Karina acabava de pegar a maçaneta e, ao girá-la, sentiu uma pressão nas costas. Ademir se aproximou, estendeu o braço e, com um movimento brusco, fechou a porta novamente com força.
Uma voz grave ecoou acima da sua cabeça:
— Está bem, eu vou ao médico, mas você vai comigo.
— O quê? — Karina não entendeu. — Por que eu teria que ir com você?
— Karina. — Ademir estava visivelmente frustrado. — Você é minha esposa! Você tem que me acompanhar!
— De fato, eu sou sua esposa. — Karina o olhou com uma expressão divertida, mas muito calma. — Mas, Ademir, o seu machucado não foi por minha causa. Meu marido se machucou por outra mulher, então por que eu tenho que cuidar de você?
— Karina!
— Ah, sim. — Karina sorriu levemente e disse de maneira casual. — A Vitória não pode cuidar de você agora. Sr. Ademir, você tem muito dinheiro, pode contratar uma enfermeira, ou até duas, se uma não for suficiente...
— Karina! — O rosto de Ademir estava escuro como tinta, e ele não pôde mais se conter, interrompendo ela com impaciência. — Você pode, pelo menos, falar com um pouco de sensatez? A Vitória se machucou por minha causa. Se eu não cuidar dela, como posso me considerar uma pessoa decente?
— Eu não estou impedindo você de cuidar dela. — Karina piscou os olhos inocentemente. — Eu também acho que você deveria cuidar dela, ficar ao lado dela...
— Se você também acha isso, então por que está fazendo esse escândalo?
— Escândalo? — Karina sorriu, exasperada. — Sr. Ademir, isso não é um escândalo. Eu entendo a sua escolha e a aceito, então, fiz a minha também. Essa é a situação, entendeu?
Ademir apertou os olhos, soltando uma risada sarcástica:
— Qual escolha? Essa de ser "casados de fachada"? Que tipo de escolha absurda é essa?
— Absurda? — Karina manteve sua expressão tranquila. — Não se esqueça, essa escolha absurda foi você quem propôs no começo.
Ademir ficou paralisado por um momento.
Ele tentou refutar:
— E isso é igual ao que aconteceu agora? Naquela época, éramos apenas dois estranhos sem sentimentos um pelo outro.
— Não tem nada de diferente. — Karina balançou a cabeça. — No começo, você amava a Vitória, e agora, ainda é ela que você ama. Eu, então, me afasto e deixo vocês livres para ficarem juntos. Isso não é uma boa solução?
"Deixar vocês livres?"
Ademir ficou parado, olhando fixamente para Karina, e sentiu seu corpo inteiro se incendiando de dor! Cada centímetro do seu corpo parecia ardente!
— Karina!
Ademir parou, sentindo um turbilhão de emoções. Ele estava indeciso, mas, por fim, apenas observou Karina se afastando, até seu corpo desaparecer pela porta. Então, se virou e foi na direção oposta, para onde Karina já não estava.
Eunice estava aos prantos, com o rosto coberto de lágrimas, enquanto Lucas, com um semblante fechado, não dizia uma palavra.
— Sr. Ademir, a Vitória está nessa situação por sua causa! Você não pode simplesmente ignorar! — Eunice soluçava, desesperada.
— Fique tranquila. — Ademir franziu a testa e acenou com a cabeça. — Eu vou assumir toda a responsabilidade por essa situação.
— Minha pobre filha... — Eunice chorava nos braços de Lucas, buscando consolo.
Lucas permaneceu em silêncio, observando Ademir com um olhar intenso, como se estivesse ponderando algo em sua mente.
...
Karina estava deitada na cama, sem forças, sentindo seu corpo completamente exausto. Seu coração parecia vazio, como se não houvesse mais nada ali.
Karina reconhecia o que estava sentindo. Ela tinha esperado, sim. Ela havia esperado por algo, alguma reação dele, qualquer coisa... Mas o que restou foi um silêncio ainda mais profundo.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Após o Divórcio, Sr. Ademir Rouba um Beijo de Sua Esposa Grávida
Eu vibro, eu choro, eu rio, eu fico perplexa e ainda não posso esperar o fim desta história. Que desenrolar mais cuidadoso!!!!...
Amei a história...
O quanto torço por esse casal não tá escrito!...
Conseguiu assim, agora tbm tem que comprar moedas pra ler????...
Karina e Ademir 🤗🤗🤗...
O livro do Ademir...