Simão ficou paralisado e disse:
— Patrícia, você...
Que história é essa? Então foi por causa dele que a Patrícia se sentiu abalada e, por impulso, aceitou o Filipe?
Aflito, ele segurou o braço de Patrícia e perguntou:
— Você ainda não me respondeu. Você gosta mesmo do Filipe?
Patrícia permaneceu em silêncio.
— Eu estou te perguntando. — Disse Simão, cada vez mais ansioso. — Me diga a verdade. Não venha com esse papo de poder familiar, acha que eu não te conheço? Você é do tipo que só gosta de nobre?
Desde pequena ela nunca precisou se preocupar com dinheiro, e, além disso, teria um futuro brilhante por conta própria. Sua vida jamais seria miserável.
— Patrícia, você gosta do Filipe como pessoa?
Patrícia ficou em silêncio por muito tempo, depois piscou os olhos e disse:
— Estou com sono... Quero dormir.
Ela tombou o corpo na cama, procurando algo com a mão:
— O cobertor... Cadê meu cobertor?
— Patrícia...
— Que chato... Eu quero dormir...
— Patrícia?
Do corredor veio uma risada zombeteira, e Filipe entrou com passos largos. Seus cabelos na testa estavam úmidos da chuva, assim como o sobretudo que usava.
Ele sorriu para Simão com gratidão e disse:
— Sr. Nogueira, muito obrigado por trazer a Patrícia de volta.
As palavras eram educadas, como se aquela risada anterior tivesse sido apenas uma ilusão de Simão.
Simão se levantou, franzindo a testa, e respondeu:
— Não foi nada.
— Ora, o Sr. Nogueira não é motorista, claro que merece um agradecimento por trazer a Patrícia de volta. — Filipe sorriu de maneira tranquila, mantendo o tom humilde. — Me desculpe, a Patrícia é como uma criança... Se disse algo impróprio, não leve a mal, Sr. Nogueira.
— Imagina... — Simão respondeu com uma expressão constrangida.
Durante todos aqueles anos, ele cuidou de Patrícia daquele mesmo jeito, mas agora... Já não tinha mais esse direito.
Ali, diante de Filipe, ele era apenas um convidado.
— Já está tarde. — Filipe disse ainda com aquele sorriso. — Sr. Nogueira, eu ainda preciso cuidar da Patrícia.
Patrícia sorriu e disse:
— Eu estou bem... Não precisa se preocupar comigo.
Ela não havia respondido à pergunta dele mais cedo, mas sabia que ele estava preocupado com ela.
Ainda assim, aquilo caiu como um gosto amargo na boca de Simão, algo seco, difícil de engolir.
Diante de Filipe, só pôde assentir e sorrir:
— Tá bom... Eu entendi.
Patrícia sorriu radiante e acrescentou:
— Quando todo mundo tiver tempo, vamos chamar a Karina, o Túlio... Vamos fazer um passeio divertido. Nós quatro não nos reunimos faz tempo. O Túlio acordou e a gente nem comemorou.
— Claro. — Simão respondeu, sem saber o que dizer. — Eu vou indo.
Se virou direto e saiu.
Não teve coragem de olhar para trás. Desceu as escadas às pressas, atravessou o jardim e entrou no carro.
Na correria, esqueceu de levar o guarda-chuva. Já estava meio molhado, e agora, a chuva o encharcou por completo.
Sentado ali, não ligou o motor. Ainda não conseguia ir embora.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Após o Divórcio, Sr. Ademir Rouba um Beijo de Sua Esposa Grávida
Eu vibro, eu choro, eu rio, eu fico perplexa e ainda não posso esperar o fim desta história. Que desenrolar mais cuidadoso!!!!...
Amei a história...
O quanto torço por esse casal não tá escrito!...
Conseguiu assim, agora tbm tem que comprar moedas pra ler????...
Karina e Ademir 🤗🤗🤗...
O livro do Ademir...