Amor além do tempo romance Capítulo 4

Me despedir da minha vó, foi uma das coisas mais dolorosas que tive que fazer, não que eu já não tenha passado por coisas piores, mas a minha vida é repleta de dores incuráveis.

Eu quero que algo de bom aconteça, quero sentir o sabor que é ser feliz por completo.

Entrei no ônibus em direção a São Sebastião e ainda terei que pegar a balsa pra chegar em Ilhabela, e eu não tinha como pagar a passagem de avião, pois tinha que economizar, por isso optei por ir de ônibus, eu não sabia nem onde eu ficaria hospedada, pois a casa passou muitos anos sem ninguém cuidando dela e com certeza vai precisar de reparos, então vou precisar achar um lugar barato pra me hospedar.

Fechei os meus olhos na intenção de dormir, eu teria longas horas de viagem, e eu dormindo não veria o tempo passar.

Passei a viagem toda dormindo, e aproveitava as paradas que o ônibus fazia pra me alimentar, e molhar o rosto.

Eu precisava muito de uma cama, minhas costas já estavam bastante doloridas.

Depois de muitas horas, chegamos em São Sebastião, e eu não consegui controlar as minhas lágrimas, a cidade estava com um volume significativo de pessoas, que pareciam ser turistas e não moradores locais.

Peguei o meu celular e tentei ver se tinha sinal pra eu acessar a Internet, os carros estavam buzinando, e o som das pessoas conversando me impediam de ligar pra minha vó e dizer que eu já havia chegado.

- É melhor eu ligar quando já estiver hospedada em algum lugar.

Olhei pela janela do ônibus, e vi que o local continuava o mesmo que eu me lembrava.

As pessoas começaram a descer do ônibus, então deduzi que já era hora de eu descer também.

- Quando eu era pequena, sempre vinha fazer compras aqui com minha mãe, naquela época eu sabia ir e vim, agora eu não sei nem onde pegar as balsas.

Entrei em uma lanchonete, com minhas mãos cheias de bolsas, deixei elas em um canto que não atrapalhasse os clientes, e pedi um lanche, e aproveitei pra buscar informações.

- Bom dia moça, você sabe me dizer onde pego a balsa pra chegar em Ilhabela?

Tentei absorver o máximo das informações que a moça me passou.

Depois atravessei a rua e peguei um táxi.

-Moço, você conhece uma pousada em Ilhabela onde os preços são mais em conta?

Taxista: Conheço sim, a dona é muito amiga minha.

- Graças a Deus moço, eu tô meio perdida, faz muitos anos que não ando por aqui, eu não sei nem se vou conseguir um quarto vago.

Taxista: Olha, se você tivesse chegado a tarde talvez você não conseguisse, pois os turistas ainda estão chegando.

Mas como você chegou agora, é provável que consiga, mesmo sem ter feito reserva.

- Espero que você esteja certo, vamos pra lá então.

Ele pegou a balsa e me levou até a Ilhabela.

Ilhabela...

Minha amada Ilhabela, o local onde tudo começou, onde eu vivi as minhas melhores memórias.

Paramos em frente a uma pousada, e o motorista me ajudou com as malas.

- Como o senhor se chama?

Motorista: José.

- José, muito obrigada por me trazer até aqui.

Motorista: Por nada, vamos entrar que eu vou falar com a Danda pra conseguir um quarto pra você.

Quando entramos, o local era simplesmente lindo.

Tinha várias árvores e um lindo jardim com rosas.

Tinha também duas piscinas, pra adulto e outra infantil.

Tinham redes espalhadas no meio da natureza.

Fiquei encantada com a beleza e a organização do lugar.

Chegamos na recepção e tinha uma mulher linda, ruiva e dos olhos cor de mel.

José: Bom dia Cris, tem algum quarto vago?

Cris: Oi José, todos já estão ocupados.

José: Você tem certeza que ninguém vai sair hoje?

Cris: Deixa eu dar uma olhadinha com calma.

Ah, desculpe a minha falta de atenção, um dos quartos está vago. Pensei que o Dih ainda estava ocupando ele.

Falou pro José.

Como você se chama moça?perguntou pra mim.

- Eu me chamo Kyra.

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