— Ademir. — Ao passar por ele, Daniel tentou puxar conversa.
Ademir mantinha a cabeça baixa, com as mãos enfiadas nos bolsos, e perguntou:
— Tem algum problema?
Numa hora como essa, não era ele quem deveria estar ajudando?
— Você venceu. — Daniel disse com um sorriso. — Embora eu já imaginasse... Você nunca foi alguém fácil de derrotar.
— Está tentando me parabenizar?
Aquilo era tão ridículo que Ademir não conseguiu conter o riso.
— Pois bem, obrigado. — Enquanto falava, Ademir se curvou e apoiou as mãos nas alças da cadeira de rodas de Daniel. — Foi esse o plano que demorou tanto para tramar? É tudo o que você consegue fazer?
Terminando a frase, soltou a cadeira e se virou, indo embora.
...
Na sala de descanso, Otávio dormia mal.
Parecia estar dormindo... Mas, ao mesmo tempo, parecia acordado.
De repente, abriu os olhos, como se tivesse pressentido algo:
— Rui?
— Vovô?
A porta se abriu. Ademir entrou primeiro, seguido por Rui.
Ademir se aproximou da cama e ajudou Otávio a se sentar:
— Você acordou?
Ele imaginava que o avô certamente não havia descansado direito.
— Vovô, está tudo resolvido. Pode ficar tranquilo. — Disse Ademir. — Agora, deixe o Rui te levar de volta ao hospital, tudo bem?
“Resolvido?”
A expressão de Otávio se suavizou de imediato:
— É mesmo?
Pelo visto, Levi realmente tinha seus métodos.
Otávio olhou para o neto e pensou:
“Jamais imaginei que, no fim, quem o ajudaria seria a Karina.”
Aqueles dois jovens... Se amavam tanto, e ainda assim não podiam ficar juntos.
Otávio conteve o impulso de revelar a verdade. Não podia falar.
Não podia aceitar a ajuda de Karina e, ao mesmo tempo, fazer algo que a magoasse.
Ademir se agachou, calçou os sapatos do avô, ajudou ele a se levantar e o entregou aos cuidados de Rui e do enfermeiro.
— Vovô, volte primeiro para o hospital. Eu só vou resolver uma coisa e já vou para lá ficar com você.
— Está bem, mas não se force. O que for mais importante, cuide primeiro.
— Onde ele está?
— Por ali.
Assim que ouviu aquela voz, Ademir reagiu imediatamente, levantando a cabeça num rompante, estava furioso.
— Enzo, Bruno.
— Sim, Ademir. Fique tranquilo, a gente sabe o que fazer.
Quem chegava era a família de Arthur. As vozes deles eram inconfundíveis.
Só de ouvir, Ademir já sentia ânsia de vômito.
Eles mal haviam se aproximado, quando foram imediatamente barrados por Enzo, Bruno e os seguranças.
— Vocês não podem passar.
— Por quê? — Arthur se recusava a recuar, e lançou um olhar em direção ao Ademir. — Ademir, ele é seu avô... Mas também é meu pai.
Ao ouvir isso, Ademir sentiu o estômago se revirar de nojo.
— Saia da frente! Eu sou filho do Sr. Otávio! Que direito vocês têm de me impedir de vê-lo?
Talvez... Essa fosse a última vez.
— Papai! Papai!
Ao escutar aquele chamado agudo e repulsivo, Ademir se levantou de súbito e partiu em direção a Arthur, agarrando ele pelo colarinho e o erguendo do chão com facilidade, com os pés de Arthur ficando suspensos no ar.
Naquele instante, Arthur mal conseguia respirar. Seu rosto se contorceu em puro terror.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Após o Divórcio, Sr. Ademir Rouba um Beijo de Sua Esposa Grávida
Eu vibro, eu choro, eu rio, eu fico perplexa e ainda não posso esperar o fim desta história. Que desenrolar mais cuidadoso!!!!...
Amei a história...
O quanto torço por esse casal não tá escrito!...
Conseguiu assim, agora tbm tem que comprar moedas pra ler????...
Karina e Ademir 🤗🤗🤗...
O livro do Ademir...