Amor Pós-Divórcio romance Capítulo 51

Caroline se sentou do outro lado do vidro, sem mexer um centímetro sequer do corpo. Um sorriso irônico apareceu no canto de sua boca quando ela disse: "É mesmo? Então você vai ter que sair daí primeiro!".

Vendo que eu estava agitada, um policial me repreendeu e avisou, em tom ameaçador: "Comporte-se!".

Fui fisicamente contida pela polícia e não conseguia me mexer. Mas Caroline, fingida que só ela, disse: "Policial, a Charlotte ficou um pouco agitada, mas já está mais calma. Não é necessário segurá-la".

Assim, pude me sentar na cadeira. Mas o policial continuou atrás de mim, a um passo de distância.

"Caroline, como eu já disse outras vezes, não faço questão de ser a Sra. Cowell."

Eu disse isso suavizando meu tom de voz.

Na verdade, eu pensava que, se Caroline retirasse a queixa, eu provavelmente conseguiria resolver tudo facilmente.

Mas, claro, Caroline sabia o que se passava em minha mente.

Sentada do outro lado, ela me lançou um olhar lamentável e disse: "Charlotte, nós somos irmãs. Eu valorizo o nosso parentesco mais do que tudo. Mas você me atacou várias vezes e, agora, todo mundo da nossa família está muito decepcionado com você. Tenho medo de que, se eu perdoá-la de novo e depois sofrer mais algum acidente, nossos pais e a vovó não aguentariam…".

Ela mencionou a nossa avó.

E eu senti um fio de esperança.

Então, eu perguntei a ela: "Vovó? A vovó sabe sobre isso?".

"Bem…" Parecia que Caroline não esperava minha pergunta. Ela rapidamente assentiu com a cabeça e disse: "Bem, sim, ela sabe. Mas ela não sabe o que aconteceu da última vez. Patrick e eu ajudamos você e escondemos a verdade dela. Mas, desta vez, não posso esconder mais nada. Os mais velhos das duas famílias já sabem de tudo".

Ouvindo as palavras de Caroline, eu senti vontade de rir.

Ela me ajudou, escondendo a verdade da vovó?

Certamente era Patrick quem queria manter uma parte da família no escuro.

Desta vez, era óbvio que Caroline já tinha contado tudo aos mais velhos.

Sem dúvida, Caroline era implacável.

Tendo sido presa uma vez, Rosy e Ned poderiam achar que havia algo estranho, que eu tinha sido injustiçada.

Entretanto, certamente ninguém acreditaria na minha inocência depois de ir para a prisão duas vezes.

As palavras de Caroline só confirmaram que ela certamente não me ajudaria.

Então, eu não queria mais perder meu tempo discutindo com ela.

Eu levantei da cadeira e voltei para o centro de detenção.

Passado algum tempo, eu soube que a polícia usou um detector de mentiras para verificar se o funcionário que me identificou estava falando a verdade ou não.

O resultado do teste foi que ele não mentiu.

E a investigação, que durou cerca de um mês, chegou ao fim.

Embora eu tivesse me recusado a ver Seth, ele me ajudou a conseguir um advogado.

No entanto, por causa do depoimento do trabalhador e do resultado do detector de mentiras, fiquei no banco dos réus e ouvi como o caso seria julgado.

Patrick e Caroline estavam sentados na audiência.

"Como é familiar é esse processo…"

Eu sabia que provavelmente não conseguiria reverter o caso.

Quando a decisão saiu, eu confirmei o que já imaginava: eu tinha perdido. O juiz anunciou que eu tinha sido condenada a mais seis meses de prisão.

Quando fui retirada da sala de interrogatório pelos guardas, tive a sensação de ter voltado dois anos no tempo.

Olhando para as algemas em minhas mãos, cheguei a sentir que, se fosse para a prisão novamente, talvez eu não tivesse tanta sorte quanto da última vez.

"Eu vou morrer por dentro!"

Naquele momento, eu entrei em uma espiral de pânico!

Meu corpo todo tremia sem parar.

"Não… Não…", eu murmurei. Quando levantei minha cabeça, vi que Patrick e Caroline estavam bem na minha frente a uma curta distância.

De repente, saí correndo na direção de Patrick, como se tivesse enlouquecido!

Então, eu me ajoelhei na frente de Patrick, segurei-o pelas calças e implorei: "Sr. Cowell, eu não a machuquei. Eu não fiz nada! Eu juro. Acredite em mim pelo menos uma vez. Se vocês retirarem a queixa, eu prometo que nunca mais boto os pés nesta cidade. Eu juro que não vou aparecer na frente de vocês dois pelo resto da minha vida!".

Eu não deveria ser tão covarde, eu sei.

Mas a horrível lembrança dos dias passados na prisão, bem como o medo de estar atrás das grades novamente, fizeram com que eu perdesse o controle.

Naquele momento, minha covardia falou mais alto!

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