honesta.

"Quer que eu fale com ele?"

Mônica hesitou, mas então assentiu: "Sim."

Leonardo, com seus braços longos, pegou o celular de sua mão.

Ela não conseguia ouvir o que diziam do outro lado da linha, mas as palavras de Leonardo, ditas com uma calma impressionante, eram inconfundíveis.

"Mônica agora é minha esposa. Devidamente casada, com certificado e tudo. Por favor, não a incomode mais."

Leonardo continuou, com um toque de provocação.

"Se o Sr. Machado puder se acalmar, talvez até lhe envie um convite de casamento, em agradecimento por ter gentilmente aberto mão."

Mônica não conseguiu evitar um olhar discreto para Leonardo.

Não esperava que ele tivesse esse lado provocador.

Podia até imaginar Samuel do outro lado da linha, furioso.

"Caso contrário, não hesitarei em deixar meus advogados entrarem em contato com você."

A última frase foi firme e imponente, com uma força que impunha respeito sem necessidade de raiva, carregando uma sensação de autoridade incontestável.

Mônica ficou um pouco atônita ao vê-lo assim. Ele sempre fora tão gentil com ela que nunca imaginara esse lado autoritário e decisivo.

Ela nunca tinha visto esse lado dele.

"Sra. Cruz?"

A voz de Leonardo a trouxe de volta à realidade.

"Está resolvido. Se ele voltar a ligar, me avise que deixarei meus advogados cuidarem disso."

Para Mônica, o que importava era que o problema estava resolvido. Ela assentiu.

"Está bem."

"Se estiver nervosa, podemos adiar a visita ou eu mesmo posso avisá-los por telefone."

Ela balançou a cabeça.

"Um telefonema parece impessoal, e há detalhes que não seriam transmitidos adequadamente. Além disso, por respeito, é importante que eu te acompanhe.

E, afinal, uma nora tem que conhecer os sogros - não estou tão nervosa."

Mônica se lembrou de outra coisa e comentou: "Luciana acabou de mandar uma mensagem dizendo que estará de folga amanhã. Eu estava pensando em perguntar se você tem tempo, assim poderíamos fazer uma visita à família Oliva."

Leonardo ergueu levemente as sobrancelhas, com um olhar caloroso.

"Podemos fazer isso. Amanhã, vamos à casa da família Oliva pela manhã e, jantamos com minha família à noite."

"Da próxima vez, Sra. Cruz, pode falar diretamente comigo, não me trate como um estranho."

Enquanto falava, ele estendeu a mão para arrumar um fio de cabelo que o vento deslocara no rosto dela.

O toque foi suave, mas o breve contato de suas peles despertou um calor inesperado.

As orelhas de Mônica começaram a arder como se estivessem sendo aquecidas por uma chama, e ela assentiu rapidamente, sem ousar dizer mais. Despediu-se apressadamente e voltou para seu quarto.

Assim que fechou a porta, Mônica encostou-se nela.

O silêncio do quarto era tão profundo que ela podia ouvir seu próprio coração batendo como um tambor.

Ela não sabia se os sentimentos por Leonardo iriam mudar com o tempo ou diminuir, mas naquele instante, o som do coração batendo era muito alto.