Abaixar a Cabeça? Impossível! romance Capítulo 192

"Como todos o bajulam, você acabou se deixando levar por isso."

Foi uma declaração direta, incisiva e, ainda assim, verdadeira.

Ricardo quase desmaiou de raiva: "Sua mulher…!"

Sylvia continuou provocando: "Você pode ser o presidente do Grupo Borges agora, mas será que preciso lembrá-lo de quem realmente está no comando?"

Ricardo ficou furioso: "Cale a boca!"

Sylvia perguntou: "Seu pai pode não estar muito presente na empresa atualmente, mas qualquer assunto acima de cem milhões ainda precisa da assinatura dele, certo?"

"Ainda teve a audácia de dizer que o valor não importa! Você é capaz de juntar tanto dinheiro? Se seu tio soubesse que é para pagar o tratamento daquela pessoa doente, você acha que ele concordaria?"

Ouvir Sylvia falando sem parar quase fez a cabeça de Ricardo explodir.

Aquela mulher… quando não usava os punhos, utilizava essas língua afiada.

Naquele momento, Ricardo desejava que ela simplesmente batesse nele em vez de falar tanto. Suas palavras eram simplesmente venenosas ao seu ouvido.

Mas ele não podia negar que Sylvia estava dizendo a verdade.

Desde o retorno de Kesia, o processo de desembolsos financeiros na empresa havia mudado.

As grandes despesas não dependiam mais apenas da assinatura do CEO. Agora elas também precisavam da assinatura do presidente do conselho.

Mas ela havia cometido um erro: não eram cem milhões, mas sim... dez milhões ou mais que precisavam da assinatura de Gustavo!

Ricardo ficou tão furioso que tudo ao seu redor pareceu escurecer: "Então me diga suas condições."

Sylvia debochou: "Eu já lhe avisei que você não pode pagar, por que ainda está perguntando sobre as condições? Você vai tentar tomar à força?"

Essas palavras fizeram Ricardo quase cuspir sangue.

Ele estava prestes a encerrar a ligação, mas, ao se recordar da dificuldade que enfrentara para conversar com Sylvia nos últimos tempos, decidiu se conter.

Sylvia perguntou: "Vai querer mesmo tomar à força? Você está se superestimando."

"Não estou!"

"Então você tem o dinheiro? A Baía Dourada custaria pelo menos quinhentos milhões, certo?"

Quinhentos milhões!

Ao ouvir esse número, Ricardo ficou ainda mais pálido.

Ele queria dizer que Sylvia estava pedindo demais, mas teve que admitir que o valor de mercado realmente era aquele.

Ricardo respirou fundo: "Eu não tenho esse dinheiro agora."

Aquela mulher maldita! Como ele nunca havia percebido o quão astuta ela era? Sabia exatamente o que acontecia dentro do Grupo Borges com uma precisão implacável…

Ela estava certa, o poder que foi originalmente dado a seu pai...

Desde que Kesia voltou, o que parecia uma mudança nas regras, na verdade, foi uma forma retirar a maior parte do poder que ele tinha!

Sylvia soltou uma risada, com olhar desafiador: "Ah, então é verdade, você realmente não tem dinheiro? Estava, de fato, me implorando, com a mesma atitude de antes?"

Ricardo: "..."

Ao ouvir a palavra "implorar." - seu rosto escureceu completamente.

Implorar a Sylvia? Quem ela achava que era?

"Ele ainda está procurando por você? Por quê?"

Sylvia pegou um pedaço de fruta com um garfo e o colocou na boca: "Ele descobriu que você é o proprietário daqui e pediu a minha ajuda para fazer uma ponte. Ah!"

Assim que ela terminou de falar.

Ela mordeu uma semente dura da fruta.

Jeferson, instintivamente, estendeu a mão, assim como fazia quando Sylvia era criança, quando ela se engasgava com a comida e precisava cuspir.

Naquele momento, Sylvia viu a palma da mão estendida do homem à sua frente e hesitou.

Ela rapidamente se virou e foi para o banheiro.

Quando ela voltou, havia um lampejo de reclamação em seus olhos: "Por que você gosta tanto de comer isso? As sementes são tão duras, e chegam a machucar os dentes."

Era uma goiaba vermelha.

Sempre que Sylvia comia, seus dentes sofriam, mas Jeferson não conseguia resistir - ele adorava.

Ao vê-la reclamar, Jeferson riu levemente: "Não seja tão exigente."

Sylvia ficou sem palavras: "..." - Era uma questão de ser exigente?

Aquilo simplesmente tornava a experiência de comer desagradável.

Jeferson, com um gesto de carinho, beliscou o nariz dela: "Por que não xingou ele diretamente?"

Ele ainda amava a maneira como ela era tão feroz, como um filhote predador, que não se deixava abater, mesmo quando ele não estava prestando atenção.