Larah On
Depois de muito andar chegamos na alcatéia do Sul, depois de esperar bastante Vinícius resolver os problemas dele, finalmente ficamos em uma das casas para descansar, deito na cama sentindo alívio, nunca pensei que iria dormir no chão, ainda mais sem roupa.
Eu prefiro não pensar no que aconteceu, eu podia ter visto o corpo nu do Vinícius, eu não olhei, por que não olhei?! Desde quando minha mente ficou tão poluída, se eu estivesse em Vincell provavelmente seria punida por esses pensamentos.
Ouso alguém bater na porta que logo depois é aberta, vejo Vinícius se aproximar, ele senta na cama perto de mim.
Vinícius - vim devolver a bússola. / Diz me entregando.
- obrigada. / Falo guardando, quero devolver a aquele homem, parece ser valioso.
Vinícius - vou comprar algumas roupas para você na alcatéia, vem. / Diz me olhando.
- mas a roupa deles é estranha e curta. / Falo o olhando.
Vinícius - cada raça tem a própria tradição, eles gostam de vestir roupas feitas de pêlos de animais, também não gostam de cobrir o corpo inteiro. / Ele parece saber muito sobre lobisomens, me pergunto o porquê disso.
- por que sabe tanto, por que gosta tanto de lobisomens? / Pergunto curiosa, ele parece estar bem calmo.
Vinícius - o homem que me criou depois que meus pais morreram era um lobisomem, ele foi como um pai para mim, me ensinou tudo, me fez ver a verdade, acho que seria igual a qualquer outro vampiro se não tivesse conhecido ele. / Ele parece estar pensando em algo.
- ele está vivo? / Pergunto curiosa.
Vinícius - sim, mas ele não quer ver mais minha cara.
- mas por que? Você é tão perfeito. / Por que eu não consigo ser menos sincera?
Vinícius - nós discordamos de muita coisa, ele quis se fechar para o mundo ao contrário de mim. / Não entendo muito bem o que ele quis dizer com isso.
- vamos, quero sair. / Falo mudando de assunto, ele fica estranho ao falar sobre isso.
Me levando da cama e saio com Vinícius, fico olhando tudo perto dele, me sinto segura assim, parece que nada no mundo me fará mal. Continuamos assim até chegar em uma casa de madeira, vejo uma mulher jovem vir em nossa direção, ela sorri.
Mulher - Olá, você deve ser a Larah. / Diz me olhando com um sorriso doce.
- sim. / Falo meio insegura.
Mulher - vem, vamos escolher roupas para você. / Diz a mulher pegando minha mão e me puxando para dentro.
- Viníci... / Chamo com um pouco de medo.
Vinícius - vai ficar tudo bem, não quer que eu te veja trocando de roupa quer? / Diz com um sorriso que me deixa constrangida, como se ele não tivesse visto! Sou puxada para dentro.
Mulher - agora iremos escolher uma roupa para de deixar bem atraente. / Diz mexendo em um armário cheio de roupa.
- todas são feitas de animais mortos? / Pergunto meio insegura com isso.
Mulher - sim, os machos caçam nosso alimento e nos fazemos as roupas para aproveitar a pele do animal.
- as mulheres não caçam? / Pergunto curiosa.
Mulher - não, nosso trabalho é apenas cuidar dos nossos maridos e filhos. / Isso parece tão errado de pensar, elas só podem arrumar um marido.
- mas se uma mulher querer ser um pouco mais livre? / Pergunto curiosa.
Mulher - uma mulher que quer ser igual a um homem é uma vergonha, todas devem saber seu lugar. / Não concordo nem um pouco com isso.
- qual seu nome? / Pergunto não querendo entrar no assunto.
Mulher - Nina, toma coloca. / Diz pegando uma roupa no armário e me entregando.
- eu preciso vestir isso na sua frente? / Pergunto com vergonha de tirar a roupa.
Nina - somos mulheres, qual o problema?
- nenhum. / Falo tirando a roupa com vergonha, ela olha para mim sem se importar muito.
Nina - seus peitos são enormes, tenho certeza que vai ser uma ótima mãe. / Diz vindo até mim e tocando nos meus peitos, dou um grito assustada.
- não faz isso! /Falo correndo para longe.
Nina - quem dera eu tivesse peitos enormes, sou uma tábua, nenhum macho vai me querer.
- o que quis dizer sobre filhos e tal. / Pergunto curiosa.
Nina - dizem que mulheres com peitos grandes produzem mais leite, os machos procuram essas mulheres para casar e ter filhos. / Eu nunca ouvi tanta barbaridade em minha vida, apesar que em Vincell não era tão diferente.
- então as mulheres aqui só servem para produzir filhos e ser empregada de macho? / Falo sem perceber.
Nina - não fale dessa forma, parece até que está errado. / Mas não está?
- o que acontece se uma mulher for estéril? / Falo e ela fica em silêncio, começo a me vestir.
Nina - nessa alcatéia uma mulher considerada estéril pelo marido é sacrificada. / Fico paralisada ao ouvir isso, não é possível.
- mas por quê? / Falo terminando de me vestir.
Nina - eles acham que mulheres que não podem engravidar são amaldiçoadas, que irão trazer dias de escassez além de trazer mais infertilidade para essa alcatéia. / nunca ouvi tanta besteira em minha vida.
- como estou? / Pergunto achando a roupa meio curta, ela só tampa meu peito e minha parte íntima, além de ser feita de pêlos de algum animal.
Nina - tenho certeza que todos irão de achar linda. / Diz me olhando.
- acha mesmo que o Deus de vocês concordam com isso? / Pergunto a olhando.
Nina - é Deusa, ela é conhecida por ser mãe de todos, por isso acham que mulheres que não podem ter filhos são amaldiçoadas. / Diz colocando um colar de dentes de animal em mim.
- todas as alcatéias pensam assim?
Nina - não, só a alcatéia do Leste que também é assim. / A alcatéia do Leste é a daquele vira-lata que tentou me estuprar, não quero conhecer o alfa dessa.
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