Abaixar a Cabeça? Impossível! romance Capítulo 649

Rosalia percebeu que Sylvia não respondeu.

Então, mudou de assunto: "Afinal, você quer ou não?"

"O quê?"

"Dinheiro, ué. Para dividir com você, o dinheiro da Família Menezes."

Sylvia ficou em silêncio diante daquelas palavras.

Ela respirou fundo e disse: "Você acha mesmo que eu preciso de dinheiro agora?!"

"Não precisa, mas o dinheiro da Família Menezes é diferente. É como se você estivesse pegando de volta algo deles."

Antes, quando ela trabalhava no CLUBE LUNA, ouviu como Gilberto defendia Kesia, dizendo que essa era sua irmã querida.

Naquela época, Rosalia já se perguntava que tipo de pessoa ele era.

Sylvia perguntou: "Mas me diz, o que você viu no Gilberto?"

"Eu? No Gilberto?"

Ao ouvir isso, a expressão de Rosalia se transformou como se tivesse engolido uma mosca.

Sylvia ficou sem palavras. Já tinham até filho juntos, não era porque se interessou por ele?

Vendo que Sylvia parecia querer falar e desistia, Rosalia perguntou: "Você acreditou naquelas fofocas?"

Diziam que Rosalia queria subir na vida usando o filho, mas nem assim tinha conseguido.

Glenda já tinha ido falar com ela algumas vezes, sempre furiosa.

Rosalia disse: "Quem se interessou por ele? Se for para falar a verdade, o que me chamou atenção foi o dinheiro dele."

Sylvia: "Dinheiro?"

"Isso mesmo. Eu era pobre. O filho foi um acidente, mas já que aconteceu, eu tinha que me responsabilizar."

"…"

"Claro, responsabilidade também é dele, não ia criar sozinha de graça."

Sylvia ficou chocada.

Essa mulher era incrivelmente lúcida.

Desde o início, não era o Gilberto que ela queria, era o dinheiro dele. Se fosse outra pessoa, talvez não admitisse isso.

Vendo Sylvia em silêncio, Rosalia sorriu de leve: "O que foi? Tem nojo de mim? Faz sentido. Nós, que vivemos como formigas, vocês, princesas nascidas nas nuvens, não conseguem entender."

Sylvia respondeu: "Eu não te menosprezo."

As vidas das pessoas são diferentes.

Se ela mesma não tivesse encontrado a Família Resende, talvez não teria tido tanta sorte com outra família.

Rosalia continuou: "É normal ter desprezo. Com quatorze anos já estava trabalhando, fiz de tudo, garçonete, entregando panfleto na rua, vendedora, não teve nada que eu não tivesse tentado."

"Depois, descobri que vender bebida dava mais dinheiro, então fui. Moralidade? Para mim, dinheiro era mais importante."

Por algum motivo, Rosalia estava contando tudo aquilo para Sylvia.

Sylvia apenas escutava em silêncio.

"Não." Rosalia respondeu sem se importar.

Sylvia questionou: "Então por quê?"

"Santiago tem status, tem dinheiro, é suficiente."

Sylvia perguntou: "De novo por dinheiro?"

Rosalia ficou em silêncio.

Pegou um maço de cigarros da bolsa, acendeu um e deu uma tragada.

Sylvia olhou para ela e, naquele momento, percebeu um traço de tristeza no perfil de Rosalia.

Depois, ouviu Rosalia dizer: "Amor é coisa de princesinha como você. Gente como eu não tem tempo para isso."

"Só resta falar de dinheiro, afinal…"

Nesse instante, Rosalia pausou, depois olhou para Sylvia: "Afinal, a gente foi pobre por tempo demais."

Sylvia ficou calada.

Ao ouvir aquilo, sentiu-se tocada.

Ela não compreendia totalmente o que Rosalia sentia, mas pelo tom, podia imaginar.

Rosalia tragou o cigarro até o fim.

Depois, tirou um cartão da bolsa e entregou para Sylvia.

Sylvia perguntou: "O que é isso?"