Abaixar a Cabeça? Impossível! romance Capítulo 631

A palavra "recompensa" foi dita por Felipe com tanto peso que, se alguém prestasse bastante atenção, poderia perceber uma intenção oculta em seu tom.

Mas, infelizmente, Íris estava completamente atordoada naquele momento e não captou nada disso.

"Você... você quer uma recompensa?"

Como assim...?

Ela tinha pedido ajuda à Sylvia, não?

Provavelmente Sylvia havia falado com o Sr. Resende, certo? E o Sr. Resende, por sua vez, tinha passado a tarefa para Felipe?

Então, agora que Felipe vinha cobrar recompensa diretamente dela, isso não seria ganhar dinheiro por fora?

A mente de Íris girava rapidamente.

"E... o Sr. Resende sabe disso?"

Íris perguntou em voz baixa.

Afinal, não era algo muito honroso. Se o Sr. Resende soubesse, Felipe certamente teria problemas sérios, não é?

Mesmo assim, ele ainda se atrevia...

Ao ouvir aquilo, Felipe riu de leve, com um leve desdém: "Você está me ameaçando?"

"Hã? Não, não, eu não estou!"

Íris balançou a cabeça apressadamente.

Era brincadeira? Ameaçá-lo? Ela não queria arriscar a própria vida!

Se Felipe, do nada, a acusasse de qualquer coisa, nem Sylvia conseguiria protegê-la.

"Eu não estou, eu só... eu só..."

As palavras sumiram da boca de Íris, que acabou baixando a cabeça, parecendo uma criança indefesa.

Isso era o verdadeiro retrato da fraqueza e impotência.

Felipe olhou para ela, trêmula como um passarinho, e um sorriso surgiu no canto de seus lábios: "Só o quê?"

"Eu só... não tenho dinheiro..."

As palavras "não tenho dinheiro" saíram da boca de Íris quase como um sussurro, fracas como o zumbido de um mosquito.

Ela realmente não tinha dinheiro naquele momento.

Quando saiu de Cidade Orozco, não levou bagagem alguma; chegou a Paris depois de muito esforço e, perseguida, ainda perdeu a bolsa.

Enfim, ultimamente, sua sorte era péssima.

Ao ouvir o "não tenho dinheiro" de Íris, o sorriso de Felipe congelou por um instante.

Depois, disse de forma enigmática: "Parece que você está me devendo bastante, hein?"

Íris: "..."

Bastante? Será mesmo?

Será que, no futuro, ela conseguiria pagar?

Do lado de Sylvia.

Quase adormecendo, ela atendeu ao telefone, meio sonolenta. Era uma ligação de Ricardo.

Pelo telefone, Ricardo disse: "Sylvia Ye, estou em Paris agora. Podemos nos encontrar?"

Sylvia: "..."

Ao ouvir que era Ricardo, Sylvia ficou confusa por um momento.

Ela achava que, depois que voltasse para Paris, nunca mais teria qualquer ligação com Ricardo.

Mas agora...

"O que você disse?" Ele estava em Paris?

Ricardo: "Estou em Paris, desembarquei há uma hora. Quero te ver."

Naquele momento, o "quero te ver" de Ricardo, mesmo atravessando a linha telefônica, carregava uma doçura inegável.

Era um tipo de carinho que Sylvia nunca tinha ouvido de Ricardo enquanto estava em Cidade Orozco.

Mas esse sentimento, quando direcionado à pessoa errada, não causava ternura, e sim arrepios.

E foi exatamente o que aconteceu com Sylvia: as palavras de Ricardo a despertaram completamente, provocando até mesmo um calafrio.

O sono que tinha simplesmente desapareceu.

Sentou-se na cama, riu de leve e falou ao telefone: "Veio para o meu casamento?"