Apenas Clara romance Capítulo 299

Ela deveria contar a Hector Rocha que Chloe Teixeira era sua irmã de sangue? Que foi a própria irmã quem empurrou sua família para o abismo?

Quão cruel isso seria para Hector Rocha.

João Cavalcanti cerrou os lábios finos, inspirou fundo, o peito elevando-se em tensão antes de afundar novamente.

— Você já pensou que talvez não seja filho da família Rocha?

Ela respondeu com serenidade:

— Eu já sabia disso há muito tempo.

— Há muito tempo?

Clara Rocha se levantou devagar, encarando João Cavalcanti.

— Sim, há muito tempo. Embora fossem apenas meus pais adotivos, foi por minha causa que se envolveram nisso tudo. Eles poderiam ter sido salvos.

Seus olhos se avermelharam enquanto lutava para conter a emoção.

Sempre que João Cavalcanti ouvia essas palavras, sentia o peito apertado, como se fossem lembretes constantes de que tudo aquilo era consequência de seus atos.

Ele era o culpado.

Ficou parado, imóvel, permitindo que ela extravasasse seus sentimentos. Só depois de algum tempo, quando ela se acalmou um pouco, João Cavalcanti murmurou com a voz rouca:

— Me desculpe.

Fora o pedido de desculpa, não sabia o que mais dizer.

Clara Rocha hesitou, quase deixando-se comover; apertou as mãos em segredo, evitando olhar para os olhos sombrios e abatidos dele.

— Guarde suas desculpas para ele.

O olhar de João Cavalcanti ficou fixo no rosto dela, tentando decifrar se atrás daquela indiferença havia ao menos uma ponta de compaixão por ele.

Depois de um longo silêncio, ele deixou escapar um sorriso sem voz.

— Está bem.

...

Desde que fugira da clínica, Chloe Teixeira estava escondida em uma pousada na periferia, sem coragem de ir para o centro da cidade.

A única pessoa com quem podia contar era Gabriela Martins.

Quando Gabriela Martins chegou de táxi à pousada, Chloe já a esperava do lado de fora, usando um chapéu e óculos escuros que cobriam quase todo o rosto.

Tinha um cigarro feminino entre os dedos, e acendera vários seguidos.

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