Karina repetiu, dizendo:
— Realmente, me desculpa.
Ela estava tão séria que Ademir se sentiu nervoso, sorrindo e balançando a cabeça:
— Não tem problema, não é só um atraso? Eu esperei por você, está tudo bem, não é nada grave.
Karina ficou em silêncio, sem dizer mais nada. Ela não estava se desculpando apenas por essa noite...
— Come, vai.
Como Ademir tinha bebido, e a perna de Karina ainda não estava completamente recuperada, ela pediu ao motorista para levá-los de volta.
Assim que entraram no carro, Ademir se apoiou no ombro de Karina.
Antes que ela o empurrasse para longe, ele falou espontaneamente:
— Deixa eu ficar perto de você, minha cabeça está um pouco tonta.
— Tonta? — Karina parecia surpresa. — Foi por causa da bebida? Você não disse que tinha bebido só um pouco?
— É... — Ademir fechou os olhos. — Deve ser porque fazia muito tempo que eu não bebia, meu corpo não conseguiu se adaptar direito.
Karina decidiu, então, deixá-lo se apoiar nela.
— Karina... — Ademir, confortavelmente apoiado nela, chamava seu nome repetidamente.
— O que foi?
— Karina... — Ademir disse, com a voz baixa. — Me desculpe, deveria ser eu a te pedir desculpas...
Karina gelou por um momento, seus cílios tremeram ligeiramente.
— Me desculpe. — Ademir enfiou a cabeça no peito dela, sua voz soando bem baixa. — Me desculpe, sou eu quem te deve desculpas, eu sei que errei, me desculpe...
Ele não parava de pedir desculpas.
Karina entendeu.
Ele estava se desculpando pelo casamento ruim que tiveram, que durou menos de um ano.
Mas o que ela poderia dizer?
Karina levantou a mão e a colocou lentamente nos cabelos dele, acariciando-os com suavidade.
Depois de muito tempo, ela finalmente falou:
— Já passou.
Não falou de rancor, nem de perdão.
Porque essas coisas já tinham ficado para trás.
...
Na mesa do café da manhã.
Ademir recebeu uma ligação, era de Júlio.
Karina ficou surpresa, como assim ele estava trazendo isso à tona novamente?
Na última vez, ela não respondeu e achou que ele já havia desistido desse assunto.
Mas antes que ela tivesse chance de falar, Joyce se animou, batendo as mãozinhas:
— Viagem! Mamãe, vamos viajar!
Joyce estava grande, mas ainda nunca tinha ido em uma viagem com a mãe.
Não que Karina não quisesse, claro, mas ela estava tão ocupada, criando a própria filha, que o tempo nunca parecia suficiente.
— Mamãe, você vai?
Ademir também a olhou com expectativa.
Se eles fossem juntos, seria a primeira vez para Joyce, talvez até a última. E para Ademir, seria o mesmo.
Karina ficou em dúvida por um longo tempo e, por fim, disse:
— Se formos, eu precisarei pedir licença no hospital.
Essa profissão não permitia que ela saísse assim, de qualquer jeito.
— Joyce. — Ademir sorriu para Joyce e falou. — Vai lá agradecer à mamãe, ela aceitou!
Joyce correu para os braços de Karina, radiante:
— A mamãe é a melhor! Vamos poder sair para brincar juntas!
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Após o Divórcio, Sr. Ademir Rouba um Beijo de Sua Esposa Grávida
Conseguiu assim, agora tbm tem que comprar moedas pra ler????...
Karina e Ademir 🤗🤗🤗...
O livro do Ademir...