Abaixar a Cabeça? Impossível! romance Capítulo 15

Os passos apressados de Ricardo ecoavam pelos corredores do hospital. O som vago de seus sapatos italianos misturava-se com o zumbido das luzes fluorescentes e os bips distantes dos monitores cardíacos.

Era para ser um dia tranquilo.

Kesia havia se machucado no pé, algo simples que exigia apenas um tratamento rápido, e ela seria liberada em breve. No entanto, sua condição piorou de forma repentina.

Quando Ricardo chegou à porta da sala de emergência, encontrou Glenda aos prantos, sem conseguir respirar direito.

"Ricardo, você chegou! A Kesia, ela..."

Glenda mal conseguia terminar a frase, tomada pelo choro.

Ricardo perguntou, ansioso: "O que aconteceu, afinal?"

Glenda estava tão abalada que mal conseguia falar.

Gilberto interveio: "Está na emergência agora. Acabamos de acompanhá-la em uma série de exames urgentes."

Entre lágrimas, Glenda revelou: "Ela tem câncer no útero, problemas cardíacos e também algo no fígado. Como vamos lidar com tudo isso? A vida dela tem sido tão difícil."

A voz de Glenda transbordava de preocupação por Kesia.

Ao ouvir sobre as várias doenças que Kesia enfrentava, Ricardo sentiu uma dor profunda no peito.

Glenda, ainda chorando, lamentou: "Ela deve ter se descuidado muito nos últimos dois anos fora do país, e por isso sua saúde piorou tanto."

Uma doença já seria o suficiente para ameaçar a vida de alguém.

Mas Kesia estava enfrentando várias ao mesmo tempo.

Com a chegada de Ricardo, o diretor do hospital apareceu, acompanhado por uma equipe de especialistas.

Vendo o diretor, Ricardo, com a expressão tensa, disse com firmeza: "Façam tudo o que for necessário para curá-la. Se não o fizerem, podem se preparar para fechar este hospital!"

O diretor ficou visivelmente abalado com a ameaça.

Jessica, que estava entre os especialistas, pensou consigo mesma: "Que atitude mais rebelde!"

...

Enquanto isso, Sylvia dormia, incomodada pelo constante vibrar do telefone. Ela ignorava uma chamada após a outra.

Finalmente, já irritada, atendeu: "Vocês estão tentando me enlouquecer?"

Ela só tinha terminado com um namorado nojento. Realmente era necessário ficar ligando sem parar?

Estava prestes a perder a paciência...

"Sylvia, sou eu." - a voz de Jessica soou do outro lado.

O tom de irritação de Sylvia desapareceu instantaneamente. Ela olhou para o horário no celular: já era uma da manhã.

"Você ainda não saiu do trabalho?"

Jessica era sempre muito ocupada, difícil de ser encontrada durante o dia. Mas ligar no meio da noite para conversar...?

Jessica perguntou: "Então, qual é a situação entre você e o Ricardo? Vocês vão se casar em uma semana, e ele está todo preocupado com a Kesia?"

Sylvia respondeu: "Você não viu as notícias de hoje?"

Sylvia concordou: "Com certeza!"

Parecia que a justiça finalmente a alcançou.

Kesia sempre foi problemática, com um caráter duvidoso, pronta para prejudicar os outros.

Agora, chegou a hora dela pagar.

"Mas como ela desenvolveu câncer no útero? Isso é estranho."

Sylvia instintivamente pensou que o câncer no útero atingiria mulheres casadas, mais velhas ou com uma vida privada desregrada.

Kesia era tão jovem, como ela poderia ter desenvolvido essa doença?

Jessica respondeu, sem hesitar: "Isso… é difícil de dizer."

"..."

"Eu tenho ética médica, não vou especular. Mas, por causa de você, vou viajar para o exterior por um tempo e não vou me envolver no tratamento dela."

"Entendi."

Jessica era reconhecida como uma das melhores especialistas em ginecologia, mas havia outros médicos competentes que poderiam cuidar de Kesia.

E, no fundo, Jessica também detestava a Kesia.

Ela quase tirou a vida de Sylvia, e por isso, as pessoas próximas a Sylvia não conseguiam sentir simpatia por ela.