Acordei com o meu celular tocando, ainda eram 06:00hrs da manhã, eu vi que era o Lucas.
- Fala Lucas, algum problema?
Lucas: É porque não deu pra ligar pra você ontem Dilan, a casa já está toda pronta, a única coisa que está faltando são os móveis novos que você pediu pra eu te comunicar quando soubesse quais comprar, vou te mandar por mensagem agora a lista.
- Tudo bem, vou comprar tudo hoje, e preciso que você esteja na casa esperando a entrega, daí você já monta tudo.
Lucas: Combinado.
Ele desligou, e eu não consegui mais dormir.
Levantei e fui fazer um café, e me peguei pensando na noite anterior, a Kyra em cima de mim, os peitos tão perfeitos dela.
- Droga, eu não posso pensar nisso em público, não tenho condições de me conter. Falei, já olhando o meu pênis duro.
Tentei pensar na empresa, e em como as coisas estavam caminhando rápido, faltavam pouquíssimas coisas pra começarmos a trabalhar, confesso que já estou com saudades de fazer as minhas peças e vender na praia, e isso não mudaria com a abertura da empresa, pois os funcionários são só um complemento daquilo que eu já faço.
Não posso ficar preso em casa, sabendo que sou melhor vendendo, a Kyra irá cuidar de tudo por aqui. Pensei.
Depois de tomar café, fui tomar um banho, e me vesti pra encontrar a Kyra, eu só não sabia como eu iria comprar os móveis da casa dela sem ela perceber.
Faltavam cinco minutos pras 08:00hrs quando fui pra pousada, e ela já estava me esperando, porém tinha algo muito errado com ela.
- Bom dia meu amor. Falei de forma carinhosa.
Ela quase não olhou pra mim, apesar de tentar sorrir, um sorriso que escondia um pouco de tristeza, ou será arrependimento pela noite anterior? pensei.
Kyra: Bom dia Dilan.
- O que você tem Kyra?
Kyra: Como assim o que tenho?
- Você está estranha, e parece triste.
Kyra: É só sono Dilan, daqui a pouco passa.
- Você mente muito mau Kyra.
Ela ficou calada, e isso me deu mais certeza que algo estava errado.
Ontem ela estava toda animada pra irmos comprar a mobília da loja, e se ela está assim hoje, então algo aconteceu depois que deixei ela na pousada. Enquanto estávamos na balsa, olhei pra ela, e voltei a questioná-la.
- Você não vai mesmo me falar o que você tem?
Kyra: É que ontem, nós não...
Ela fez uma pausa, como se estivesse buscando coragem pra falar.
- Continua Kyra.
Kyra: Ontem quando estávamos...ah Dilan, você sabe.
- Ontem quando estávamos tendo o sexo mais maravilhoso da vida...continua.
Kyra: Nós não usamos preservativo.
Fiquei olhando pra ela, tentando assimilar melhor o que ela disse.
Além de não usaremos preservativo, ainda transamos por duas vezes.
Eu não conseguia falar nada.
Kyra: Eu fiquei exatamamente assim ontem, quando a Dandara viu o meu cabelo molhado, e brincou dizendo que logo daríamos um sobrinho pra ela, foi aí que eu me toquei que não nos previnimos, o pior foi que eu pedi pra Dandara comprar uma pílula do dia seguinte, e quando eu fui tomar, a Cris chegou bem na hora e ouviu toda a nossa conversa.
Foi horrível Dilan, ela simplesmente desmaiou na nossa frente, e a gente se desesperou e...
- Você fez o quê? tomou a pílula do dia seguinte? perguntei irritado.
Kyra: Você ouviu o que falei Dilan? a Cris desmaiou e...
Eu tive que a interromper outra vez.
- Porque você fez isso Kyra?
Kyra: Eu não acredito que estamos discutindo sobre isso Dilan, qual a parte que você não entendeu que eu quero ir com calma?
- Você me disse que queria as mesmas coisas que eu, e isso envolve filhos.
Kyra: Eu quero, mas não agora Dilan.
Eu acabei de te reencontrar, eu ainda tenho muito o que aprender sobre você, do que você gosta, qual a sua comida preferida, o que você gosta de fazer, passaram-se anos, não foram dias, como eu vou ter um filho com alguém que eu não conheço?
Eu senti as palavras dela, me contarem sem anestesia.
- O sentimento que temos um pelo outro já deveria ser o suficiente Kyra.
Eu não preciso falar nada disso, pra você saber quem eu sou.
Kyra: Quer saber Dilan, me leva de volta pra pousada, vamos pegar a balsa voltando, eu não vou fazer isso com você hoje.
- Você é quem manda.
Falei, sem muita paciência pra convencê-la a ir comigo.
Pegamos a balsa voltando, e ficamos o percurso todo em silêncio, eu deixei ela na pousada, e ela bateu a porta do carro com força e entrou.
- Mais que droga. Falei, arrastando o pneu e indo sozinho comprar a mobília da loja e a mobília da casa dela.
O que não fazia muito sentido sem ela, mas eu não podia atrasar as coisas, a loja ficaria pronta com ou sem a Kyra.
Eu queria ter filhos, planejei isso a vida toda pra viver com ela, e saber que temos a chance de tê-lo e mesmo assim ela não quer, me deixa dilacerado.
Tentei evitar pensar nisso, e foquei nas coisas que eu precisava fazer.
Passei por três lojas diferentes, e tentei ao máximo imaginar como seria o gosto da Kyra, o que me levou a pensar no que ela disse.
Nós não sabíamos nada um do outro, e o fato de eu não saber o que ela gosta, me colocou em uma situação complicada, pois eu estava comprando móveis pra uma pessoa que eu não conhecia.
Não tanto quanto gostaria.
Tentei fazer o meu melhor.
Mandei deixar a mobília na casa da kyra, onde o Lucas já estava esperando, e fui pra loja, pra aguardar a entrega da mobília de lá também.
- Eu vou ter que ter mais um pouco de gasto, se eu quiser ter essa loja pronta em dois dias. Falei assim que entrei no estabelecimento.
Uma hora depois, o caminhão chegou, trazendo tudo o que eu havia comprado.
Fechei a loja e fui pra pousada.
Fiquei um tempo do lado de fora, tentando encontrar coragem pra entrar.
Fiquei pensado no que a Kyra disse e eu ignorei, sobre a Cris ter desmaiado.
A minha situação com ela já não estava boa, agora eu teria que encará-la depois do baque que ela teve.
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