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Após o Divórcio, Sr. Ademir Rouba um Beijo de Sua Esposa Grávida romance Capítulo 290

A enfermeira folheou rapidamente os registros em suas mãos e disse:

— Ele provavelmente não foi levado para o hospital. Anotei todos os que foram transferidos para lá!

Isso significava que Ademir ainda devia estar ali, no local.

— Obrigada! — Karina fechou as mãos, apreensiva, e perguntou. — Posso dar uma olhada nas ambulâncias? Meu amigo pode estar em uma delas.

— Pode, sim. — A enfermeira assentiu. — Mas, por favor, só dê uma olhada rápida. Não interrompa o atendimento.

— Entendido! Muito obrigada!

O ambiente estava pesado; além do barulho incessante, o som de soluços e lamentos preenchia o ar, aprofundando o sentimento de tristeza ao redor.

Karina sentia o coração apertado enquanto verificava cada ambulância, uma por uma.

Mas, estranhamente, Ademir não estava em nenhuma delas.

Será que houve um erro nos registros?

Ou será que ele já foi levado ao hospital?

Ao seu lado, uma jovem acompanhava uma mulher de meia-idade, provavelmente sua mãe. Ambas tinham os olhos marejados, mas a mulher mais velha parecia especialmente frágil, enquanto a jovem, mesmo sofrendo, tentava acalmar a mãe com palavras suaves.

Pelo que Karina pôde entender da conversa, o marido da mulher havia falecido...

Com o coração apertado, Karina fechou os olhos por um momento, em respeito à dor alheia.

— Olá.

— Oi? — Karina abriu os olhos e viu a jovem, que se aproximou dela.

Com lágrimas ainda nos olhos, a garota apontou na direção oposta e disse:

— Você também está procurando um parente? — Perguntou, tentando ser gentil. — Se ele não foi levado ao hospital e você não o encontrou nas ambulâncias, talvez... Talvez ele tenha morrido. Eles estão todos ali, naquela área.

As palavras, ainda que dolorosas, eram claras. Karina compreendeu e agradeceu:

— Obrigada.

— Disponha.

Karina respirou fundo, levantou o rosto e caminhou em direção ao canto que a garota havia indicado.

Ali, o choro era ainda mais forte.

Isso porque, naquele lugar, estavam aqueles para os quais o socorro não foi suficiente.

Ali estavam os que haviam sido declarados mortos...

Nesse instante, Karina começou a tremer dos pés à cabeça, como se um frio gelado a envolvesse. Ela subitamente sentiu que não conseguia dar mais um passo.

Os dois socorristas, com palavras simples, deixaram suas condolências e logo saíram para continuar o trabalho.

Karina permaneceu parada, a apenas um passo de distância do corpo na maca. Mas esse passo... Era o que separava a vida da morte.

Ela lentamente ergueu a mão, querendo tocá-lo, mas hesitou a meio caminho, recuando antes de prosseguir novamente.

A mão avançava, e recuava... Num ciclo repetido, incapaz de tomar a decisão final.

Seus olhos ardiam e logo estavam repletos de lágrimas.

Por fim, quando suas mãos finalmente tocaram a lateral da maca, foi como se tivesse cruzado uma imensa distância, esgotando toda sua força.

— Ademir...

Ao abrir a boca, a voz saiu rouca, quase irreconhecível.

Fechando os olhos, sentiu as lágrimas escorrerem lentamente pelo rosto.

No mesmo instante, suas pernas cederam, e ela caiu de joelhos no chão.

E, num sussurro dilacerante, repetia seu nome:

— Ademir, Ademir...

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