Amor Pós-Divórcio romance Capítulo 54

No entanto, Caroline não perdeu a paciência. Em vez disso, ela caminhou até a mesa de jantar e se sentou na cadeira. Então, ela disse, com uma voz delicada: "Ainda não tomei meu café da manhã".

"Tragam outro prato para ela. E coloquem o da Sra. Cowell ao meu lado."

Foi assim que Patrick instruiu as empregadas.

Notei que, assim que ele terminou de falar, Caroline cerrou os punhos sob a mesa. E as veias nas costas de suas mãos incharam ligeiramente.

Embora eu não tivesse entendido o que Patrick quis dizer, desci as escadas como se nada tivesse acontecido. Em seguida, sentei-me ao lado de Patrick e observei a empregada me servir o café da manhã.

Patrick e eu nos sentamos lado a lado, tomando o café da manhã juntos.

A empregada também serviu o café da manhã para Caroline.

Mas Caroline não encostou na comida. Ela disse: "Charlotte, Patrick e eu decidimos perdoá-la desta vez só porque a vovó e o vovô Cowell gostam de você. Portanto, não queremos que eles fiquem num impasse".

"Ah!"

Tomei o café da manhã e, lembrando-me de como Caroline tinha questionado Patrick pelo telefone logo cedo, achei ridícula a desculpa que ela inventou.

Mas Caroline não sabia que eu tinha ouvido a conversa. Então, ela continuou: "Espero que a gente consiga se dar bem daqui para frente, porque assim não colocamos Patrick nem os mais velhos de ambas as famílias em uma posição difícil, não é verdade?".

Ela queria mesmo agir como se fosse uma pessoa boazinha e gentil?

Eu não ia deixar!

"Sério? Mas então por que ouvi alguém ligar para o meu marido logo cedo, querendo saber por que ele tinha me soltado?" Depois que terminei de falar, eu me virei e olhei para Patrick. Então, levantei minhas sobrancelhas ligeiramente e fiz uma expressão provocadora ao completar: "Não é mesmo, querido?".

Caroline perdeu a cor. Ela olhou para Patrick como se esperasse que ele encobrisse a sua mentira.

No entanto, Patrick estava concentrado em seu café da manhã.

Depois de engolir a comida que tinha na boca, ele passou o guardanapo nos lábios e respondeu: "Sim".

Fiquei muito surpresa por ele ter me ajudado.

Sua resposta, ainda que curta, fez Caroline não conseguir controlar a expressão de desagrado que brotou em seu rosto.

Ela abaixou a cabeça e terminou de tomar o café da manhã em silêncio. Depois disso, ela foi embora.

Subi para procurar meu celular. Só depois é que me lembrei de que minha bolsa e meu celular foram jogados no carro por Patrick e que eu não os tinha comigo.

Depois de dizer isso a Patrick, ele me deu a chave do carro.

Quando peguei meu celular de volta, vi que ele estava desligado.

Meu celular tinha ficado sem bateria.

Depois que consegui ligar o aparelho novamente, descobri que Lisa e Seth haviam me ligado inúmeras vezes e enviado várias mensagens de texto para mim na noite anterior.

Voltei para a sala com pressa para ligar para eles.

Acontece que Lisa viu quando eu fui sequestrada por Patrick no aeroporto na noite anterior. Ela tentou ir atrás de mim, mas Patrick já havia saído com o carro.

Depois disso, ela ficou tentando me ligar. Como não conseguiu falar comigo, ela contatou Seth.

Seth tinha o número de telefone de Patrick e tentou ligara para ele, mas Patrick não atendeu suas ligações.

Surpreendentemente, Patrick acabou ligando para Seth no meio da noite e disse: "Charlotte está bem. Você não precisa mais se preocupar com ela daqui para a frente. Eu assumo total responsabilidade sobre ela".

Embora Seth não estivesse disposto a desistir de mim, ele ficou aliviado de saber que eu estava bem e não continuou a tentar me contatar.

Quando contei tudo a Lisa, ela me perguntou, em tom de fofoca: "O que Patrick quis dizer com isso? Ele descobriu que ama você depois de quase perdê-la?".

Eu ri daquela hipótese maluca e disse: "Ele me ama? Como isso seria possível? Ele disse que nunca se apaixonaria por mim nesta vida!".

"Eu não sei, não. Quando se trata de amor, ninguém pode ter certeza de nada."

Lisa parecia estar em dúvida.

Segurando o celular, eu balancei a cabeça. "Ele apenas me considera como algo que pertence a ele. Mesmo que ele não me queira, ainda que me odeie, ele não vai permitir que eu não seja controlada por ele."

Ao ouvir meu argumento, Lisa pareceu achar minha explicação razoável. Então, ela debochou: "Será que ele pensa que é algum tipo de imperador?"

Quando desliguei o telefone, eu me virei e vi Patrick parado na porta do quarto.

Fiquei surpresa e me perguntando há quanto tempo ele já estava ali. Então, eu perguntei a ele: "Sr. Cowell, qual é o problema?".

Ao ouvir a forma pela qual eu me dirigi a ele, Patrick franziu a testa ligeiramente. "Sr. Cowell? Você já ouviu alguma mulher chamar o próprio marido desse jeito?".

"Não, mas eu vejo um homem que ajudou sua amante a esconder todas as maldades que fez e ainda mandou sua própria esposa para a prisão!",

eu retruquei.

Na verdade, eu não era tão ingênua. Patrick era o chefe do Towering High Group – é claro que ele não tentaria me incriminar.

Tudo que aconteceu comigo era culpa de Caroline.

No entanto, ele fez vista grossa para o que Caroline tinha feito comigo.

E, inclusive, ele até a ajudou em alguns momentos.

Patrick parou por um instante e disse: "Tire uma folga e me diga aonde você quer ir. Estou totalmente livre hoje. Posso acompanhá-la aonde quiser".

Depois de dizer isso, ele saiu e fechou a porta.

Eu fiquei olhando para a porta fechada sem saber o que pensar. Por um momento, pensei até que estava tendo alucinações.

Ele disse mesmo que iria me acompanhar?

Mas logo eu entendi tudo. Ele estava com medo de que eu tentasse fugir novamente e se ofereceu para me acompanhar só para ficar de olho em mim.

Saí apressada atrás de Patrick e disse, enquanto ele descia as escadas: "Não se preocupe, Sr. Cowell. Não irei a lugar nenhum".

Enfatizei as palavras "não se preocupe".

Em seguida, voltei para o quarto.

Patrick ficou em casa o dia inteiro. E eu também.

Mas nós dois não dissemos uma palavra um ao outro.

Ao anoitecer, pensei que o dia terminaria sem novidades. As empregadas terminaram de preparar o jantar e, assim que eu me sentei para comer, o celular de Patrick tocou.

Quando ele atendeu a chamada, eu o ouvi dizer: "Vovô!".

Então, ele se levantou e foi para a sala atender a ligação.

Eu olhei e percebi a mudança de expressão no rosto de Patrick enquanto ele falava ao telefone.

Depois de um tempo, quando eu estava prestes a começar a comer, Patrick desligou o telefone e se aproximou. Então, ele disse: "Vá trocar de roupa e me acompanhe até a casa do vovô".

Eu respondi: "Só nós dois?"

Logo, eu percebi o que estava acontecendo.

Depois de trocar de roupa, entrei no carro de Patrick e fomos para a casa de Ned.

Quando chegamos lá, a primeira pessoa que vi não foi Ned, mas Caroline, que estava sentada ao lado de Ned, com maquiagem discreta e postura obediente.

Ela não conseguiu esconder a satisfação em seus olhos quando me viu. Mas, ainda assim, ela se levantou e disse, fingindo surpresa: "Charlotte, você por aqui!".

Assim que eu e Patrick entramos, Ned, que até então parecia estar sorrindo, ficou sério. Ele bateu na mesa e disse: "Se ela não tivesse me contado tudo, quantas coisas mais você iria esconder de mim?".

"Vovô, foi o senhor que disse que ela era minha esposa e que eu deveria protegê-la. Foi exatamente isso que eu fiz."

Patrick se posicionou na minha frente, então eu não conseguia ver sua expressão. Mas, ao ouvi-lo rebater o avô, eu fiquei mais calma.

Afinal, sempre que estávamos na casa da família Cowell, Patrick fazia o papel de bom marido.

Ele estava sempre cuidando de mim e demonstrando preocupação.

Então, quando ele me defendeu, eu não fiquei surpresa com a sua atitude.

"Como assim, ela é sua esposa? Ela fez coisas tão terríveis! Ela ainda é a sua esposa? Vou deixar uma coisa bem clara para você: eu não vou aceitar uma neta tão horrível como ela!"

Ned estava sentado no sofá, olhando para mim com nojo e desdém.

Eu já tinha visto um olhar como o de Ned antes. Quando eu estava na delegacia sendo interrogada e o trabalhador que havia sido subornado reclamou que sua família estava sofrendo muito, o policial me olhou do mesmo jeito.

"Vovô, como você pode ter certeza de que Caroline está falando a verdade?", eu perguntei, olhando diretamente para o vovô Cowell e me sentindo bastante decepcionada.

Afinal, Ned tinha sempre sido muito gentil comigo.

"Só acredito no que a polícia disse." Ao responder, Ned não olhou para mim.

Dei um passo à frente e retruquei: "Mas a polícia também comete erros".

Quando Caroline ouviu o meu argumento, ela disse, segurando o riso: "Charlotte, a polícia não cometeu nenhum erro. Além disso, eles não interrogaram a pessoa envolvida usando um detector de mentiras? Mesmo se a polícia estivesse enganada, o detector de mentiras revelaria a verdade".

As palavras de Caroline foram como um estalo.

O detector de mentiras não cometeria um erro…

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