A voz dela também estava suave:
— Eu acabei de tirar e deitei direto, não coloquei meias novas.
Assim que terminou de falar, a mão do homem pousou na testa de Karina. Estava fria, mas muito confortável.
Karina não conseguiu evitar e estreitou levemente os olhos.
Ademir notou esse pequeno gesto, e aquilo lhe causou uma sensação inquietante. Seu coração coçava, e sua garganta também.
Sem perceber, seu tom de voz ficou mais suave:
— O médico chegou. Deixe ele dar uma olhada.
Ele se virou para chamar o médico:
— Venha.
— Sim, Sr. Ademir. — O médico se aproximou e examinou Karina. — Ela pegou um resfriado, mas a febre não está alta. Como está grávida, é melhor evitar medicamentos.
Pegou um frasco de álcool da maleta:
— Passe no corpo dela e tente baixar a temperatura de outras formas. Além disso, use duas bolsas de gelo, uma na testa e outra sob as axilas. Isso deve ajudar. Se não resolver, aí sim recorremos ao antitérmico.
Só isso?
Ademir não estava convencido:
— Chá de gengibre, ela pode tomar?
O médico hesitou por um momento:
— Pode, sim. O mais importante é que ela beba bastante água, aos poucos e com frequência.
— Você não vai embora. — Ademir ordenou a Júlio. — Reserve um quarto para o médico descansar. Se acontecer qualquer coisa, quero que ele esteja por perto.
— O Sr. Ademir é muito gentil. — O médico, obviamente, não recusaria. Com um pagamento generoso, por que diria não?
Júlio saiu levando o médico, enquanto Ademir tirava o paletó e arregaçava as mangas da camisa.
Foi só então que percebeu que Túlio ainda estava ali, parado em silêncio.
Sem paciência, Ademir perguntou:
— E então, Sr. Martins, pretende fazer o quê aqui?
Numa situação dessas, a presença de Túlio realmente não fazia sentido.
Ele olhou para Karina, se inclinou levemente e disse:
— Karina, estou indo.
Os olhos dela brilharam, e ela assentiu:
— Certo, obrigada por ter vindo.
— Não foi nada. — Túlio sorriu de leve. — Sempre que precisar, estarei aqui.
— Confie em mim. — A voz dele era paciente. — Não tem mais ninguém aqui além de nós dois. Além disso, ainda não nos divorciamos. Eu sou seu marido.
Mas não por muito tempo!
Frágil, Karina continuou negando com a cabeça, relutante.
— Eu juro pelo meu avô. — A sinceridade transparecia na voz de Ademir. — Só vou limpar seu corpo, nada mais.
O avô era a pessoa que ele mais respeitava e valorizava no mundo, seu único parente.
Karina acreditou. Além disso, precisava pensar na criança.
Fechou os olhos e cedeu:
— Tudo bem.
— Boa menina.
Ademir teve vontade de apertar a bochecha dela, como fazia antes, mas se conteve. Tinha medo de que Karina ficasse irritada e não deixasse mais que ele se aproximasse.
Ela vestia apenas a roupa íntima quando Ademir pegou o álcool e a gaze. Com movimentos cuidadosos, seguiu as instruções do médico, passando o líquido fresco pelo corpo dela, repetidas vezes.
Quando terminou, Karina já se sentia um pouco melhor.
— Obrigada.
— Não precisa agradecer! — De repente, Ademir se levantou e saiu correndo para o banheiro.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Após o Divórcio, Sr. Ademir Rouba um Beijo de Sua Esposa Grávida
Conseguiu assim, agora tbm tem que comprar moedas pra ler????...
Karina e Ademir 🤗🤗🤗...
O livro do Ademir...