— Eu sei. — Otávio assentiu, radiante. — Fui eu que te ensinei tudo. Acha mesmo que eu não saberia do que você é capaz?
Ademir não tinha irmãos de sangue, mas Filipe e os outros... Mesmo sem laços sanguíneos, eram como irmãos para ele.
Ter boas conexões também era uma forma de capacidade.
— Seu avô só quer passar mais tempo ao seu lado.
Desde que Ademir assumiu os negócios da família, tudo vinha correndo com grande fluidez. Surgiram alguns pequenos contratempos, mas jamais enfrentou uma crise de verdade.
Otávio sentia que, dessa vez, uma grande crise poderia, de fato, se abater sobre eles.
E ele queria estar ali, observando com os próprios olhos o garoto que criou com tanto empenho, se tornar exatamente aquilo que sempre sonhou.
Um homem capaz de carregar o peso das responsabilidades sozinho, sem temer nenhuma adversidade.
— Ademir, tome cuidado. — Após a leve brincadeira, Otávio tratou de voltar ao assunto sério. — O Arthur e os outros se prepararam bem. E o laço sanguíneo com o Daniel... Não há como negar.
Ademir compreendia perfeitamente:
— Pode deixar, eu sei o que fazer.
Naquela mesma noite, do outro lado, já havia movimento.
Ao voltar para a mansão Mission Hills, Ademir havia acabado de sair do banho. Quando saiu do quarto, o celular sobre a mesa vibrava sem parar, iluminando a tela.
A foto de fundo era uma imagem de Karina e Joyce, abraçadas, bochechas coladas, sorrindo com doçura.
Era por causa dessa foto que ele sempre atendia o celular de bom humor.
Era uma ligação de Júlio:
— Segundo irmão. A Mônica entregou o laudo de paternidade para a imprensa.
Ademir respondeu:
— Entendi. Vá resolver isso.
— Certo.
Ao desligar, Ademir balançou a cabeça. Com a ponta dos dedos, acariciou a tela do celular, contemplando a foto de Karina e Joyce.
Eles achavam que estavam onde?
No País G?
— Não fazer nada? — Mônica respondeu com firmeza. — Você sabe muito bem o quanto o Otávio é teimoso. Vai simplesmente esperar, parado? Acha mesmo que ele vai te aceitar?
— Você está falando do meu pai? — Antes que Daniel respondesse, Arthur apareceu. Ao ouvir o nome, seu semblante se fechou com desagrado. — Já te falei inúmeras vezes, ele é meu pai. Não importa o que você pensa, tem que respeitá-lo.
Depois de ouvir o filho, agora era o marido quem a repreendia. Os olhos de Mônica se encheram de lágrimas.
— O que foi que você fez? — Arthur franziu a testa, insistindo. — Eu já te disse mil vezes, sobre o Daniel, eu sei o que estou fazendo. Não vá mais atrás do meu pai. A saúde dele não está boa. Você quer mesmo acabar matando ele de raiva? Mônica, vou repetir: ele é o meu pai.
Num instante, Mônica também se irritou:
— E a culpa dele estar doente é minha?
— Mônica.
Os dois começaram a discutir, as vozes subindo.
Enquanto isso, Daniel se manteve calmo. Empurrou sozinho sua cadeira de rodas até a sala de jantar e pegou o celular.
Não havia nada na mídia.
Ele pensava... Ademir era mesmo impressionante. Conseguia controlar todos os veículos de imprensa.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Após o Divórcio, Sr. Ademir Rouba um Beijo de Sua Esposa Grávida
O quanto torço por esse casal não tá escrito!...
Conseguiu assim, agora tbm tem que comprar moedas pra ler????...
Karina e Ademir 🤗🤗🤗...
O livro do Ademir...