Após o Divórcio, Sr. Ademir Rouba um Beijo de Sua Esposa Grávida romance Capítulo 1306

Simão olhava para a porta de dentro do carro, sentindo um frio intenso que talvez fosse causado pela chuva que tomou.

Durante todo esse tempo, o que mais sentia por Patrícia era culpa, muito mais do que tristeza.

Sempre acreditou que a via como sua melhor amiga, como via Karina ou Túlio, sem nenhuma diferença.

Mas só agora, ao vê-la com Filipe, ao ver Filipe agir como o dono da casa, recebendo ele com cordialidade e até gratidão...

Ele sentiu uma dor tão profunda e uma tristeza tão estranha, como nunca havia sentido antes.

Foi como se um terremoto tivesse rasgado seu coração, deixando a pele da ferida cheia de fissuras.

Ao fechar os olhos, as lembranças do passado despencaram sobre ele como pedregulhos desprendidos por esse abalo sísmico, atingindo sua cabeça, ferindo seu corpo, cobrindo ele de sangue.

Afinal, ele também sabia o que era dor.

Afinal, ele não tratava Patrícia da mesma forma que tratava Túlio...

Se fosse o mesmo, ao receber seu perdão, ele teria apenas ficado aliviado, não estaria como agora, tomado por esse vazio, esse desespero.

Só era uma pena...

Simão se recostou no banco, fechando os olhos com pesar, e murmurou em voz baixa:

— Tarde demais... É tarde demais.

...

No andar de cima.

Depois que Simão foi embora, Patrícia voltou a enterrar o rosto na cama.

— Patrícia.

Filipe, contendo a raiva, se aproximou e se sentou na beirada da cama, acariciando o rosto dela, que estava um pouco quente.

Tão perto assim, conseguia sentir o cheiro de álcool vindo de seu corpo.

Filipe franziu a testa e disse:

— Você bebeu?

Essa noite, eles não haviam tomado nenhuma bebida alcoólica.

— Sim. — Patrícia assentiu, os olhos marejados de lágrimas, sorrindo enquanto respondia. — Encontrei o Simão... Bebi um pouquinho.

Mas daquele jeito... Não parecia que tinha sido só um pouquinho.

— É mesmo? — Filipe respondeu com calma. — Está tão feliz assim?

— Feliz... — Patrícia parecia já um pouco irritada. — Você fala demais... Eu quero dormir.

Ela cobriu a cabeça com as mãos, dizendo:

— Minha cabeça dói... Estou tonta demais.