O coração de Karina doía tanto que ela mal conseguia respirar.
Ela não conseguia entender... Como alguém que estava ao seu lado durante o dia podia estar morto agora? O que ele disse naquele momento?
Ele disse que queria levá-la de volta ao hotel primeiro, mas ela recusou. Se ela soubesse que seria a última vez que se veriam, jamais teria recusado...
Assim, poderia ter dito mais algumas palavras para ele.
— Não, não...
Karina chorava em silêncio, balançando a cabeça. Só algumas palavras a mais...
Como se isso fosse o suficiente. Ele ainda era tão jovem, tinha uma vida inteira pela frente, ainda não havia vivido tanto. E seu avô...
O avô o tinha como sua própria vida. Como ele poderia aceitar a morte do único neto?
Tudo isso era por causa dela! Se não fosse por ela, ele nunca teria vindo para o País G...
— Como você pôde ser tão tolo? — Karina sussurrava entre lágrimas. — Por que você veio? Já não temos mais nenhuma ligação. Eu não sou sua responsabilidade...
As lágrimas escorriam, pingando no chão.
Mas Ademir já estava morto; nenhuma quantidade de lágrimas poderia mudar isso...
...
Enzo foi forçado a se deitar. Ele deu um sorriso amargo e disse:
— Não é tão grave assim. Eu consigo andar sozinho.
— Não é grave? — Ademir o olhou com uma expressão sombria. — E você ainda tem a ousadia de dizer que está tudo bem?
A cabeça e o rosto de Enzo estavam envoltos em ataduras, o braço estava imobilizado e suspenso por uma tipoia no pescoço.
A perna também estava machucada, com manchas de sangue cobrindo sua calça.
Contudo, dada a simplicidade das condições locais, era essencial levá-lo ao hospital para determinar a extensão das lesões.
— Você está querendo morrer? Ou perder uma perna, é isso? — Antes que Enzo pudesse responder, Ademir continuou: — Vou deixar bem claro: se sua perna tiver qualquer problema, pode esquecer de continuar comigo. Leve seu irmão mais novo e volte para casa o quanto antes!
— Ademir! — Aquelas palavras foram suficientemente eficazes para que Enzo se deitasse obedientemente. — Vou fazer tudo o que você mandar.
Ele realmente não queria voltar para casa. Ainda era tão jovem, e podia seguir Ademir, ajudando ele em seu trabalho.
Júlio e Bruno observavam em silêncio, sem dizer uma palavra.
Dessa vez, eles tiveram sorte de ter Enzo com eles.
Foi ele quem primeiro percebeu que estavam sendo seguidos.
A Karina ali? Como isso era possível? Ele temia que estivesse enganado e que Ademir interpretasse mal a situação.
— O quê?
Ademir parou por um instante, seguindo o olhar de Júlio.
Ao olhar na direção indicada, viu Karina, chorando em silêncio, mas com uma dor profunda estampada no rosto.
Diziam que, quando a dor era intensa demais, as lágrimas caíam sem emitir som algum.
Karina estava tão abatida assim?
Ademir se aproximou com cautela e instruiu os outros:
— Não me sigam.
— Entendido, Ademir.
Enquanto se aproximava, ele pôde ouvir Karina murmurando, sua voz baixa.
— Ademir... Ademir...
Ademir parou, sentindo o corpo todo enrijecer, completamente tomado pelo espanto.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Após o Divórcio, Sr. Ademir Rouba um Beijo de Sua Esposa Grávida
O quanto torço por esse casal não tá escrito!...
Conseguiu assim, agora tbm tem que comprar moedas pra ler????...
Karina e Ademir 🤗🤗🤗...
O livro do Ademir...