Amor Pós-Divórcio romance Capítulo 65

"Eu vou falar com ela."

O que ele disse foi ridículo!

E o mais ridículo é que eu vinha tentando me dar bem com Patrick, pensando que ele ficaria com raiva dela por mim.

Achei que ele se importava um pouco comigo.

Olhei para ele e falei, muito séria: "Sr. Cowell, eu perdi muita coisa ao me tornar a Sra. Cowell. Não tenho mais nada a perder. Então, por favor, pode me deixar em paz? Eu imploro".

Parado a um metro de mim, Patrick me fitava enquanto franzia as sobrancelhas profundamente.

Ele ficou muito tempo sem falar nada.

Depois, ele disse: "Estou cansado. Vamos conversar sobre essas coisas outra hora".

No entanto, ele não foi embora. Em vez disso, ele tirou o computador da mala e começou a trabalhar na sala de estar.

Eu me escondi no quarto principal e fiquei olhando pela janela.

Em retrospecto, eu percebi que já era a Sra. Cowell há bastante tempo, mas eu nunca tinha desfrutado de um único dia feliz desde então.

Naquela noite, recebi um telefonema de Seth.

Ele me pediu para voltar a trabalhar na Glorious Seth Design, mas eu recusei.

Eu sabia que não era por falta de capacidade de Seth que as coisas chegaram àquele ponto. Também sabia que, se eu continuasse lá, ele se tornaria ainda mais cuidadoso comigo.

Mas esse não foi o único motivo da ligação. Seth também me falou sobre um problema ao telefone: ele disse que o corpo de Ronald não fora enviado para a casa funerária naquela tarde. Em vez disso, ele foi enviado para a delegacia. A pedido da filha de Ronald, seu corpo foi examinado mais uma vez.

A autópsia mostrou que havia alguns pontos não esclarecidos sobre a causa de morte de Ronald. Era muito provável que ele não tivesse morrido naturalmente.

No entanto, como não havia mais evidências, a polícia provavelmente não continuaria investigando o assunto.

O resultado do exame fez eu me sentir muito confusa.

Fui até a sala e olhei para Patrick, que ainda estava trabalhando. Seu perfil era muito perfeito!

Era uma pena que ele não tivesse escrúpulos quando se tratava de sentimentos.

Naquela noite, fui dormir no quarto de hóspedes. E, dessa vez, Patrick não me carregou para o quarto principal no colo, como havia feito antes.

Na manhã seguinte, quando acordei, ainda estava deitada na cama do quarto de hóspedes.

Depois de me arrumar, fui procurar Caroline em seu novo ateliê.

Assim que entrei, vi o trabalho de Caroline, que era cópia dos designs de Telma, pendurado na parede. Também notei que um grupo de jornalistas a estava entrevistando em sua sala.

Ouvi um repórter elogiar seu design e chamá-la de gênio.

Eu achei aquilo ridículo!

Cerca de meia hora depois, a entrevista acabou.

Caroline já tinha me visto há muito tempo. A primeira coisa que ela fez foi me chamar para o seu escritório.

Como dizem, se você tem as costas quentes e é protegida por pessoas de poder e influência, é mais fácil se dar bem.

Quando o projeto anterior para o ateliê de Caroline apresentou problemas, ele foi rapidamente abandonado. Agora, seu novo ateliê estava localizado no centro da Cidade Y, onde cada centímetro quadrado custava muito dinheiro.

Além disso, o ateliê ficava localizado a poucos metros da empresa de Patrick.

Inclusive, do seu escritório, ela conseguia ver o prédio comercial do Towering High Group a uma curta distância.

Enquanto eu olhava pelas janelas francesas e notava que o Towering High Group não ficava muito longe, Caroline pediu a sua assistente que me servisse um café. Então, ela seguiu meu olhar e abriu um sorriso: "Patrick disse que queria poder me ver quando sentisse a minha falta. Então, ele escolheu este lugar para mim".

"Ah, é? Mas ele ainda dorme na minha casa todas as noites."

Peguei o café que a assistente deixou na minha frente e dei um gole.

O ateliê de Caroline era realmente diferenciado. A reforma ainda não estava completamente terminada. Mesmo assim, ficava em um local muito bom, onde o aluguel era alto. Além disso, até o café daquela região era da melhor qualidade.

Parecia que Patrick realmente gostava muito dela.

Quanto a mim, eu estava apenas tentando ganhar dela no argumento, mesmo que apenas temporariamente.

No entanto, Caroline não pareceu irritada com minhas palavras. Ela se recostou na cadeira do escritório e disse: "E daí? Isso vai durar bem pouco. É apenas uma questão de tempo até que você seja chutada da família Cowell".

Ela soou muito segura e confiante.

Mas eu não tinha ido até lá para conversar com ela sobre bobagens. Então, fui direto ao ponto e perguntei, sem fazer rodeios: "Você matou o Ronald?".

Caroline tinha pego a xícara de café com a intenção de tomar um gole, mas, quando ouviu a minha pergunta, ela obviamente parou o que estava fazendo.

O olhar inteligente que ela tinha até então pareceu ficar inocente de uma hora para outra. Olhando para mim, ela piscou os olhos e disse: "Charlotte, do que você está falando? Como eu poderia matar alguém? Retire o que disse".

Quanto mais ela se comportava daquele jeito, mais eu acreditava que a morte de Ronald tinha algo a ver com ela.

Pensando nos três filhos de Ronald, questionei-a novamente: "Você sabia que Ronald era o ganha-pão da família? Agora que ele morreu, o que a esposa dele e os três filhos do casal vão fazer?".

"O que eles vão fazer?" Caroline largou o café na mesa e olhou pela janela: "Vivemos em uma sociedade em que os poderosos dominam os fracos. Se eles não são capazes de conquistar nada, não podem culpar ninguém por isso".

"Eles não são capazes?" Fiquei com tanta raiva que disse: "Você nasceu em uma família rica, sempre teve boas roupas e comida ao seu dispor. Mesmo sem habilidade nenhuma, sempre haverá alguém para ajudá-la!".

"Mas e o Ronald Weil? Ele estava apenas trabalhando duro para sustentar sua família. Como você pôde fazer isso com ele?"

"Que direito você tem de me acusar assim?"

Caroline se levantou da cadeira, pegou a xícara de café e jogou na minha direção.

O café quente caiu no tapete branco do escritório.

Aquela reação inexplicavelmente exacerbada indicava que a morte de Ronald tinha algo a ver com ela.

Olhando para Caroline, fiquei com tanta raiva que todo o meu corpo tremia. Cerrei os punhos com força e disse: "Se você quer tomar meu lugar e virar a Sra. Cowell, por mim tudo bem. O problema é que, para conseguir o que quer, você faz qualquer coisa. Você chega ao ponto de matar uma pessoa!"

"Que besteira! Eu não matei ninguém!" Embora Caroline tenha negado, ela não conseguiu esconder o pânico em seu rosto!

"Você jura por Deus que não está mentindo?", perguntei. "Se estiver mentindo, você não será a Sra. Cowell nunca na vida. E você não terá filhos. E morrerá sozinha!"

Ainda me encarando, Caroline estava rangendo os dentes. Após um longo silêncio, ela apontou para a porta e disse: "Saia daqui!".

"Você não tem coragem de jurar, não é?"

"Estou mandando que você saia daqui! Betty, tire essa mulher do meu escritório!"

Caroline pediu a sua assistente que me expulsasse de lá.

Mas já era tarde. Aquela reação dela explicava tudo.

Eu fiquei me perguntando se Caroline estava louca. Como ela poderia matar uma pessoa, um trabalhador, só para se tornar a Sra. Cowell?

Pior que isso: ela também implicou Seth naquela bagunça toda.

Depois de deixar o ateliê de Caroline, caminhei alguns metros e cheguei ao prédio do Towering High Group.

Da calçada, eu olhei para o prédio alto à minha frente. Depois de hesitar por um tempo, finalmente entrei em ação.

Quando cheguei à porta, pensei que poderia entrar sem dificuldades, como tinha feito da última vez, por ter um rosto parecido com o de Caroline.

No entanto, desta vez, a recepcionista me parou e disse: "Srta. Archer, o Sr. Cowell disse que as pessoas que não trabalham aqui na empresa não podem mais entrar a partir de agora".

……

Patrick já sabia que eu provavelmente iria aparecer lá e incomodá-lo. Então, ele instruiu seus empregados para que não me deixassem entrar.

O problema é que, agora, eu não conseguia mais controlar meus sentimentos de forma alguma.

Tudo que eu mais queria era deixar de ser a Sra. Cowell.

Enviei uma mensagem para Patrick lá de baixo e disse a ele que estava em sua empresa.

Em menos de cinco minutos, inesperadamente, a recepcionista se desculpou comigo e permitiu que eu fosse até o escritório dele.

Então, fui até o último andar do prédio. Wilson me cumprimentou na porta do elevador e disse que Patrick havia saído e que provavelmente estaria de volta em cerca de meia hora. Depois, falou que eu poderia esperar por ele em seu escritório.

Entrei no escritório de Patrick e sentei-me, esperando por ele.

Ele não demorou para voltar.

Quando ele chegou, eu me perguntei se estava vendo coisas. Mas, quando ele olhou para mim, notei que sua expressão não era tão fria como antes. Em vez disso, ele parecia muito mais simpático.

Depois de tirar o terno e pendurá-lo no mancebo, ele me perguntou: "O que aconteceu?".

"Estou aqui para pedir o divórcio."

Nunca fui de meias palavras com ele.

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