Abaixar a Cabeça? Impossível! romance Capítulo 28

Jeferson arqueou as sobrancelhas.

Porém, Sylvia o abraçou pelo pescoço, soluçando sem conseguir respirar, como se estivesse profundamente ferida.

O gesto instintivo dela fez com que a raiva nos olhos de Jeferson se desfizesse.

Suas mãos, que estavam suspensas no ar, acabaram envolvendo a cintura fina de Sylvia, ao vê-la chorar descontroladamente.

Sylvia o abraçou forte pelo pescoço: "A minha mãe está bem?"

Jeferson a envolveu com mais firmeza: "Então você ainda lembra que tem uma mãe?"

Ele imaginou que, depois de ter retornado à Família Menezes, ela teria esquecido completamente tudo sobre Paris!

Sylvia o apertou ainda mais forte, com os soluços tornando-se mais intensos e incontroláveis.

...

Duas horas depois.

Sylvia contou, entre lágrimas e suspiros, todas as razões pelas quais havia deixado Paris três anos antes.

Nos três anos em Cidade Orozco, ela não havia derramado uma única lágrima.

Mesmo com a Família Menezes tratando-a daquele jeito, ela não chorou, mas ao falar sobre tudo o que aconteceu em Paris, ela finalmente cedeu.

A Família Resende sempre foi seu apoio incondicional.

E Jeferson também foi seu alicerce emocional...

Perder tudo de uma vez - essa dor era como um purgatório, algo que ela nunca ousou relembrar nos últimos três anos.

Como tantos disseram, quando ela partiu, foi quando a Família Resende enfrentava uma tempestade.

Se pudesse, ela teria permanecido ao lado de Jeferson.

Mas na Família Franco, havia a Carla Franco. Aquela mulher que amava Jeferson.

Na noite da morte de seu pai, em meio à turbulência, ela e seu irmão Fabio sequestraram sua mãe, forçando-a a abandonar a Família Resende.

Se ela não partisse, eles matariam sua mãe. Sob tal coação, Sylvia não teve escolha senão concordar.

Deixar a Família Resende, e cortar qualquer vínculo com Jeferson.

Três anos atrás, a Família Franco, em Paris, ainda era uma força dominante...

A morte repentina de seu pai e a base instável de Jeferson o tornaram vulnerável diante da Família Franco naquele momento.

E Jeferson e Fabio sempre estiveram em desacordo. Carla amava Jeferson, então ela não permitiu que Fabio interferisse nos projetos da Família Resende.

Sylvia não ousava colocá-lo em perigo.

Se sua partida pudesse trazer um momento de paz para a Família Resende, ela faria qualquer coisa para garantir que ele tivesse essa chance de respirar.

Quanto mais Jeferson ouvia, mais sua expressão ficava fria: "Eles te ameaçaram e você cedeu?"

"Eu não tive coragem de resistir, eles usaram a vida da minha mãe para me chantagear."

Jeferson apertou os olhos ligeiramente: "E você realmente não entrou em contato conosco?"

"Eu não ousei!"

Por não sentir nada por eles, aquelas pessoas não conseguiram atingi-la nem um pouco.

Mas a Família Resende era diferente...

Sua mãe a amava tanto. Desde pequena ela sabia que fora adotada por Jeferson.

Mas sua mãe sempre a tratou como se fosse filha biológica, cuidando dela como uma princesa.

Jeferson soltou um resmungo frio: "Ah!"

Sylvia perguntou novamente: "A minha mãe está bem ou não?"

"Bem, ela fez promessas e orações por você durante esses três anos, temendo que você morresse de frio enquanto não estivesse em casa."

Sylvia: "…"

Morrer de frio?

Ela seria uma flor de estufa, incapaz de sobreviver fora de sua zona de conforto?

Mas, ao ouvir que sua mãe tinha orado e feito promessas por ela durante todo esse tempo, Sylvia não conseguiu evitar se emocionar.

Ela olhou ansiosamente para Jeferson: "Mamãe realmente passou três anos fazendo juramentos?"

Jeferson deu-lhe um cascudo.

Sylvia, com dor, cobriu a cabeça, sem se atrever a emitir qualquer som.

Jeferson continuou seu interrogatório: "Três anos atrás, houve uma razão para tudo. Mas, e quanto a Família Menezes e o Ricardo?"