Larah On
Acho que fui longe demais com o Vinícius, não deveria ter falado aquelas coisas, ele não tem culpa de tudo que está acontecendo, ele me salvou e ficou ao meu lado tentando me animar, ele é um amigo de verdade, apesar disso não consigo, não quero acreditar que Derick seja tão repugnante, ele me criou, ficou ao meu lado, me fez sorrir.
Escuto alguém bater na porta, vejo Vinícius entrar, ele parece para baixo, não quero que ele se sinta culpado, me sento na cama, vejo um pedaço de bolo na mão dele.
Vinícius - eu prometi que te daria um bolo de chocolate com frutas vermelhas. / Diz me entregando.
- desculpa pelo que falei mais cedo, a culpa não é sua, eu também quero voltar para Vincell para resolver algumas coisas não esclarecidas.
Vinícius - eu vim te dizer que se não quiser mais ser moeda de troca tudo bem, deixarei você ir embora. / Ele está sério olhando para mim.
- não se preocupe com isso, tenho algo para resolver em Vincell e não tenho nenhum outro lugar para voltar. / Falo já mais calma.
Vinícius - não tem medo que Derick use você? / Vejo preocupação em seu olhar.
- não sei, na verdade sempre quis que Derick gostasse de mim não importando como.
Vinícius - ainda sente isso.
- eu não sei mais..... / Faz muito tempo que não vejo ele, muito mesmo.
Vinícius - se qualquer coisa acontecer você tem um lugar aqui entendeu? / Sorrio para ele.
- sim, obrigada. / Começo a comer o bolo.
Vinícius - vou explicar sobre o Hunter, parece que ficou curiosa.
- sim, muito.
Vinícius - o Hunter é um meio cão do inferno.
- cão do inferno? Existe mais além de vampiros e lobisomens?
Vinícius - bem mais, sereias, bruxas, demônios, anjos, tudo existe. / Fico paralisada.
- esse mundo é uma bagunça.
Vinícius - os anjos e demônios vivem no seu próprio mundo, as sereias vivem bem no fundo das águas, as bruxas estão por aí não sei aonde.
- os humanos são os mais fracos imagino.
Vinícius - sim, mas não pense nisso. / Fácil falar você é um vampiro, um nobre.
(...)
Se passou um maldito mês, estou brava, estou começando a odiar homens, todos olham para mim com malícia, nunca pensei que meu desejo iria se virar contra mim, ser bonita pode até ser legal, mas ser vista como puta não, até agora não vi Vinícius com alguma mulher, estranho, Derick toda semana ficava com uma, a noiva não se importava pois eram apenas mulheres do prazer, outro nome que eles deram para putas, eu não gosto de chamar as mulheres assim, pois acho que elas não queriam fazer isso.
Vinícius não apareceu ainda, será errado invadir o quarto dele? Foda-se, ele entra no meu sem pedir, subo as escadas e tento evitar ao máximo que alguém me veja indo para o quarto dele, paro em frente a porta, abro devagar, olho e não vejo sinal dele, ótimo, entro no quarto e ligo a luz, o quarto dele é bem arrumado, talvez eu encontre algum sinal das minhas suspeitas, começo a mexer na gaveta dele, vejo somente papéis, abro a segunda, vejo alguns preservativos, Vinícius é perfeito demais para ser hetero, mas talvez eu esteja enganada.
Abro a terceira e vejo a foto de uma mulher junto com uma carta, pego a carta, ela parece ser bem antiga, está até amarelada, abro a carta.
(Oi Vini, sei que não vai me perdoar por mentir para você, mas isso realmente não daria certo, eu me apaixonei por outro e vou me casar com ele, eu e meu noivo somos iguais, quero dizer, um vampiro e uma loba nunca daria certo, desculpa mesmo, mas o que tivemos foi bom o suficiente, acabou e eu tenho minha própria vida para seguir, espero que siga a sua e encontre uma vampira boa o suficiente para você. Assinado Bia)
Fico parada ali pensando, Vinícius amava uma loba? Não foi ele que disse que isso é impossível, para ele ter guardado essa carta essa Bia provavelmente foi importante, escuto um som alto, olho e vejo Vinícius sair de uma das portas do quarto com uma toalha cobrindo a sua intimidade, fico olhando o corpo perfeito dele por um tempo, pela sua expressão está bravo, mais não consigo tirar os olhos de sua barriga definida, desde quando virei uma pervertida?
Vinícius - o que eu te falei sobre não entrar no meu quarto? / Diz bravo, ele olha para minha mão e vê a carta, vejo ele vir até mim para pegar a carta.
- desculpa, eu só fiquei com dúvida em uma coisa e queria descobrir. / Falo com uma expressão inocente, ele pega a carta na minha mão e guarda.
Vinícius - ficar vasculhando o quarto dos outros é errado, pergunte! / Diz bravo, não achei que ficaria assim.
- desculpa, só pensei que você fosse..... / Acho melhor não terminar, acho que ele vai mesmo querer me matar, depois de ler a carta tenho certeza que não é.
Vinícius - pensou que eu fosse o que? / Pergunta sério, ele me coloca contra a parede, nossos corpos estão grudados, sinto seu membro em minha cintura, estou toda arrepiada.
- gay....... / Fudeu, por que eu disse isso, por que sou tão sincera? Meu Deus.
Vejo ele me olhar sem acreditar no que falei, logo percebo que estou completamente ferrada, nunca pensei que ia morrer tão cedo, tudo culpa da sinceridade.
Vinícius - então me deixe provar que não sou.
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