Amor além do tempo romance Capítulo 37

Resumo de A chantagem: Amor além do tempo

Resumo do capítulo A chantagem de Amor além do tempo

Neste capítulo de destaque do romance Romance Amor além do tempo, Sol Rodrigues apresenta novos desafios, emoções intensas e avanços na história que prendem o leitor do início ao fim.

Fui pro hospital com os olhos vermelhos de tanto chorar, eu tinha acabado de adquirir mais um problema pra resolver, e como sempre não sabia como.

Liguei pro meu tio avisando que eu já tinha chegado pra fazer a troca, mas ele falou que a minha vó iria fazer uns exames pra saber se estava tudo bem com ela, pra poderem liberá-la.

Eu não sabia se era seguro liberá-la tão rápido, já que o prazo era de três dias, mas eu não sou médica pra dar palpite sobre isso.

Fiquei aguardando na sala de espera quando o meu tio apareceu e notou os meus olhos vermelhos.

Paulo: O que aquele moleque safado fez com você? perguntou irritado.

Eu sabia que eu não teria como fugir disso, então achei melhor abrir logo o jogo.

- Cadê a vó?

Paulo: Ela ainda está fazendo exames e vai demorar um pouco, mas responda a minha pergunta, o que ele fez pra você ficar assim?

- Podemos ir pra outro lugar pra eu conversar melhor com você?

Ele me olhou desconfiado, mas concordou.

Fomos pra área externa do hospital, e sentamos em uns bancos perto de um jardim.

- Tio, eu sei que a gente nunca teve uma relação muito boa, e os motivos sempre foram bem claros, você sabe né?

Paulo: Sei sim Kyra, mas estou tentando melhorar.

- Eu estou vendo que sim, mas por conta dessa relação ruim que sempre tivemos, eu nunca me senti a vontade pra contar detalhes da minha vida pra você.

Paulo: Sinto muito por não ter sido um bom tio pra você.

- Mas agora eu realmente preciso que você seja um bom tio e não me julgue, pois não é disso que preciso agora.

Paulo: Pode falar, eu vou tentar ser compreensivo.

- Quando eu fiz minha faculdade, eu conheci um rapaz, esse rapaz aparentemente era uma pessoa boa, gentil, e começamos a conversar.

Ele não fazia o mesmo curso que eu, mas nós ficávamos sempre juntos nas horas vagas, entre uma aula e outra, nas pausas e quanto terminava a aula também.

Com um tempo, essa amizade foi se aprofundando, e começamos a nos relacionar como casal, e ele me pediu em namoro.

Apesar de eu não compartilhar coisas da minha vida com você, você sabe muito bem que eu nunca quis me envolver com ninguém por conta do...

Paulo: Eu sei, do garoto de Ilhabela.

- Sim, eu sempre acreditei que o meu destino era estar com ele, e eu nutri esse pensamento a minha vida toda.

Mas quando eu conheci esse rapaz e ele me pediu em namoro, eu acabei aceitando, e eu não sei nem porque aceitei, talvez por querer viver algo diferente do que eu sempre vivi.

O tempo foi passando, e ele começou a me cobrar de conhecer a minha família, pois eu nunca o levei na nossa casa, e eu sempre inventava a desculpa que a minha família não concordava que eu tivesse em um relacionamento enquanto estivesse fazendo faculdade, pra não interferir nos meus estudos.

Ele foi aceitando, mas de vez em quando, esse assunto ressurgia entre a gente, ele por sua vez, vivia querendo me levar pra conhecer a mãe dele, mas eu sempre inventava desculpas atrás de desculpas, mas no fundo, eu só não queria me prender a ninguém, pra mim, estava confortável aquela situação, de só nos vermos na faculdade, de sairmos algumas vezes, nada que envolvesse a família.

Ele parecia ser uma pessoa humilde, andava de ônibus, me levava pra lugares normais, sem muito luxo, tinha um padrão de vida de acordo com a minha realidade, e ele não tinha um bom relacionamento com o pai dele, então durante muito tempo, eu o vi evitando falar sobre o pai dele.

Tínhamos um relacionamento tranquilo, mas daí ele começou a exigir mais, a querer estar mais perto, a querer passar mais tempo juntos, e um dia antes de nos formar, ele me levou pra um jantar, e nesse jantar ele me pediu em noivado.

Eu fiquei desesperada, pois isso era tudo o que eu menos queria.

Quando ele viu que eu não reagi bem ao pedido, ele se levantou, e me deixou plantada no restaurante na frente de todo mundo e foi embora, e nem na formatura ele apareceu.

Depois disso, liguei pra ele, pra me desculpar e pra dizer que eu não estava pronta, e ele disse que iria sumir da minha vida e que eu podia me considerar solteira.

Paulo: Quanto tempo durou esse relacionamento?

- Quase o mesmo tempo da faculdade, 4 anos. Começamos a namorar três meses depois que comecei.

Paulo: E aquele seu outro namorado que você chegou a nos apresentar? porque não deu certo com ele?

- Ele era legal, mas não durou muito pelo mesmo motivo, a minha dificuldade em me envolver.

Paulo: Mas eu ainda não entendi onde você está querendo chegar com essa conversa.

- Depois desse episódio, a gente nunca mais se viu, e como nem eu e nem ele sabíamos o endereço um do outro, ninguém foi na casa um do outro pra conversar ou procurar se entender.

Daí hoje, eu fui até o endereço da fazenda que você me disse, bati na porta desse cara que quer tirar a casa da vó, e...

Paulo: E era ele? o mesmo rapaz que pediu você em noivado?

- Sim, eu juro que eu não sabia, ele nunca me falou que era de família rica, mas como ele nunca teve uma boa relação com o pai dele, e o pai dele só tinha ele como filho, a herança ficou toda pra ele quando o pai dele morreu, daí ele assumiu o controle de tudo.

Paulo: Que situação difícil Kyra, eu não sei nem o que falar pra você, e o que ele disse quando te viu?

- Quando eu vi que era ele, eu invadi a casa, e ele pensou que eu estava procurando ele por ele ter sumido, não pelo fato de eu ser neta da mulher que ele quer tomar a casa.

Quando eu revelei quem eu era, e que era por esse motivo que eu estava lá, ele disse que a culpa era minha, pois ele não sabia que ela era a minha vó, pois eu nunca quis apresentar ele pra minha família, e que se eu tivesse aceitado o pedido dele, nessa hora nós não precisaríamos estar passando por isso.

Paulo: Mas e aí? ele desistiu de pedir a casa não foi?

- Não tio, ele fez algo que eu nunca pensei que ele pudesse ser capaz.

Paulo: O quê?

- Ele me chantageou.

Ele disse que tinha dinheiro, e que conseguiria a casa de volta na hora que ele quisesse, e que ele só desistirá de tomar a casa se eu aceitar me casar com ele.

Meu tio se levantou de uma vez nervoso.

Paulo: Mas isso é um absurdo Kyra, que tipo de doente esse cara é?

Você não vai aceitar essa loucura né? a gente vai encontrar outro jeito.

Pela primeira vez na vida, eu vi o meu tio ficar do meu lado, e pensar em mim como alguém que precisa de cuidado, e isso me deixou emocionada, pois eu nunca recebi isso dele.

- Eu acho que vou aceitar tio, a vó ama essa casa, e ele pode muito bem usar o dinheiro dele pra se favorecer.

Paulo: Não Kyra, você não vai destruir a sua vida ficando com um moleque que não consegue aceitar um Não como resposta.

- Tio, a Lúcia me falou do seu sonho.

- Eu sou uma hipócrita, praticamente exigi do Dilan um comportamento que eu mesma não tive, de ter sido totalmente sincera com alguém que fazia planos comigo.

Como que eu vou conseguir explicar isso pra ele? ele jamais irá entender isso.

Comecei a sentir as lágrimas se formarem nos meus olhos.

Levantei, e fui pro meu quarto, tomei um banho, e depois fui preparar o almoço.

Minha mente não parou de gritar nem por um segundo.

Se eu fosse contar a minha história pro carroceiro, até o jumento choraria.

É muito sofrimento pra pouca vida.

Eu sei que sou forte, mas não tão forte assim, pra ver a minha vida acabar aos 27 anos.

Depois de terminar o almoço, avisei ao meu tio e depois fui deitar.

Eu tinha perdido a fome, passei tanto tempo pensando em problemas que tudo o que queria era deitar e dormir.

Acordei com o meu celular tocando, olhei pela janela e o céu já estava escurecendo, quando olhei pra tela, vi que era o Dilan.

Senti como se o meu coração estivesse sendo esmagado.

Eu não o atendi por pura covardia, por não saber o que falar, por não querer mentir mais uma vez, dizendo que estava tudo bem sem estar.

Fiquei olhando pra tela, sentindo as lágrimas caindo, até ele desistir de tentar.

Fiquei deitada, de olhos fechados, esperando acordar desse enorme pesadelo, mas eu sabia que teria uma hora que eu iria precisar falar a verdade, e se eu for obrigada a casar mesmo com o Rafael, eu teria que falar pro Dilan seguir a vida dele, e só em imaginar ele fazendo isso sem mim, o meu coração já doía absurdamente.

Decidi levantar, enxuguei as minhas lágrimas, e fui atrás de me alimentar, afinal, eu não iria conseguir resolver nada ficando doente e debilitada.

Quando cheguei na cozinha, o meu tio estava dando sopa pra minha vó.

Paulo: Sente-se Kyra, percebi que você fez o almoço e não almoçou, você precisa se alimentar.

Vó: Porque você está tão abatida Kyra? é saudades do rapaz? como é o nome mesmo dele?

- Dilan vovó.

Vó: Volte pro Dilan meu amor, o Paulo pode cuidar de mim, ele só vai trabalhar na próxima semana e daqui pra lá eu vou estar novinha em folha.

- Eu só vou voltar quando tudo estiver resolvido sobre a casa vó.

Vó: Eu não tenho mais nenhuma esperança de conseguir ganhar essa causa Kyra, aqui, quem tem dinheiro é majestade.

- Pois eu vou tirar a majestade do trono dele vó.

Todos riram, mas eu sabia que isso não era bem uma verdade, mas eu desejava com todas as minhas forças que eu fosse realmente capaz de tirar o Rafael do trono dele.

Eu nunca pensei dessa forma, da minha vida depender de algo ou de alguém.

Mas se eu estava vivendo assim, eu precisava tomar a decisão de continuar dependendo ou abraçar a minha independência, assumindo assim todas as consequências e riscos dessa escolha.

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