Amor Iniciado pela Intriga romance Capítulo 122

Ele enxergou também que essas táticas discretas não eram suficientes para derrotar Priscila, já não para falar daquele misterioso homem com máscara de raposa por trás dela.

Se quiser eliminar Priscila, tem que identificar esse homem com máscara de raposa. Isso só pode ser feito devagar, em vez de ter pressas.

Camila abaixou a cabeça sem falar nada. Não se sabe o que ela estava pensando.

Nesse momento, se abriu a porta da sala de interrogatório.

Um policial entrou juntamente com Priscila.

Priscila percorreu o olhar gélido pelos três e zombou:

- Afinal, o presidente Guerra e sua esposa também estão aqui.

A Sra. Guerra virou a cabeça para a evitar.

Edson bufou, mas também não disse nada.

Apenas Camila, cujos olhos estavam cheios de lágrimas, olhou para Priscila:

- Sra. Priscila, peço imensas desculpas. Eu realmente não tinha intenção de empurrar você de propósito. Eu somente...

- Somente tem perturbação de identidade dissociativa né? - Priscila curvou os lábios de maneira satírica.

Camila mordeu o lábio:

- Afinal, você já está ciente.

Priscila bufou e a observou semicerrando os olhos:

- Você realmente tem essa doença?

- É verdade. Eu acabei de tomar conhecimento disso também. - Camila acenou a cabeça de forma medrosa, como se tivesse medo do fato de ter perturbação de identidade dissociativa.

A Sra. Guerra abraçou a filha, sentindo pena por ela:

- Cami, porque não nos disse que você tem perturbação de identidade dissociativa?

- Porquê? - Edson também olhou para ela seriamente.

Camila segurou as mãos dos pais:

- Porque eu não quero deixar vocês preocupados.

- Que menina... - a Sra. Guerra suspirou.

Perante essa família, Priscila ficou a ter saudades nos olhos.

Antigamente, ela também tinham os pais, que a amavam tanto.

Mas tudo isso desapareceu completamente, devido ao incidente há 6 anos.

- Basta. - Priscila disse em voz fria, de braços cruzados. - Eu não sei se a sua doença é verdadeira ou falsa. Se for verdadeira, desconsiderem as minhas palavras. Mas se for falsa, eu desejo que você realmente tenha perturbação de identidade dissociativa.

Camila mudou de cara e prestou um olhar surpreendido a ela:

- Sra. Priscila, você...

- Que mulher maldosa! Você ousa maldizer Camila! - A Sra. Guerra apontou Priscila com o dedo tremido.

Edson também ficou de rosto escurecido.

Priscila espalmou as mãos:

- Eu já disse: a sua filha só vai ter perturbação de identidade dissociativa caso ela diga mentira. Já que a doença é verdadeira, as minhas palavras não funcionam. Sra. Guerra, porque ficou tão excitada?

- Você... - A Sra. Guerra não sabia o que dizer.

Edson deu tapinhas nas mãos dela e semicerrou os olhos para Priscila:

- Garota, você ainda é tão articulada em falar.

Priscila riu:

- Presidente Guerra, você me elogiou demais.

Edson zombou, sem dizer mais.

Priscila passou a olhar Camila:

- Sra. Camila, já não tenho aquele áudio. Você está contente com isso?

- Ah é? - Camila piscou os olhos, cheia de confusão. Fingindo perceber as palavras de Priscila só mais tarde, ela abriu a boca por causa de choque. - Sra. Priscila, você suspeitou de mim?

- Só nós três sabemos que eu tenho esse áudio. Eu já perguntei a Leonardo, que não é o autor. Portanto, quem tem possibilidade de lançar esse ataque é somente você. - Priscila a observava.

Camila abanou as mãos apressadamente:

- Não fui eu! Eu já disse que posso ir à prisão e responsabilizar pelo meu comportamento. Como é que eu ia roubar o áudio?

- Roubar? - Priscila curvou os lábios. - Sra. Camila, você admitiu o delito propriamente. Quando é que eu disse que o áudio foi roubado?

Camila mudou de cara e percebeu só nesse momento que tinha relevado essa informação-chave.

- Eu...eu... - Ela apertou as mãos ansiosamente.

Ao ver isso, os olhos de Priscila estavam repletos de desdém:

- Que retórica bonita! Se não quiser ir à prisão, pode dizer diretamente e talvez eu ainda admire você um pouco mais. E agora, que hipócrita!

Ela disparou um olhar frio a Camila e foi embora.

Camila abaixou a cabeça, de cara feia, sem palavras.

- Edson, o que está olhando? - A Sra. Guerra viu o marido pregar os olhos na direção de Priscila e franziu as sobrancelhas.

Edson ponderou uns segundos:

- Nada especial. Me parece que o lado do rosto de Priscila é um pouco parecido com a mãe.

Na reunião anterior, ele achava que a risada dela se parecia com a mãe.

Mas agora, até o lado do rosto é semelhante, o que inevitavelmente o deixou chocado.

Graças a essa informação, a Sra. Guerra também lembrou algo e arregalou os olhos:

- Edson, você me lembrou uma coisa. No dia em que eu voltei do bairro Namkon e deparei com Priscila no aeroporto, já me pareceu que o lado do rosto dela era muito familiarizado, como se tivesse visto em algum lugar, só que não recordei. Como você disse, é realmente parecido com a mãe.

- Pai, mãe, vocês estão falando da avó? - Camila perguntou de repente.

A Sra. Guerra acenou a cabeça:

- Sim.

Camila abaixou a cabeça, mordendo o lábio:

- Eu não gosto da avó.

- Enfim... - a Sra. Guerra tocou a cabeça da filha, suspirando. - Não vamos falar disso. A avó já faleceu, não é?

- Mas eu não entendo mesmo porque a avó desgosta de mim. Acaso eu não sou a neta única dela? - Camila olhou para os pais, com lágrimas nos olhos.

Os dois se entreolharam e ambos viram algo complicado nos olhos do outro.

Fora da sala de interrogatório, Priscila estava conversando com um policial.

- Sra. Priscila, embora você dissesse que a Sra. Camila te empurrou para baixo das escadas e é suspeitada de cometer homicídio, não há monitoramento no local do incidente e é difícil coletar provas úteis. Além disso, a prova que você possuía também deixou de existir. Portanto, não podemos aprisionar a Sra. Camila por enquanto.

Priscila já previu esse resultado, de maneira que não ficou irritada. Estava um pouco ressentida, mas acabou por acenar a cabeça:

- Entendi.

- Vamos tentar o máximo para resgatar sua bolsa. - o policial acrescentou.

Priscila o agradeceu:

- OK, por favor.

- Por nada. - o policial sorriu.

A seguir, Priscila deixou assinatura e saiu da delegacia.

Fora da delegacia, Leonardo estava encostado no carro, com um cigarro nos dedos.

Priscila foi pega de surpresa.

Ele até sabe fumar.

Foi a primeira vez que ela viu esse homem fumar.

Leonardo também notou Priscila. Apagando o cigarro, ele observou o rosto dela minuciosamente e afrouxou a testa bastante, pelo que a expressão dela não era tão ruim como dantes.

- Está OK? - ele perguntou.

Priscila fingiu não ter ouvido e caminhou direto para seu carro.

Leonardo franziu as sobrancelhas.

Ele podia sentir que ela o detestava muito, detestava ainda mais do que antes.

Só porque ele a impediu de chamar polícia?

Priscila foi embora dirigindo.

Leonardo permaneceu no mesmo local por um momento e ouviu som de pegadas por trás.

- Leo. - Camila o chamou em voz supresa e feliz.

Leonardo virou o corpo e viu Camila correndo para ele alegremente.

- Leo, você... - Camila viu a ferida no rosto de Leonardo e sua risada virou rígida. Ela estendeu a mão para tocar e perguntou em tom angustiado:

- Leo, o que aconteceu? Quem te agrediu?

- Diga lá, Leo. - o casal Guerra também perguntou.

Leonardo tirou a mão de Edson do seu rosto:

- Não é grave. Eu tropecei.

- Que bobagem! Sofreu uma agressão obviamente. - Camila desatou a chorar.

Leonardo apertou a mão dela:

- Pode deixar. Já passou. Pode ir ao carro primeiro.

Como Leonardo não tinha vontade de dizer mais, Camila tinha que desistir e entrou no carro obedientemente.

No caminho, Leonardo a olhou com o brilho lateral:

- Cami, foi você que mandou roubar a bolsa de Priscila?

Camila acenou e depois abanou a cabeça:

- Pode ser, mas eu não tenho impressão. Por isso, acho que provavelmente foi feito por um outro “eu”. Ela deve não querer ir à prisão. Desculpa, Leo.

- Pode deixar. Isso não tem a ver com você. Não se sinta culpada. - Leonardo a confortou gentilmente.

Camila fungou o nariz:

- Mas como é que eu faço com a Sra. Priscila?

- Basta devolver a bolsa para ela. Mesmo que ela pegue o áudio, eu não vou te entregar à prisão. - Leonardo disse girando o volante.

Camila abaixou a cabeça, com uma expressão hesitante:

- Mas, eu não tenho ideia de que pessoa um outro “eu” mandou para roubar a bolsa, nem tenho contato no celular. Se não encontrar a bolsa, como é que posso devolvê-la à Sra. Priscila?

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Amor Iniciado pela Intriga