Amor Iniciado pela Intriga romance Capítulo 121

- Nada especial. - Priscila fechou os olhos e respondeu em tom indiferente.

Perante a sua resistência, Leonardo ficou descontente comprimindo os lábios finos e esticou a mão para dentro da janela do carro.

- O que quer fazer? - Surpreendida, Priscila olhou para ele.

Ao invés de responder, Leonardo estendeu a mão para baixo, desbloqueou o carro e abriu a porta com a outra mão.

- Você...

- Saia. - ordenou Leonardo em voz grossa.

Priscila não se mexeu no carro:

- Porque ouço a sua palavra? Afinal, o que é que você quer fazer?

- Sente-se no banco atrás e eu te levo ao hospital. - respondeu Leonardo.

Priscila piscou os olhos e virou a cabeça:

- Não precisa. Eu posso ir sozinha.

- Você acha que ainda consegue dirigir agora? - disse Leonardo em voz gélida, olhando o rosto pálido e o suor frio na testa da mulher.

Essa mulher não presta mínima atenção à própria saúde?

Priscila zombou, tapando sua barriga:

- Isso tem a ver com você? Existe qualquer relação entre nós?

Leonardo congelou, incapaz de responder essa pergunta.

Porque ele não é ninguém para ela. A única identidade que tem é o ex-marido dela.

E o ex-marido, é alguém que não tem nada a ver.

Pensando por aqui, Leonardo abaixou as pálpebras e ficou ressentido, sem motivo:

- Mesmo que não exista nenhuma relação, perante a sua situação dessa, até um desconhecido não vai assistir de braços cruzados.

- Que piada, presidente Kaiser! Se um desconhecido pede para me levar, eu não vou recusar. Mas agora quem quer me acompanhar é você, presidente Kaiser! Não vou aceitar. É melhor você cuidar bem de sua Sra. Camila. - Priscila torceu a boca, empurrou o homem fortemente e fechou o carro.

De rosto escurecido, Leonardo ficou mais desagradado.

Ela até prefere um desconhecido do que ele.

Acaso ela o detesta a tal nível?

- Aliás, - Priscila recordou algo antes de sair, com uma expressão chateada, - presidente Kaiser, a minha bolsa foi roubada por uma pessoa que andava de moto.

- Foi roubada? - Leonardo franziu as sobrancelhas.

Portanto, ela estava correndo atrás de uma moto?

- Isso. - Priscila acenou a cabeça, observando o homem. - Está na bolsa o meu celular, em que tenho o áudio para comprovar que Camila me empurrou para baixo das escadas. A bolsa foi roubada justamente quando eu estava prestes a entrar na delegacia e entregar o áudio. Obviamente, o motivo do ladrão não é roubar o dinheiro, mas é pegar o áudio. Presidente Kaiser, você tem participação nisso?

Leonardo percebeu as entrelinhas das palavras dela e comprimiu os lábios finos:

- Você suspeitou que eu mandasse roubar sua bolsa?

Priscila não manifestou a atitude:

- Foi você que me impediu de chamar polícia, com o motivo de proteger Camila, não é? Portanto, você tem uma suspeita significativa. Além disso, só nós três estamos cientes de que tenho esse áudio. Se não for você, deve ser Camila. De qualquer maneira, é um de vocês.

- Não fui eu. - Leonardo respondeu, apertando os punhos.

Ele não precisava usar métodos como roubar o áudio para proteger Camila.

Priscila ergueu o queixo, como se entendesse tudo:

- Então, deve ser a Sra. Camila.

Leonardo mexeu os lábios finos e queria dizer que não necessariamente foi Camila.

Porém, ele acabou por engolir essas palavras.

Porque Priscila já disse: só eles três estão cientes da existência desse áudio. Se não for ele, só pode ser Camila.

Todavia, ele não sabia se o autor desse incidente é Camila de sua personalidade-mestre, ou de sua sub-personalidade.

- O que está pensando, presidente Kaiser? - Priscila semicerrou os olhos para ele.

Leonardo abaixou os olhos:

- Nada especial.

Priscila zombou:

- Presidente Kaiser, estou confusa: você estava a favor que eu chamasse polícia naquele momento, mas porque mudou a ideia poucas horas depois? Pode fazer uma explicação?

Leonardo esfregou a testa:

- Cami tem perturbação de identidade dissociativa.

- O quê?! - Priscila não percebeu por um momento.

Leonardo repetiu.

Esta vez Priscila entendeu, mas julgou isso uma piada gigantesca:

- Perturbação de identidade dissociativa? Você acredita?

É diagnosticada de perturbação de identidade dissociativa repentinamente, antes de ir à prisão?

Como é possível existir uma coincidência dessa?

- É verdade. - Leonardo a olhou seriamente. - Cami não queria prejudicar você de propósito. Ela foi influenciada por sua sub-personalidade. Quem empurrou você para baixo das escadas também foi a sub-personalidade dela.

- Você me julga tola? - Priscila se entreolhou com ele de maneira apática. - Quer me enganar com um pretexto desse?

- Não estou enganando você. É diagnose de Renato Moura. - disse Leonardo em voz calma.

Priscila congelou um pouco:

- Aquele Renato que nasceu de família médica?

- Isso mesmo. - Leonardo acenou a cabeça.

Priscila ficou silenciosa.

Ela não conheceu Renato, mas ouvi esse nome. É um gênio médico raramente encontrado, que concluiu o PhD aos 18 anos e conseguiu fazer cirurgia sozinho após ter estagiado 2 anos no hospital da família Moura. Muitos ricos e poderosos estão na fila para o conhecer.

6 anos atrás, Renato suspendeu todos seus cargos de repente, por alguma razão desconhecida, e foi ao exterior para estudar ciência cerebral e medicina psicológica. Mais tarde, ficou internacionalmente conhecido. Portanto, não deveria ser falso se o diagnóstico de Renato indicou que Camila tinha perturbação de identidade dissociativa.

Priscila apertou o volante:

- Mesmo que Camila realmente tenha essa doença, eu vou entregá-la na prisão!

- Camila não pode ir à prisão. Caso contrário, vai agravar sua doença. - Leonardo franziu as sobrancelhas.

Priscila lhe disparou um olhar indiferente:

- Então? Isso tem a ver comigo? Eu só quero que ela pague para isso!

Depois, ela fechou a janela do carro e dirigiu embora.

Leonardo permaneceu no mesmo lugar, pregando os olhos escuros na direção dela, sem palavras.

No caminho de volta para a delegacia.

Priscila controlava o volante com uma mão e esfregava a barriga com a outra, cheio de sarcasmos.

Ela entendia que Leonardo queria defender Camila, pois é a mulher amada dele.

Mas ela não podia aceitar a ideia dele, que a mandou ceder para proteger Camila. Porquê isso?

Chegou à delegacia em breve.

Priscila mantinha sentada no carro, em vez de descer às pressas. Quando tinha menos dor na barriga, ela saiu de carro, entrou na delegacia e fez o BO novamente.

O conteúdo do BO é que a bolsa dela foi roubada.

Ela tinha que pedir à delegacia para prender o ladrão e pegar de volta sua bolsa.

No outro lado, na sala de interrogatório.

A Sra. Guerra chorou muito, com a filha nos braços:

- Eu sei que você odeia Priscila, mas não pode matá-la. Você é ousada demais.

Quando recebeu a chamada da delegacia, dizendo que a filha empurrou Priscila para baixo das escadas, ela ficou tão assustada que quase se desmaiou.

De cabeça abaixada, Camila também tinha os olhos vermelhos:

- Mamãe, desculpe. Eu não queria, mas não podia controlar-me.

- Você... - a Sra. Guerra suspirou e olhou para Edson ao lado. - Acaso vocês não descobriram que Priscila é uma pessoa difícil? Vocês lançaram vários ataques e todos foram resolvidos por ela com facilidade. Ela ainda entregou vocês na delegacia. O que justifica? Vocês dois não são oponentes dela no campo de conspiração.

Edson esfregou as têmporas:

- Ramiro, aquele canalha, tem uma filha muito inteligente.

Ao dizer isso, ele tinha certo grau de inveja.

- Não me importo. Enfim, deixem de mirar Priscila por enquanto, a menos que vocês consigam derrotá-la radicalmente. Se não tiverem essa capacidade, fiquem quietos. Eu não quero receber mais chamadas dizendo que vocês entram na delegacia um após outro. - disse a Sra. Guerra, chorando e tapando seu rosto.

Edson puxou a esposa nos braços:

- Não se preocupe. Eu sei.

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