Abaixar a Cabeça? Impossível! romance Capítulo 656

Sala de estar.

Restaram apenas Nazario e Íris. Íris foi a primeira a falar: "Eu realmente não fiz de propósito, eu..."

Ela se lembrou do que Dimas havia acabado de dizer.

Na verdade, durante esse tempo, ela já era vista como suspeita ao lado de Felipe, e agora ainda acontecia uma coisa dessas.

"Como está o ferimento dele?" Íris mudou de assunto.

Agora, qualquer explicação não adiantaria mais; mesmo que explicasse, as pessoas próximas a Felipe não acreditariam nela.

Nazario respondeu: "Abriu tudo de novo."

Íris arregalou os olhos: "Ficou tão grave assim?"

Nazario levou a mão à testa: "Você colocou todo o seu peso em cima dele naquela hora. Afinal, são mais de cinquenta quilos, né?"

Íris: "!!!"

Espera aí...

"Eu só tenho quarenta e quatro quilos."

Nazario: "..."

Parece que eles não estavam discutindo exatamente o peso agora, não é?

Depois de rebater, Íris também ficou atordoada. O que ela estava fazendo? Por que estava discutindo isso?

Talvez esse fosse mesmo o ponto principal...

E se, enquanto estivesse com Felipe, ela acabasse engordando?

Nazario: "Quer que eu te pese agora?"

"Hã?"

Íris balançou a cabeça rapidamente: "Não, não precisa. Então, ele não vai ter maiores problemas, né?"

Esta última frase foi dita com muito cuidado; ela realmente estava preocupada de ter causado algo sério a Felipe.

Afinal, ele estava machucado.

Além disso, parecia que ela nunca conseguia se acertar com Felipe.

Nazario respondeu: "O problema é sério, sim. O médico insistiu bastante que ele precisava repousar."

"Sim, faz sentido." Íris assentiu.

Nazario então disse: "Então, daqui pra frente, vou deixar ele por sua conta."

"Hã? Não, eu não posso..."

Deixar aos cuidados dela?

De jeito nenhum.

Segundo a lógica de Nazario, realmente parecia ser culpa dela. E era mesmo.

Por fim, Nazario foi embora.

Íris ficou parada, cautelosa, diante da porta do quarto de Felipe. A porta estava aberta. O homem estava sentado na cama, falando ao telefone.

Não dava para saber o que diziam do outro lado; só se ouvia Felipe, com um olhar gélido e ameaçador, dizer três palavras: "Acabe com isso."

Essas três palavras carregavam um perigo extremo.

Não precisava de mais explicações, Íris entendia muito bem o significado daquele "Acabe com isso".

Se o alvo fosse uma pessoa, provavelmente ela não veria o nascer do sol no dia seguinte.

Vindo de um mundo antes tão seguro, de repente a vida dos outros parecia tão frágil — Íris sentia um turbilhão de emoções dentro de si.

E, naquele momento, ela percebia com clareza que cenas como aquela provavelmente seriam frequentes em sua vida dali para frente.

Enquanto pensava nisso, o homem já havia desligado o telefone.

Viu Íris parada na porta, tímida como um ratinho, agarrando firme o batente com suas mãos brancas e delicadas.

"Entre."

A voz dele soou, fria e sem emoção.

Íris voltou a si imediatamente e olhou para Felipe. O homem estava sem camisa, com o peito musculoso envolto por uma faixa para estancar o sangue.