Amor Pós-Divórcio romance Capítulo 56

Eu sabia que, agindo daquela forma, Ned havia concordado com o meu pedido.

Enquanto eu pensava em como convencer Caroline a ir também, ela se convidou, sem rodeios: "Eu quero ir também!".

"Bem…", eu disse, fingindo hesitar por um momento, antes de concordar. "Tudo bem, você pode ir".

Na verdade, eu tinha ficado feliz por dentro.

Depois disso, Patrick revelou a eles onde jantaríamos na noite seguinte: na sala privada nº 366 do Chef Ming.

O Chef Ming era um restaurante com três estrelas Michelin.

Quando fui embora da casa da família Cowell com Patrick, ele pediu que um motorista levasse Caroline para casa. Depois disso, nós voltamos juntos para o apartamento de Patrick.

Ele fez isso principalmente por Ned.

No caminho de volta, perguntei a ele sobre o restaurante e descobri que a sala privativa nº 366 do Chef Ming estava reservada para ele pelo resto do ano.

Depois de me explicar sobre o restaurante, ele me perguntou: "Agora me diga. O que você pretende fazer amanhã?".

Hesitei por um momento e respondi: "É segredo!".

Eu não tinha certeza se Patrick tentaria ajudar Caroline. Se fosse esse o caso, meu plano não tinha chances de dar certo.

Na manhã seguinte, bem cedo…

Depois que Patrick foi trabalhar, eu me levantei, fui ao shopping e entrei em uma loja de perucas. Depois de muito procurar, finalmente encontrei uma peruca com a cor e o comprimento quase iguais aos do cabelo de Caroline.

Só era um pouquinho mais comprida que o cabelo dela.

Levei a peruca a um salão de beleza e pedi ao cabeleireiro para cortar no comprimento certo e fazer um penteado parecido com o de Caroline.

Conforme fui fazendo as coisas que precisava, a tarde chegou. A princípio, eu queria pedir a Lisa que fizesse minha maquiagem, mas, infelizmente, ela não estava em casa.

No entanto, ela me apresentou a uma de suas colegas, que era muito boa de fazer maquiagem.

Ela maquiou meu rosto com base no que a Caroline costumava fazer.

Depois da maquiagem pronta, coloquei a peruca e comparei meu visual com o de Caroline. Tive certeza, então, de que eu era, de fato, muito semelhante à Caroline.

Eu estava parecendo uma v*dia angelical!

Quando faltava uma hora para o jantar, Patrick foi para casa me buscar. Naquela hora, eu ainda não estava usando peruca. Quando ele me viu, notei uma expressão profunda em seus olhos, mas ele não disse nada.

Depois de entrar no carro, ele me perguntou: "Para onde vamos agora?".

Eu fiquei um pouco surpresa, pois tive a impressão que ele já sabia o que eu iria fazer.

Fomos buscar Caroline e Ned.

Nós quatro fomos juntos no mesmo carro. Sem demora, chegamos à obra onde o operário estava trabalhando.

Caroline não entendeu o que estava acontecendo e perguntou: "Ué, nós não vamos jantar? Charlotte, o que você está fazendo?".

Eu dei a ela uma breve explicação: "Estamos esperando por alguém".

Caroline aproveitou a oportunidade para bajular Ned, dizendo: "O tempo do vovô Cowell é precioso. Você não vai deixá-lo esperando à toa desse jeito, vai?".

Quando eu estava prestes a explicar a Ned sobre a demora, Patrick falou: "Espere só um minuto. Logo já estará tudo resolvido".

Sentada no banco do passageiro, eu lancei a ele um olhar confuso.

Sua expressão era enigmática e eu não conseguia saber no que ele estava pensando.

Por conta do olhar indecifrável de Patrick, eu senti fortemente que não era capaz de entendê-lo.

Passados alguns minutos, vi o trabalhador descer as escadas. Naquele momento, tirei imediatamente a peruca da bolsa, coloquei na cabeça e, depois, penteei com uma escova que havia levado comigo.

Então, eu olhei para Caroline.

Ela pareceu perceber a minha intenção e estendeu a mão para arrancar a peruca da minha cabeça. Mas eu fui mais rápida.

Abri a porta do carro e saí.

Quando me aproximei do trabalhador, ele me reconheceu imediatamente: "Você é a Srta. Caroline".

Eu balancei a cabeça, concordando: "Sim."

Depois disso, perguntei como estava a situação da sua família e fingi dar-lhe três mil dólares, num impulso momentâneo.

Na verdade, não é que eu não queira dar mais dinheiro a ele. Acontece que eu simplesmente não tinha mais dinheiro para oferecer.

Ele agradeceu à "Caroline" com muita alegria. Então, de forma bem conveniente, ele quis me adular.

Ele falou: "Muitos dizem que vocês duas se parecem. Mas, na minha opinião, vocês não são iguais. Ela parece cruel, mas você é diferente. Você é muito gentil!".

Quando o ouvi dizer isso, ri por dentro!

Mas me controlei e disse, com cinismo: "Minha irmã está passando por uma fase difícil. Ela…".

"Charlotte! Pare de atuar!"

Antes que eu pudesse terminar de falar, Caroline de repente saltou do carro, correu e arrancou a peruca da minha cabeça!

Quando o trabalhador nos viu lado a lado, ele nos fitou de cima a baixo, com um olhar confuso no rosto.

Caroline apontou para mim e disse ao trabalhador: "Ela é a Charlotte!".

Eu não tentei negar e completei: "Sim, eu sou a Charlotte! E agora, você ainda tem certeza de que a pessoa que viu aquele dia era mesmo eu?".

Ao ouvir minha pergunta, o trabalhador ficou completamente chocado.

No entanto, Caroline interrompeu, parecendo agitada: "Claro que era você! Sem dúvida!".

Entretanto, mesmo que ela não tivesse dito nada, tudo ficaria evidente.

Naquela noite, o tal jantar, que não foi bem um jantar, terminou em discórdia.

Caroline chegou a me mandar uma mensagem só para me ofender.

E quando eu já estava crente que tinha ganhado aquela batalha, Patrick, que me havia me levado para casa, disse, de repente: "Charlotte, eu posso deixar que você continue sendo a Sra. Cowell. Posso até protegê-la. Mas você tem que me prometer que não vai prosseguir com esse assunto".

"O quê?"

Eu, que tinha acabado de entrar na casa, me virei para olhar para Patrick, que vinha logo atrás de mim, pensando que estava ouvindo coisas.

"No que diz respeito ao formol da cola dos papéis de parede do ateliê, vamos parar com essa história por aqui mesmo."

Patrick pronunciou aquelas palavras com absoluta certeza.

"Por quê?"

"Você pode continuar com a posição de Sra. Cowell por quanto quiser. Ninguém irá…"

"Eu não me importo com isso!"

Antes que ele pudesse concluir o pensamento, eu o interrompi.

Aproximei-me de Patrick e ergui minha cabeça para olhá-lo nos olhos. Então, disse, muito séria: "Então é por isso que você estava sendo tão legal comigo ultimamente. Você já sabia que a culpa era da Caroline! Você tem medo de que eu encontre provas e a processe, não é?".

"Não…"

"Não? Você sabia que está com uma expressão de culpa no rosto?"

Recentemente, embora eu tivesse tentado justificar o comportamento de Patrick usando várias desculpas, eu realmente sentia que ele era bom para mim.

Ele me defendeu várias vezes. E ele foi gentil comigo.

Nesse caso em particular, ele até mesmo cooperou comigo, o que me fez sentir que ele não era tão mau.

"Ela estava apenas um pouco confusa…"

Assim que Patrick disse isso, ele pareceu ter ficado um pouco envergonhado.

Para minha surpresa, Patrick, aquele homem tão poderoso e imponente, parecia estar tímido e ter a consciência pesada por tentar defender Caroline.

Olhei para ele e perguntei: "Ela estava um pouco confusa? Então eu tive que ir para a cadeia por um ano e meio porque ela estava confusa? Você já sabia a verdade sobre o meu aborto forçado, não é? Isso também aconteceu porque ela estava confusa?".

"Charlotte…"

"Por favor, me chame de Charlotte Archer. Não me chame pelo seu sobrenome. Estou farta!"

Eu senti que realmente estava enlouquecendo.

Como é que pude pensar que realmente conseguiria deixar meu passado triste para trás e desfrutar de uma vida feliz ao lado de Patrick, só porque ele foi legal comigo?

Eu era realmente muito estúpida!

"Se você me prometer que não continuará investigando esse assunto, eu posso lhe prometer alguma coisa em troca."

"E se eu continuar com a investigação?", perguntei, olhando para Patrick. "Eu fiquei presa por um ano e meio. Do que mais eu deveria ter medo?".

"Se você for a fundo nessa história, eu vou ter que ficar ao lado dela e protegê-la."

Aquelas palavras atingiram meu coração como um golpe!

Meu coração parecia estar sendo esmagado por incontáveis mãos invisíveis.

Doeu muito.

Doeu muito mesmo.

Eu olhei para ele e mordi meus lábios com tanta força, numa tentativa de me conter, que consegui parecer até um pouco comedida.

Mas eu sabia muito bem que, se não concordasse com ele, eu não conseguiria derrotá-lo sozinha. Por outro lado, se eu pedisse ajuda a outra pessoa, os meus amigos acabariam envolvidos.

No final, eu tive que me comprometer.

Olhei para ele e disse: "Tudo bem, então. Vou pensar no que pedir de você em troca".

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Amor Pós-Divórcio