Amor Pós-Divórcio romance Capítulo 62

Ele soltou a xícara de café e saiu às pressas. Eu o segui e perguntei: "O que aconteceu?".

Seth olhou para mim, hesitante. Depois de um tempo, ele respondeu: "Nada. Concentre-se no seu trabalho".

No entanto, havia um pressentimento ruim crescendo em meu coração.

Como meu trabalho naquele dia não era particularmente essencial, tomei uma decisão por conta própria e o segui até o andar térreo.

Seth estava concentrado, falando ao telefone. Por isso, ele não percebeu que eu o estava seguindo. Quando ele estava prestes a virar a chave do carro, corri e sentei no banco do passageiro.

Ao me ver, seu rosto ficou sombrio de repente. Ele disse: "Volte ao trabalho".

Eu perguntei a ele: "Primeiro me conte o que aconteceu".

……

De início, Seth não quis revelar nada. Mas o assunto era tão urgente que ele não podia perder tempo e teve que dar partida no carro comigo dentro.

No caminho, ele me contou que o operário que tinha adulterado a cola do papel de parede no projeto do ateliê havia sido encontrado morto no canteiro de obras.

Além disso, parece que ele tinha morrido na noite anterior, mas que seu corpo só fora encontrado de manhã.

Assim que ouvi a história, tive o pressentimento de que a morte dele não tinha sido um mero acidente.

Quando Seth e eu chegamos ao local, a polícia já havia chegado. E o corpo do trabalhador ainda estava lá.

Só então soube que o operário se chamava Ronald Weil.

Ao vê-lo caído no chão, lembrei-me de como ele disse, na delegacia, chorando muito, que não estava tendo uma vida fácil naquela época.

Ele tinha três filhos. E ele morreu daquele jeito, de uma hora para outra. O que seria da sua família?

Depois que a polícia terminou de coletar as evidências no local, eles levaram o corpo ao médico legista.

Após uma série de testes, foi confirmado que Ronald morreu repentinamente.

Como ninguém da sua família estava lá, Seth e eu nos encarregamos de enviar seu corpo para uma casa funerária no mesmo dia, compramos um caixão e uma mortalha e pedimos a um agente funerário que cuidasse do corpo para o velório.

Passamos o dia inteiro ocupados, resolvendo toda a burocracia.

Quando finalmente voltei para casa, já passava das 23 h.

Ao abrir a porta, vi que a luz da sala estava acesa e que Patrick estava sentado no sofá. Também havia uma mesinha com um laptop na frente dele.

Ele estava digitando algo no teclado com rapidez.

"Como… como você entrou aqui?"

Desde o necrotério até a casa funerária, eu tinha visto muitas coisas relacionadas ao falecido.

Apesar de estranhar a presença de Patrick ao entrar no apartamento, fiquei especialmente feliz em vê-lo em casa.

Eu me senti um pouco mais à vontade.

"Quando saí esta manhã, peguei a chave reserva", explicou Patrick, sem nem tirar os olhos da tela.

"Chave reserva?"

Nem eu sabia onde estava a chave reserva!

"Quem disse que você podia virar minha casa de cabeça para baixo?"

Olhei em volta e descobri que, na verdade, minha casa não havia mudado muito.

Nesse momento, Patrick finalmente largou o trabalho que estava fazendo e se aproximou de mim. Então, ele me cheirou. Depois disso, ele franziu ligeiramente a testa e perguntou: "Onde você esteve? Por que está com esse cheiro?".

Ao ouvir sua pergunta, eu tirei meus sapatos e parei na frente da janela que ia do chão ao teto. Olhando para as luzes do lado de fora do apartamento, contei a ele tudo o que havia acontecido naquele dia.

No final, franzi a testa e pensei alto: "Será que, quando a esposa e os três filhos dele souberem que ele faleceu, eles vão ficar muito tristes? O ganha-pão da família se foi. O que eles devem fazer, como família, para sobreviver?"

Eu não tinha nada a ver com aquele assunto.

No entanto, a lembrança dele chorando na delegacia ainda estava vívida em minha mente.

Enquanto falava, senti um calor atrás de mim.

Patrick me abraçou por trás e passou os braços em volta da minha cintura. Em seguida, ele beijou suavemente meu cabelo com seus lábios finos e comentou, em um tom gentil: "Não temos a resposta para tudo e não podemos ajudar a todos. Mas, se encontrarmos alguém em uma situação difícil, podemos tentar ajudar. Eu irei ajudá-los por você".

Eu olhei para o reflexo na janela e fiquei distraída por um momento.

Talvez por estar mais sensível, depois de ter visto uma pessoa morta naquele dia, eu senti que não odiava tanto o Patrick mais.

Eu balancei minha cabeça. "Não, não precisa. Tenho dinheiro agora. Eu mesma posso ajudá-los".

Naquela noite, Patrick quis dormir no quarto principal comigo, e eu não recusei.

Mas nós apenas nos abraçamos e dormimos sem fazer nada.

No terceiro dia após esse acontecimento, assim que cheguei na entrada da empresa, vi um grupo de pessoas reunido em frente ao prédio de escritórios, de onde se podia ouvir o choro de um bebê.

Eu me espremi para me aproximar e vi uma mulher com três filhos. A filha mais velha estava ajoelhada no chão. E os dois bebês, que estavam em seus carrinhos, foram colocados no chão e choravam sem parar.

Atrás deles, havia uma faixa branca impressa com palavras pretas, que dizia: "Glorious Seth Design, vocês me devem a vida do meu marido!".

Eu soube quem eram aquelas pessoas na mesma hora!

“Pessoal, por favor! A Glorious Seth Design é uma empresa sem escrúpulos. Eles obrigaram o meu marido a trabalhar dia e noite, sem descanso, só para agilizar o projeto deles. No final, ele estava tão exausto que morreu repentinamente no canteiro de obras! E demoraram tanto para encontrá-lo que seu corpo já estava duro!"

"Ele é o ganha-pão da nossa família. Eu fico em casa, criando nossos três filhos sozinha, e não posso sair para trabalhar. E agora ele está morto. O que eu vou fazer?"

A esposa de Ronald chorou muito e causou um alvoroço ali.

As pessoas ao redor olhavam para ela com pena e empatia.

Alguém tirou a carteira do bolso e deu um pouco de dinheiro a ela.

Eu sabia que a Glorious Seth Design não obrigava os trabalhadores a fim de agilizar algum projeto. Mas eu não poderia dizer isso no meio daquele tumulto.

Saí de lá e voltei discretamente para o escritório.

Assim que entrei, notei que a atmosfera no ambiente era muito negativa. Ninguém dizia uma palavra, e muitas pessoas olhavam para a tela atordoadas.

Fui ao escritório de Seth e descobri que ele não estava lá.

Mais tarde, fiquei sabendo que ele havia entrado em contato com a polícia para encontrar uma maneira de resolver o problema.

Cerca de uma hora depois, a esposa de Ronald e seus três filhos foram levados até o escritório por Seth e pela polícia.

Assim que chegou, ela já começou a chorar copiosamente.

A recepcionista rapidamente serviu-lhe um copo d'água. Além disso, ela foi comprar mamadeira e leite em pó especialmente para os gêmeos. Depois de preparar o leite, ela começou a alimentá-los.

A polícia fez o acompanhamento do caso.

Eles começaram a discutir sobre como compensar a esposa de Ronald.

Ela disse, avidamente: "Quero três milhões de dólares".

Não podíamos aceitar aquele valor de forma alguma. Mas a esposa de Ronald repentinamente mudou de ideia e pediu cinco milhões de dólares!

A polícia também achou que a esposa de Ronald estava exagerando no pedido.

Assistindo àquela cena a uma certa distância, notei que, quando a esposa de Ronald falava sobre o dinheiro, seu rosto parecia cheio de culpa.

Tive a impressão que não era ela quem queria tanto dinheiro. Parecia que alguém tinha orientado ela a pedir uma quantia muito alta.

Por outro lado, a polícia disse que, mesmo que ela processe uma ação judicial, a indenização não seria superior a 500 mil dólares. Geralmente, nesse tipo de caso, as indenizações giravam em torno de 200 ou 300 mil dólares. E a polícia a lembrou de que ela precisava pagar o advogado sozinha.

A esposa de Ronald olhou para a polícia confusa, como se ela não tivesse a menor ideia de valores.

Mais tarde, ela disse que iria pensar melhor no assunto.

Com seu próprio dinheiro, Seth reservou uma suíte perto da empresa para a esposa de Ronald e seus três filhos, para que eles pudessem ficar lá temporariamente.

A esposa de Ronald ficou muito grata a ele.

A princípio, todos nós pensávamos que se chegaria a um acordo em algum momento. Mas ninguém imaginou que a esposa de Ronald voltasse ao escritório no dia seguinte.

Ela me localizou no meio da multidão e disse: "Cinco milhões de dólares! Nem um centavo a menos! Meu marido costumava fazer favores a uma mulher chamada Charlotte Archer, que trabalha nesta empresa! Provavelmente foi ela quem fez algo para matar meu esposo!".

Seu tom era ríspido, indicando claramente que ela estava bem orientada.

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