Resumo de Pedido aceito – Capítulo essencial de Amor além do tempo por Sol Rodrigues
O capítulo Pedido aceito é um dos momentos mais intensos da obra Amor além do tempo, escrita por Sol Rodrigues. Com elementos marcantes do gênero Romance, esta parte da história revela conflitos profundos, revelações impactantes e mudanças decisivas nos personagens. Uma leitura imperdível para quem acompanha a trama.
Esses três dias, foram um completo inferno, eu acordava, ajudava a minha vó, fazia comida, e tentava esconder a dor que fez morada na minha alma.
Por várias vezes, ela me disse que a empolgação que havia na minha voz, havia sumido, e que eu não tinha mais o mesmo brilho de antes no olhar.
Eu não podia falar pra ela sobre o caus que eu estava vivendo, e nem podia perguntar sobre o meu pai.
O limite de espera pra eu dar a resposta pro Rafael havia chegado.
Durante esses dias, o Dilan havia me ligado várias vezes, e eu fui incapaz de atendê-lo, eu não iria conseguir esconder dele o que eu estava vivendo, e eu precisava pensar no que eu iria fazer, e em qual resposta eu daria pro Rafael.
Levantei da cama, consumida pelo medo, pela insegurança e pela incerteza.
Nada havia acontecido de diferente nesses três dias, o Rafael não tentou contato, e nada mudou no processo da casa da minha vó, então eu pensei seriamente em dar um não pra ele, e mandar ele ir pro inferno.
Mas isso mudou, assim que alguém bateu na nossa porta.
Minha vó ainda estava dormindo, e quando saí do quarto o meu tio já estava atendendo.
Ele entrou com um envelope na mão, e eu fui até ele pra ver do que se tratava.
Ele leu, e depois olhou pra mim.
Paulo: Aquele filho da puta solicitou na justiça que a gente saia da casa até o juiz decidir com quem a casa ficará.
- Ele pode fazer isso?
Paulo: Não sei ainda Kyra, vou ligar pro defensor.
Meu tio foi pro quarto e eu fiquei esperando ele voltar e me dizer o que ele e o defensor conversaram.
Eu estava ciente que isso era uma das manobras do Rafael pra fazer com que eu aceite o pedido dele, e eu já estava entrando em desespero.
Paulo: Ele apresentou ontem os documentos que compravam que essa casa nunca foi doada, pois ela estava no testamento do vô dele, que ficou pro pai dele quando ele morreu, e agora a casa pertence a ele.
Então o imóvel se trata de uma herança.
Nós vamos ter que sair da casa Kyra.
Eu comecei chorar, inconformada, sentindo o mundo desabar em cima de mim.
Pela primeira vez na vida, o meu tio me abraçou.
Paulo: Não chora Kyra, nós daremos um jeito.
- Não tio, eu vou dar um jeito nisso, e vai ser agora.
Me soltei do abraço dele, fui pro meu quarto, troquei de roupa e fui pra fazenda, o Rafael teria que desistir dessa ideia absurda de tirar a minha vó de dentro da casa dela, o meu tio até que tentou me impedir de fazer isso, mas com a raiva que eu estava, eu não queria escutar ninguém.
- Abre aqui Rafael, falei quase esmurrrando a porta.
Quando ele abriu, eu empurrei ele, e comecei a batê-lo, e ele me segurou, fechando a porta e me prendendo nela.
Rafael: Eu espero que você tenha vindo aqui pra me dar uma resposta positiva Kyra, pois eu não vou ter problema nenhum de além de tirar a casa da sua vó, também te acusar de agressão e invasão de propriedade.
- Quem é você Rafael? como eu pude me enganar tanto assim com você? Falei em meio às lágrimas e ele me soltou.
Rafael: Você não tem noção mesmo do estrago que você fez no meu coração não é Kyra?
- E é assim que você quer me castigar? me obrigando a casar com você?
Rafael: Então me explica agora Kyra, porque você passou quase quatro anos me escondendo da sua família?
- Eu já expliquei pra você caramba. Falei aos gritos.
Rafael: É mentira sua.
Ele tinha razão, era mentira minha.
A verdade era que eu não queria me sentir presa a ninguém, não queria um namoro tradicional, receber visitas inesperadas, nem almoço em família, nada disso.
Mas eu estava cansada de lutar, casada de brigar e não tinha força nenhuma e nem disposição pra me explicar.
- Tudo bem Rafael, você venceu.
Eu caso com você, desde que você faça um documento, doando a casa pra minha vó.
Ele olhou pra mim, e colocou um sorriso malicioso no rosto.
Rafael: Kyra, kyra...
Não é você quem dita as regras aqui.
Vai ser do meu jeito.
Eu posso cancelar o processo da tomada da casa.
Mas eu só farei o documento que você está pedindo, após o casamento.
Eu sabia o que ele estava tentando fazer, ele não queria deixar nenhuma brecha pra eu desistir, ou tentar enganá-lo.
- Tudo bem Rafael.
Mas liga agora pro seu advogado, e coloca no viva voz.
Eu quero ouvir você desistindo disso.
Ele ligou, e eu ouvi a conversa.
O advogado ficou sem entender o motivo dele desistir, mas disse que ele resolveria isso.
Rafael: Satisfeita? agora vem cá, que eu mereço um beijo.
- Não encosta em mim Rafael.
Rafael: Olha só Kyra, eu não quero uma esposa só de enfeite, eu quero tudo o que um marido tem direto. Falou voltando a me prender na porta, e subindo a mão pelas minhas pernas, e eu me soltei dele e saí de perto.
- Eu ainda não sou sua esposa, agora sai da frente que eu vou embora.
Rafael: Tudo bem Kyra, vou marcar um almoço com a minha mãe pra você conhecê-la, já que você passou quatro anos evitando isso.
Eu já não tinha mais paciência pra conversar com o Rafael, tudo o que eu queria era ir pra bem longe dele.
- Faz o que você quiser, agora por favor, sai da frente.
Rafael: Só se me der um beijo antes.
Ele se aproximou de mim, pegou pela minha cintura e me beijou.
Senti ânsia de vômito, então eu o empurrei, consegui abrir a porta e fui embora.
Sentindo nojo, raiva e o pior de tudo, me sentindo totalmente humilhada.
Cheguei na casa da minha vó e ela e o meu tio estavam na sala, e me viram passar pro meu quarto em prantos.
Vó: Kyra, o que houve minha filha?
Eu fechei a porta pra evitar que eles entrassem.
Minha vó bateu na porta, e o meu tio pediu pra ela me deixar quieta.
Eu sabia que ela precisava de uma explicação, pois ela estava preocupada, mas eu não estava no meu melhor estado pra conseguir explicar alguma coisa.
Deitei na cama e chorei até não aguentar mais, e acabei dormindo.
Quando acordei, já estava no fim do dia.
Senti a minha cabeça explodir por conta da enxaqueca.
Fui pro banheiro, tomei um banho, peguei o meu celular, e fiquei olhando pra ele, esperando ter coragem pra ligar pro Dilan.
Uma coisa era certa, ele precisava saber, eu seria injusto com ele o fazendo acreditar que nós dois iríamos ficar juntos.
A minha realidade era outra. E eu precisava aceitar.
Quando finalmente a coragem chegou e eu o liguei, senti o meu coração parar por alguns segundos quando ele atendeu, tão preocupado, achando que algo tinha acontecido comigo, querendo saber o motivo de eu ter sumido.
Eu comecei a chorar no telefone, mas tentei impedir que ele percebesse, mas foi em vão, ele percebeu.
Eu disse que a gente precisava conversar.
Ele perguntou o motivo de eu estar chorando, e eu busquei mais coragem pra continuar...
Tentei abrir o meu coração, o fazendo entender o quanto ele era importante pra mim, e quanto mais eu falava, mas sentia as minhas forças se esgotando.
Ele pareceu entender onde eu queria chegar, e pediu pra eu não continuar.
O pior foi ter que dizer isso pra quem eu amo de verdade.
Eu destruí o coração dele.
Lúcia: Toma Kyra, se alimenta.
- Obrigada Lúcia.
Tio Paulo: Como é o nome do rapaz mesmo?
- Rafael
Tio Paulo: Não estou falando desse cretino, estou perguntando o nome do outro.
Eu achei estranho o interesse dele, sendo que ele já havia ouvido outras vezes esse nome pela boca da minha vó, mas eu respondi mesmo assim.
- Dilan
Tio Paulo: E quando você foi pra ilhabela, foi na casa dele que você ficou?
- Não, eu fiquei na pousada da Dandara, a irmã dele.
Tio Paulo: E essa pousada fica perto da casa que você ganhou da sua mãe?
- Fica sim, mas porque o interesse tio?
Tio Paulo: Nada, é só curiosidade mesmo.
- E cadê a vovó? você disse pra ela o que eu fiz?
Tio Paulo: Ainda não, ela pensa que a audiência vai acontecer no dia marcado.
- E o que ela falou quando me viu passar chorando?
Tio Paulo: Ela acha que é por causa desse outro rapaz, o Dilan, mas amanhã pode se preparar, pois ela vai enxer você de perguntas.
Eu olhei pro corredor, e percebi que havia uma mala lá.
- Que mala é aquela?
O meu tio olhou pra Lúcia, mas respondeu na mesma hora.
Tio Paulo: Eu vou precisar viajar a trabalho.
- Mas a vovó disse que você só iria trabalhar em alguns dias.
Tio Paulo: Mas eles anteciparam e eu preciso ir.
Serão só por alguns dias.
Eu achei essa história estranha, ainda mais sendo uma viagem de madrugada, mas preferi ficar na minha.
Tio Paulo: Olha Kyra, não fala pra mamãe sobre esse problema do casamento com o Rafael entendeu? espera eu voltar.
- Mas porque tio? ela vai acabar sabendo de uma forma ou de outra.
Tio Paulo: Ela pode passar mau Kyra, eu prefiro estar presente quando você for falar, ainda temos uma semana até a susposta audiência, e eu volto antes disso.
- Mas ela vai se preocupar atoa com uma audiência que não vai mais acontecer.
Tio Paulo: Ela ficará ainda mais preocupada se souber que você vai casar contra a sua vontade pra salvar a casa dela.
Lúcia: Ele tem razão Kyra, vamos aguardar tá bom? ele já me contou a situação, e eu te admiro muito pela coragem, mas precisamos ficar unidos nesse momento e fazer as coisas com calma.
- Tudo bem. Falei derrotada.
Agora eu vou pro meu quarto.
Boa viajem tio.
Ele me abraçou, e eu gostei de vê-lo tão atencioso, nem parecia a mesma pessoa.
A Lúcia me deu um beijo e eu fui pro meu quarto.
Deitei na cama e voltei a me afundar em lágrimas, eu sabia que essa dor, não passaria nunca.
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