Amor Pós-Divórcio romance Capítulo 63

Como ela pôde mudar de atitude tão drasticamente após uma noite?

Parecia que meu palpite da noite anterior estava certo!

Alguém estava orientando a esposa de Ronald sobre o que dizer e o que fazer.

Olhei para a esposa de Ronald e perguntei a ela: "Há tantas pessoas em nossa empresa, mulheres em sua maioria. Como você pode ter tanta certeza que eu sou a Charlotte?".

Ao ouvir minha pergunta, a esposa de Ronald entrou em pânico. Então, ela olhou para o chão e pausou por um longo tempo, antes de dizer: "Você… você parece uma pessoa maldosa já à primeira vista! Quem mais pode ser a Charlotte?".

Olhei para o policial que a acompanhava e disse a ele, com um sorriso fraco: "Ela é tão poderosa que consegue saber que uma pessoa é má só de olhar para ela. Que tal recrutá-la para a polícia?".

"O que você quer dizer com isso?" A esposa de Ronald estava nervosa. Ela se levantou e apontou para mim, enquanto gritava: "Foi você quem fez mal o meu marido! Ele era um homem saudável. Se ninguém tivesse feito nada com ele, como ele poderia ter morrido?".

Vendo que a esposa de Ronald apontava para mim e me ofendia, o policial parecia ter percebido algo estranho no comportamento dela.

Ele tentou acalmar a esposa de Ronald: "Essas são duas coisas diferentes. Enquanto você não tiver nenhuma evidência concreta, melhor não conectar uma coisa à outra".

Percebendo que o policial não estava do lado dela, a esposa de Ronald apontou para ele e reclamou: "Pelo jeito, você vai ajudar os ricos e intimidar os pobres, não é?".

Assim que ela berrou, os filhos gêmeos, que dormiam ao lado dela, começaram a chorar.

"Eu estou dizendo a verdade."

O policial também estava pasmo.

Em vez de suprimir esse assunto, eles me envolveram na história.

Os meus colegas de trabalho me olhavam de maneira hostil e sussurravam entre si.

Alguém disse em alto e bom som: "Bem, acho que está na hora de a Charlotte ser demitida".

"Demitida? E por acaso isso vai fazer meu marido voltar à vida?" A esposa de Ronald apontou para a pessoa que disse aquilo e bradou: "É fácil falar porque não foi alguém da sua família que morreu. Você não tem ideia da dor que eu estou sentindo!".

O colega não se atreveu a falar mais nada.

Para não atrapalhar o trabalho de todos na empresa, Seth planejou chamar a esposa de Ronald para conversar em seu escritório.

Mas ela insistiu em fazer um escarcéu ali, na frente de todos.

Ela deu aquele tipo de escândalo por três dias seguidos.

No terceiro dia, a esposa de Ronald levou consigo o resultado do exame de estômago de Ronald, realizado pelo hospital, dizendo que a Glorious Seth Design explorou a equipe e que o marido adoeceu porque não conseguia comer na hora que deveria.

De modo geral, a indenização para esse tipo de caso era de 200 ou 300 mil dólares. No máximo, de 500 mil dólares.

Provavelmente porque eu tinha sido envolvida na história toda, Seth gentilmente ofereceu à esposa de Ronald 1 milhão de dólares como compensação.

No entanto, ela não aceitou.

No quinto dia…

Quando chegamos ao escritório pela manhã, descobrimos que ela havia colocado o corpo de Ronald na entrada do prédio! Ninguém sabia como ela tinha conseguido fazer aquilo.

Dias antes, Seth e eu já havíamos comprado uma mortalha para Ronald e contratamos um agente funerário para que ele fizesse a maquiagem do corpo.

Naquele momento, o cadáver estava jogado na porta de entrada. Qualquer pessoa que passasse por lá ficaria assustada!

Eu dei uma olhada de longe. Quando a esposa de Ronald me viu, ela avançou na minha direção, como se tivesse enlouquecido, e começou a gritar: "Charlotte, foi você! Foi você quem se aproveitou do meu marido e o fez sentir que devia algo à empresa. É por isso que ele trabalhou tanto até morrer!".

Havia muita gente ao redor, observando a cena. Mas a maioria das pessoas não ousou se aproximar de nós.

Quando a esposa de Ronald correu na minha direção, parecia que todos estavam adorando o espetáculo.

"Sobre esse assunto, inclusive sobre o projeto, eu não tenho nada a ver com isso."

Eu tentei explicar a ela.

Mas ela simplesmente se recusou a me ouvir. E ela me puxou forte, enquanto chorava copiosamente.

Então, enquanto chorava, ela pediu a todos que a ajudassem a conseguir uma resposta.

Mas ninguém se atreveu a se meter no assunto, até porque o comportamento atual da esposa de Ronald fazia ela parecer maluca.

Não muito tempo depois, a polícia chegou e pediu a ela que subisse.

Os policiais queriam que ela levasse o corpo de volta para a casa funerária e o cremasse, para que Ronald pudesse finalmente descansar em paz.

No entanto, a esposa de Ronald não estava disposta a se mexer.

Ela havia pedido 5 milhões de dólares da outra vez. Mas, agora, com o corpo do marido na frente da empresa, ela tinha mais uma exigência.

Ela queria me ver na prisão!

Àquela altura, estava ficando cada vez mais óbvio quem era a pessoa que manipulava a esposa de Ronald.

O escritório da Glorious Seth Design era alugado e ficava dentro de um prédio com vários outros escritórios. Depois daquele estardalhaço todo, o responsável pelo prédio comercial não estava disposta a continuar alugando a sala para nós. Ele se encontrou com Seth e avisou que se o problema não fosse resolvido em três dias, a Glorious Seth Design teria que sair do prédio.

Afinal, ninguém estava disposto a ver um cadáver no local de trabalho.

Os problemas foram se amontoando e a situação se complicou. Agora já não bastava que eu renunciasse. Mas também eu não poderia ir para a prisão sem nenhuma prova.

Ao meio-dia, pensei na filha de Ronald, que, além de estar cuidando dos irmãos gêmeos no andar térreo, ainda tinha que ficar perto do cadáver do próprio pai.

Fiquei preocupada com o fato de que as crianças talvez estivessem com fome.

Então, eu pedi comida em um restaurante. Também desci as escadas com uma chaleira e uma xícara na mão.

Durante todos aqueles dias, notei que a filha mais velha de Ronald quase não disse nada. Ela apenas ficava de cabeça baixa.

Achei que provavelmente poderia descobrir algo através dela.

Quando entreguei a comida e a chaleira para a filha de Ronald, ela não disse nada, mas devorou a comida.

Ela comeu tão rápido que acabou engasgando. E eu dei água a ela, para ajudá-la a desengasgar.

Quando tinha quase terminado de comer, ela disse em voz baixa: "Obrigada".

"Qual é o seu nome? Quantos anos você tem?"

Recolhi as coisas e me sentei ao lado dela, olhando para o corpo de Ronald.

A filha de Ronald respondeu: "Meu nome é Pearl Weil". Vendo que eu estava sentado ao lado do corpo, ela perguntou: "Tia, todo mundo se assusta com cadáveres. Você não tem medo?".

Eu balancei minha cabeça, negando, e disse a ela que Seth e eu tínhamos enviado o corpo de seu pai para a casa funerária e o vestido com a mortalha.

Ao ouvir isso, Pearl, que havia ficado em silêncio por tanto tempo, começou a chorar. Ela pegou minha mão e disse: "Tia, eu sei que você é uma boa pessoa. Minha mãe foi enganada por uma mulher má que se parece muito com você! Mas eu não consigo convencê-la!."

As palavras da menina me chocaram!

Perguntei se ela gostaria de contar à polícia o que ela tinha me dito.

Pearl hesitou por um momento, mas acabou concordando.

Eu chamei o policial.

No entanto, a esposa de Ronald estava junto dele. Na frente da mãe, Pearl apenas abaixou a cabeça e se negou a falar, não importando o quanto eu implorasse para que ela repetisse o que tinha me dito.

Ela ficou absolutamente calada, como se fosse muda.

A esposa de Ronald concluiu que eu estava forçando a menina a falar e me empurrou, enquanto gritava: "Você é perversa! Agora quer forçar minha filha a cometer falso-testemunho? Meu marido já está morto, e você ainda quer tirar vantagem da minha filha. Você quer acabar com toda a minha família?".

Eu balancei minha cabeça e tentei explicar a situação, mas ninguém acreditou em mim.

Àquela altura, eu já estava desesperada. Eu tinha medo de que Seth fosse prejudicado por minha causa.

Enquanto eu estava lá, sem saber o que fazer, meu celular tocou.

Eu atendi a ligação. Era o técnico que estava consertando o meu computador. Ele queria saber quando eu voltaria para buscar meu computador, dizendo que ele já estava pronto há alguns dias.

"Meu computador!"

De repente, senti uma ponta de esperança..

Eu respondi a ele, ao telefone: "Vou para aí agora mesmo!".

Sem perder tempo, corri para a calçada e parei um táxi que passava na rua.

Quando a esposa de Ronald me alcançou, o táxi já havia partido.

Uma hora depois, cheguei na loja e peguei de volta o computador que costumava usar na faculdade.

Não quis esperar e liguei o computador na loja mesmo. Sem demora, encontrei as fotos que Telma havia me mostrado. Além disso, como o computador tinha sido restaurado, a data em que as fotos foram tiradas também voltou a aparecer.

Para evitar que eu perdesse aquelas provas se o computador quebrasse novamente, comprei um pendrive na loja e fiz o backup de todas as fotos.

Em seguida, transferi as imagens para o meu celular e as enviei para Caroline.

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